29 de
Julho de 2012
Texto Áureo
“Honra as viúvas que
verdadeiramente são viúvas” (1 Tm 5.3).
Verdade Prática
Apesar da dor e das dificuldades próprias
da viuvez, esperar e orar são atitudes que honram ao Senhor.
Leitura Bíblica
em Classe
Lucas 2.35-38; Tiago 1.27.
Lucas 2
35 - (e uma espada trás passará também a
tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.
36 - E estava ali a profetisa Ana, filha
de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com
o marido sete anos, desde a sua virgindade,
37 - e era viúva, de quase oitenta e
quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações,
de noite e de dia.
38 - E, sobrevindo na mesma hora, ela
dava graças a Deus e falava dele a todos os que esperavam a redenção em
Jerusalém.
Tiago 1
27 - A religião pura e imaculada para
com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e
guardar-se da corrupção do mundo.
Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
- Conceituar o estado da viuvez.
- Descrever exemplos bíblicos de viuvez.
- Destacar o aspecto social da viuvez.
Palavra Chave
Viuvez: Estado de viúvo ou viúva; sentimento de
desamparo, privação e solidão.
.
Introdução
Na sequência do estudo sobre os “dramas sociais”, estudaremos hoje as aflições decorrentes da
viuvez, que é uma figura bíblica da exclusão social, do desamparo gerado pela
vida em sociedade. Que é Um
dos temas sociais mais abordados na Bíblia é o cuidado que se deve ter com os
órfãos e a viúvas. Nos tempos bíblicos, quando uma mulher se tornava viúva, sua
condição socioeconômica caía dramaticamente em razão das limitadas alternativas
que a mulher tinha no contexto social de sua época. A questão da viuvez no sentido de carências,
rejeição, e abandono, passou por várias fases através dos séculos. O Antigo
Testamento mostra algumas situações envolvendo viúvas, assim como o Novo
Testamento no inicio da Igreja. A principal causa que mais afligia as viúvas
nesses tempos era a questão financeira, que as levava a uma linha de pobreza
extremamente aflitiva. Em nossos tempos presentes a causa das viúvas no sentido
financeiro tem melhorado muito. As leis tem protegido muito o direito das
mulheres com direito a pensão no caso do falecimento do marido e também com a
inclusão no mercado de trabalho muita mulheres tem o seu emprego e os seus
direitos. Não é o caso dos tempos bíblicos, onde a mulher principalmente a que
ficava viúva não era amparada por qualquer lei ou qualquer direito de receber
uma pensão. Em
nossos tempos esse problema não é tão dramática como em outros anteriores, mas
isso não quer dizer não existir mais problemas; é certo que em menor escala
ainda existem. Não podemos esquecer que a causa das viúvas não é só material ou
financeiro e sim afetivo, emocional ou espiritual.
I O CONCEITO DE VIUVEZ
1.
Definição.
“Viúvo”
é palavra de origem latina, que vem de “viduvus”, cujo significado é “o que
perdeu a mulher”. Diz o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa que se trata de
quem “cujo
marido
ou esposa morreu, e ainda não casou de novo”, sendo que tem o seguinte significado
figurado: “que está ou se sente em desamparo, desconsolo, privação, solidão”.
Juridicamente, é o “cônjuge sobrevivente de uma sociedade conjugal que se
dissolveu com a morte do outro componente”.
No Antigo
Testamento, a palavra “viúva” (não há na Bíblia a palavra “viúvo”é tradução do
hebraico” ‘almanah “ (אלמנה),
cujo significado é o mesmo que em português, ou seja, não só de quem perdeu seu
cônjuge, mas também de algo que se encontra desamparado, desolado.
Assim, por exemplo, ao descrever a situação de Jerusalém após a destruição
promovida por Nabucodonosor, o profeta Jeremias disse que Sião estava viúva
(Lm.1:1), o que também repete quando fala da situação de desamparo do povo
(Lm.5:3). De igual modo, ao falar da arrogância autoconfiante de Babilônia, o
profeta Isaías afirma que aquela cidade dizia que jamais seria uma viúva, ou
seja, jamais cairia em situação de desamparo e desolação (Is.47:8).
Em o Novo Testamento,
a palavra “viúva”
é tradução do grego “chera” (χήρα),
cuja raiz tem origem em uma palavra que indica deficiência e que, além de significar
o que perdeu o cônjuge, também tem o significado de uma cidade despida de seus
habitantes e de suas riquezas, ou seja, traz, também, a ideia de desamparo.
Nota-se, de
pronto, pois, que a ideia de “viuvez” não se circunscreve apenas a um
estado civil, decorrente da dissolução do casamento pela morte do cônjuge, mas tem
em si mesma, a
ideia de desamparo, de falta de companhia, de solidão, de
extrema perda que faz com que a pessoa fique desolada, desamparada, sem ajuda,
o que era extremamente compreensível nos tempos bíblicos em que a mulher que,
tendo se casado, perdia seu marido, passava a viver uma situação extremamente
precária, já que a mulher dependia do marido para sobreviver numa sociedade em
que não se dava à mulher qualquer oportunidade de buscar, por si mesma, o seu
sustento.
O estado civil da viuvez, sem dúvida alguma,
traz para o seu portador não só carências econômico-financeiras, pois, ainda
que hoje em dia a mulher esteja inserida no mercado de trabalho, não resta
dúvida de que a perda do cônjuge produz abalo significativo na renda familiar
(até porque são as necessidades econômico-financeiras que levam ambos os
cônjuges a trabalhar na atualidade), mas, também, um estado psicológico
adverso, pois se trata da perda de alguém que se amava e com quem se decidiu
formar uma vida em comum.
2.
Exemplos nas
escrituras
A viuvez nas Escrituras era
um problema de gravidade monumental. Geralmente as viúvas nesse período eram
negligenciadas, ignoradas e esquecida. Ser viúva era estar fadada ao esquecimento
e ignomínia a não ser que tivesse um filho ou um parente que a remisse. Por
essa razão é que tanto o AT quanto o NT dão forte ênfase a se demonstrar
bondade para com as viúvas e ajudá-las em suas aflições. Tiago diz que “a religião
pura e imaculada consiste em visitar os órfãos e as viúvas em suas
tribulações” (Tg 1.27). Na Bíblia Sagrada, dois exemplos de superação
da viuvez são dignos de menção:
Existem
diversos casos de viuvez na Bíblia, os mais conhecidos são os de Rute (Rt.
4.10), a viúva de Serepta (Lc. 4.25,26; I Rs. 17) e Ana (Lc. 2.36,37) No Antigo
Testamento, a viuvez – almanah em hebraico – tem lugar de destaque. A Lei
permitia que a mulher viúva retornasse à casa dos pais (Gn. 38.11) ou se
casasse novamente através do levirato (Rt. 4.10). Como as mulheres dependiam da
providência do marido, a condição de viuvez causava preocupação, pois resultava
em pobreza e vulnerabilidade. Por isso, o Deus de Israel é revelado como o
defensor (Sl. 68.5) e mantenedor (Sl. 146.9) das viúvas. Ele mesmo orienta Seu
povo, através da lei, que deixe a respiga da colheita para alimentá-las (Dt.
24.20,21). Todos aqueles que se apropriam indevidamente dos bens de uma viúva é
amaldiçoado (Dt. 27.19). Por esse motivo, os profetas denunciam os casos de
opressão às viúvas (Is. 1.23; 20.2; Ml. 3.5). No Novo Testamento, a viúva –
chêra em grego – é uma classe de pessoas desprotegidas, portanto carente de
cuidados. As viúvas tiveram a consideração de Jesus, ele as colocou como
exemplo de generosidade (Mc. 12.41-44; Lc. 21.1-4). Os doutores da lei foram
criticados com veemência por Ele em virtude do tratamento que davam às viúvas
(Mt. 12.40; Lc. 20.47). Um dos primeiros desafios enfrentados pela igreja
cristã dizia respeito aos cuidados com as viúvas, para esse fim foram
instituídos os diáconos (At. 6.1-6). Posteriormente, Paulo dá orientações
específicas em relação ao cuidado das viúvas (I Tm. 5.3-16), esse mesmo
apóstolo também endossa o novo casamento em tais casos, contanto que seja no
Senhor (I Co. 7.8; I Tm. 5.14). Para Tiago, a religião imaculada consiste
justamente no cuidado com viúvas e órfão (Tg. 1.27).
II O ASPECTO SOCIAL DA VIUVEZ
1.
O
desamparo na viuvez.
O estado de “viuvez” não se circunscreve
apenas a um estado civil, decorrente da dissolução do casamento pela morte do
cônjuge, mas tem em si mesma, a ideia de desamparo, de falta de companhia, de
solidão, de extrema perda que faz com que a pessoa fique desolada, desamparada,
sem ajuda, o que era extremamente compreensível nos tempos bíblicos em que a
mulher que, tendo se casado, perdia seu marido, passava a viver uma situação
extremamente precária, já que a mulher dependia do marido para sobreviver numa
sociedade em que não se dava à mulher qualquer oportunidade de buscar, por si
mesma, o seu sustento. A viuvez, sem dúvida alguma, traz para o seu portador
não só carências econômico-financeiras, pois, ainda que hoje em dia a mulher
esteja inserida no mercado de trabalho, não resta dúvida de que a perda do
cônjuge produz abalo significativo na renda familiar (até porque são as
necessidades econômico-financeiras que levam ambos os cônjuges a trabalhar na
atualidade), mas, também, um estado psicológico adverso, pois se trata da perda
de alguém que se amava e com quem se decidiu formar uma vida em comum. Assim,
ao lado de todo o abalo produzido pela morte, já objeto de estudo na lição 3
deste trimestre, temos ainda esta carga socioeconômica.
2.
O amparo da igreja
Contra esta forma de
tratamento aviltante proporcionada pelo homem sem Deus, o Senhor traz um modo
radicalmente diferente para a questão. Já no limiar da lei de Moisés, no
denominado “código mosaico” que acompanha a solene proclamação dos dez
mandamentos, o Senhor mostra como se deveria tratar a viúva: “A nenhuma viúva nem órfão afligireis”
(Ex.22:22).
O
Senhor reconhece a situação de aflição vivida pelo viúvo, o drama não só para a
sua sobrevivência sobre a face da Terra, materialmente falando, mas, também, o
estado psicológico e afetivo adverso, e, como Ele conhece e sonda os corações
de todos os homens (I Sm.16:7; Jo.2:25), não permitiu que o Seu povo pudesse
trazer à viúva outra aflição além daquelas decorrentes da morte do cônjuge.
Não
podemos acrescentar àquele que já sofre a perda do cônjuge e a desestruturação
de seu lar por um fato por si só doloroso e de difícil administração como é a
morte, outras aflições como o desprezo, a desconsideração, a exclusão. A partir
desta ordem divina a Israel, aplicável em nossos dias porque traduz uma
expressão moral do Senhor, que não muda (Ml.3:6), veremos, claramente, no texto
sagrado, que o Senhor sempre está pronto a auxiliar e ajudar as viúvas e os
órfãos, a ponto de ser chamado, nas Escrituras, de “pai de órfãos e juiz das
viúvas” (Sl.68:5).
Vemos que
Muitos são os textos bíblicos que chamam a atenção da igreja local para atuar
socialmente junto às viúvas (Dt 24.19; 26.12,13; Sl 67.6; Is 1.17; 1 Tm 5.16).
Mas dois textos chamam-nos a atenção no cuidado às viúvas. No primeiro, o
profeta diz: “Não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o
pobre, nem intente o mal cada um contra o seu irmão, no seu coração” (Zc 7.10).
E no segundo, o apóstolo Paulo fala ao líder: “Honra as viúvas que
verdadeiramente são viúvas” (1 Tm 5.3). Aprendemos, portanto, pela Palavra de
Deus, que as viúvas que se enquadram no que preceitua as Escrituras (1 Tm 5.5)
devem ser honradas na Casa do Senhor. Tal amparo não pode ser apenas de
palavras, mas de ação social, psicológica e espiritual.
Os diáconos foram instituídos também com o fim de
ajudarem as viúvas gregas. At. 6.1-6
Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma
murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas
no ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos,
disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às
mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios
do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante
negócio.
Para
superar a aflição psicológico-afetiva adversa que acompanha o estado de viuvez,
faz-se mister que cooperemos para que esta sensação de solidão e de desamparo
seja mitigado entre os viúvos, fazendo que com se relacionem conosco nos
momentos de alegria e de confraternização, não os deixando sós, mas os
incentivando e os estimulando a travar relacionamentos fraternos com os seus
irmãos, com os que com eles convivem. O tratamento com dignidade não envolve
apenas o exercício da filantropia, com a entrega de recursos mínimos para a
sobrevivência material da viúva, ou atitudes que envolvam a viúva nos
relacionamentos sociais, minorando a sua solidão, mas também requer o
tratamento diante de seus direitos, o reconhecimento de sua cidadania. As
viúvas devem ser honradas na Casa do Senhor. Tal amparo não pode ser apenas de
palavras, mas de ação social, psicológica e espiritual.
CONCLUSÃO
Diversos são os fatores que podem
levar uma família a passar necessidades: desemprego doenças, a ausência de um
provedor ou mesmo a preguiça ou descaso por parte dos responsáveis para com os
seus dependentes. Lembremo-nos de que estas coisas podem acontecer tanto para os
que temem ao Senhor quanto para os que não o temem.
Diante
do luto e da condição de viuvez, a igreja tem papel importante. Cabe a ela
saber imediatamente da perda. É triste saber que existem casos em que um irmão
perde o cônjuge e a igreja sequer toma conhecimento. O ideal é o acompanhamento
espiritual, e quando for o caso, financeiro. Ninguém deve julgar as respostas
emocionais ou verbais da pessoa viúva. Esse é um momento difícil, que pode
resultar em extremos emocionais, as lágrimas surgem com facilidade. Ao invés de
falar todo tempo, use mais os ouvidos, deixe a pessoa viúva falar a respeito da
sua perda, ore com ela, e a encoraje (I Ts. 5.11).
QUESTIONÁRIO
1. Segundo a lição, defina viuvez.
R. A viuvez é o estado social e psicológico de
um cônjuge quando da morte do outro. Assim, viúva é a mulher cujo esposo
faleceu e, no entanto, não voltou a contrair novas núpcias. Tal princípio é o
mesmo em relação ao homem.
2. Que problemas sérios podem se desenvolver na vida do viúvo?
R. É superar a solidão que, advinda do luto, pode
comprometer a vida da viúva ou do viúvo.
3. Cite exemplos bíblicos de superação da viuvez.
R. A profetisa Ana e a
viúva de Sarepta.
4. De acordo com a lição, qual é o melhor procedimento para superar a dor
da viuvez?
R. A viúva ou o viúvo
no Senhor deve servi-lo ainda que a sua condição não seja das melhores.
5. Como deve proceder o viúvo cristão?
R. Os viúvos jamais
devem se entregar à solidão e ao isolamento, mas viverem a vida que é o dom de
Deus.
REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
A Bíblia
Sagrada Versão Digital 6.0 Freeware
BAYLE, J. Enfrentando a morte. São Paulo: Mundo Cristão, 1995.
CRABB, L. Sonhos despedaçados. São Paulo: Mundo Cristão, 2004.
CRABB, L. Sonhos despedaçados. São Paulo: Mundo Cristão, 2004.
Bíblia
de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD;
Bíblia
de Estudo Pentecostal, CPAD;
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2009.
http://auxilioebd.blogspot.com.br/2012/07/licao-4-as-aflicoes-da-viuvez.html
http://ebdadtaqnorte.blogspot.com.br/2012/07/licao-5-as-aflicoes-da-viuvez.html
Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2012, Jovens e
Adultos, Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o
Senhor o livra de todas; Comentarista: Eliezer de Lira e Silva; CPAD.
Revista Ensinador
Cristão CPAD, Nº 51