sexta-feira, 31 de maio de 2013
LIÇÂO 9 A FAMÍLIA E A SEXUALIDADE
INTRODUÇÃO
Deus é o Criador do sexo, visando não apenas a
procriação, mas também o prazer dos cônjuges. Mas esse tem sido instrumento de
banalização na sociedade contemporânea, marcada pela erotização. Na lição de
hoje trataremos a respeito desse importante tema, ainda pouco compreendido, até
mesmo entre os cristãos. Inicialmente apresentaremos algumas abordagens
sociológicas em relação à sexualidade, em seguida, o significado bíblico da
sexualidade, e por último, destacaremos os princípios cristãos para a
sexualidade sadia.
1. ABORDAGENS
SOCIOLÓGICAS SOBRE A SEXUALIDADE
A sexualidade humana é um assunto bastante
completo, além de controvertido. Isso porque envolve fatores diversos, dentre
eles, o biológico, o gênero, as emoções, pensamentos, comportamentos, atitudes
e valores. As abordagens sociológicas modernas e pós-modernas tendem a rechaçar
a repressão à sexualidade. A teoria psicanalítica de Freud favoreceu o
liberalismo sexual que testemunhamos nesses últimos anos. A percepção do sexo,
para esse pensador, é uma expressão da sua animalidade. Assim sendo, sua
repressão não passaria de um condicionamento social. Após o período pós-guerra,
surgiu um movimento na sociedade com vistas à liberação dessa chamada
“repressão sexual”. Uma manifestação concreta dessa abordagem foi a criação da
revista Playboy, por Hugh Hefner. Essa atitude também resultou na coisificação
da mulher, transformando-a em mero objeto de desejo. A obsessão pelo sexo,
bastante comum nos dias atuais, mostra que existe algo errado em relação ao
sexo. A erotização exacerbada está transformando as pessoas em sexólatras. Há
inclusive uma indústria do sexo para alimentar os vícios, dentre eles a
pornografia, que pode levar à prostituição. As teorias sociais mais
equilibradas em relação à sexualidade reconhece que essa é tanto biológica
quanto social. As pessoas nascem homem ou mulher, mas carecem também de
desenvolvimento, para manifestar a sexualidade. Os aspectos psicológicos também
não podem ser descartados. O desenvolvimento do desejo sexual acontece no
cérebro como resposta ao estímulo social. Uma região do cérebro, denominada
córtex cerebral, determina o prazer sexual. A erotização da sociedade está
fazendo com que as crianças desenvolvam, cada vez mais cedo, o desejo sexual. A
mídia, principalmente a televisão, explora demasiadamente o corpo feminino.
Como resultado, a iniciação sexual dos jovens está acontecendo cada vez mais
cedo.
2. O
SIGNIFICADO BÍBLICO DA SEXUALIDADE
A sociedade contemporânea desconhece, e em alguns
casos, se opõe ao modelo bíblico de sexualidade. A negação da doutrina do
pecado, revelada na Bíblia, (Rm. 3.23), contribui para práticas contrárias ao
padrão divino. A doutrina da queda precisa ser enfatizada, ressaltando suas
implicações inclusive quanto à sexualidade. Práticas homossexuais, e também
heterossexuais, estão marcadas pelo pecado. O princípio bíblico da sexualidade
se encontra em Gn. 1.27,28, homem e mulher foram criados a imagem de Deus,
macho e fêmea. O propósito fundamental do ato sexual é a procriação. A
sexualidade, por conseguinte, é parte do projeto inicial de Deus, antes mesmo
do pecado. A complementação do homem e da mulher se concretiza com maior
propriedade durante a relação sexual. O homem e a mulher foram criados, por
Deus, para o prazer sexual. Após a queda, conforme atestamos em Gn. 3.17-19, a
sexualidade perdeu o equilibro inicial. Isso tem resultado em distorções, não
apenas no comportamento homossexual, reprovado na Bíblia (Rm. 1.24-27; I Co.
6.11), mas também heterossexual. Não apenas a prática homossexual é pecado,
também a relação com animais (Lv. Dt. 27.21); a prostituição (I Ts. 4.3); a
fornicação (I Co. 6.15), o estupro (Dt. 22.25,26), o incesto (Dt. 27.20-23); a
poligamia (Lv. 18.18) e o adultério (Dt. 22.22). A palavra grega porneia, no
Novo Testamento, comumente traduzida por imoralidade sexual, abrange toda essa
gama de pecados sexuais. A sexualidade, de acordo com a Palavra de Deus, é
digna de honra, pois “venerado seja entre todos o matrimônio, e o leito sem
mácula” (Hb. 13.4). Ainda que Paulo tenha recomendado que o melhor fosse ficar
solteiro, ele mesmo reconhece que nem todos têm esse dom (I Co. 7.7-8). Na
verdade, ao invés do abrasamento, e de um celibato imposto, o melhor mesmo é
casar (I Co. 7.9). E tem mais, marido e mulher têm obrigações sexuais a serem
cumpridas (I Co. 7.2-5). A negação do ato sexual, defendido pelo catolicismo, é
influência do platonismo grego. O livro bíblico de Cantares é uma expressão
poética da sexualidade vivida de acordo o padrão divino (Ct. 1.2; 16; 4.1-5;
5.11-16; 7.1-8).
3. ORIENTAÇÕES
CRISTÃS PARA A SEXUALIDADE
Existem muitas dúvidas em relação à sexualidade no
contexto cristão. Os crentes geralmente querem respostas para perguntas
específicas. Mas a Bíblia não apresenta respostas para todas as perguntas,
apenas alguns princípios gerais. A seguir destacamos algumas orientações para a
sexualidade cristã: 1) o grau de envolvimento sexual deve ser proporcional ao
grau de amor e compromisso, por isso o sexo antes do casamento não pode ser
motivado; 2) limites devem ser postos, a fim de evitar desejos desenfreados,
que viciam; 3) os cônjuges devem testar suas motivações pessoais para o
envolvimento e atividade físicas, não apenas o prazer individual; 4) a
comunicação, mais propriamente, o diálogo deve fazer parte do ato sexual, os
cônjuges devem conversar a respeito; 5) ambos os cônjuges são responsáveis de,
através do diálogo, determinar quais são os limites da relação; 6) nem tudo
pode ser permitido, ainda que, não necessariamente seja pecado, o respeito pelo
outro deve ser considerado. O princípio da mutualidade deve conduzir a relação
sexual, o marido e a mulher devem buscar a satisfação do outro. Como resultado,
ambos conseguirão extrair o melhor do relacionamento sexual, consoante a
orientação paulina em I Co. 7.4,5. A palavra-chave grega, nesse texto, é
symphomnou, isto é, em sintonia. A relação sexual entre um marido e uma mulher,
como respaldada pela Bíblia, é uma harmoniosa sinfonia. Isso acontece quando a
sexualidade está fundamentada em uma aliança incondicional, não em um mero
contrato, ou mesmo no desejo sexual desenfreado, que é pecado. Isso também
envolve graça, a aceitação das limitações do outro, inclusive na área sexual. A
erotização supervalorizou o orgasmo, ele foi escolhido como manifestação da
liberação sexual feminina. É natural que as mulheres o busquem, mas sem
transformá-lo em uma obsessão. Os cônjuges devem tirar proveito daquilo que um
pode oferecer ao outro no ato sexual, sem cobranças descabidas ou imposições. A
intimidade sexual deve aumentar na medida em que também aumenta o grau de
compromisso no casamento.
CONCLUSÃO
O sexo foi criado para o homem e a mulher não
apenas para a procriação, mas também para o prazer. Marido e mulher, diante de
Deus, e em conformidade com a Bíblia, devem investir no ato sexual. Nada há de
pecado na sexualidade sadia, dentro da aliança conjugal, firmada perante Deus e
os homens. A proibição do sexo, mesmo dentro do casamento, enfatizada em
algumas igrejas, é influência do dualismo grego. O ato sexual, se praticado dentro
dos princípios bíblicos, é também uma forma de glorificar a Deus (II Tm. 3.16).
BIBLIOGRAFIA
BALSWICK, J.,
BALSWICK, J. The Family: a christian
perspective on the contemporary home. Grand Rapids: Baker Academic,
2007.
KOSTENBERGER, A. J., JONES, D. W. Deus, casamento e família: reconstruindo o fundamento bíblico. São
Paulo: Vida Nova, 2011.Prof. José Roberto A. Barbosa
sexta-feira, 24 de maio de 2013
LIÇÂO 8 EDUCAÇÃO CRISTÃ, RESPONSABILIDADE DOS PAIS
INTRODUÇÂO
Vivemos em dias difíceis, a respeito dos quais
tratou Paulo em sua Epístola a Timóteo (II Tm. 3.1-2). Especialmente para a
criação dos filhos no temor do Senhor, tendo em vista que os valores cristãos
estão sendo cada vez mais solapados pela mídia. Diante dessa situação,
estudaremos, na lição de hoje, a respeito da importância da educação cristã,
principalmente no contexto familiar, sob a responsabilidade dos pais.
Inicialmente trataremos a respeito da educação no Antigo, e depois no Novo
Testamento. Ao final, faremos um apelo para que os pais invistam não apenas na
formação profissional, mas também espiritual dos seus filhos.
1. EDUCAÇÃO
CRISTÃ, CONCEITOS FUNDAMENTAIS
O conceito de educação é bastante amplo, e por
demais complexo. O verbo educar, em latim, significa instruir, orientar. Mas as
definições de educação dependem bastante das concepções teóricas envolvidas. Em
várias instituições educacionais, a abordagem educacional está atrelada à mera
informação. A maioria das escolas dos dias atuais, preocupadas com o mercado de
trabalho, repassam apenas conteúdos. A educação é meramente bancária, os alunos
vão para a escola apenas para receberem informações. Por conseguinte, valores
que deveriam ser trabalhados pela escola, tais como o respeito pelo próximo,
são relegados a segundo plano. Um reflexo desse modelo educacional é a ausência
de posicionamentos éticos por parte daqueles que frequentam os bancos
escolares. Os alunos estudam bastante, conseguem entrar nas universidades, mas
não se comprometem com o outro. Evidentemente isso acontece também porque a
filosofia educacional que predomina nas escolas é materialista. A ênfase no
mercado e a desconsideração de uma ética maior estão fortalecendo o
individualismo. De modo que, na sociedade, e às vezes nas igrejas, o tratamento
é cada um por si, ninguém considera mais o próximo. Isso acontece também por
falta de uma cosmovisão cristã em relação à educação. Não podemos esquecer que
o ser humano caiu no Éden, e isso resultou no distanciamento do Criador e do
próximo. Em consonância com a pedagogia de Jesus, precisamos ensinar a verdade
às pessoas, inclusive às crianças, pela Palavra de Deus (Mc. 4.33; Lc. 24.27).
O Mestre Jesus valorizava as pessoas, independentemente da condição social,
fosse uma adúltera, como a mulher samaritana (Jo. 4), ou um doutor da lei, como
Nicodemos (Jo. 3). A educação cristã, seja na igreja ou na família, deve partir
das Escrituras, que é útil, a fim de conduzir as pessoas à santificação (II Tm.
3.16).
2. EDUCAÇÃO
CRISTÃ NO ANTIGO TESTAMENTO
Antes de 2.500 a. C já identificamos, no Antigo
Testamento, um sistema educacional formal e estruturado, a fim de treinar as
crianças, desde a infância (Pv. 22.6). A educação, naquele contexto, deveria
oportunizar o desenvolvimento de uma profissão, mas, sobretudo, o caráter.
Samuel é um exemplo de um jovem que fora instruído, desde cedo, ao serviço do
Senhor, sob a supervisão do sacerdote Eli (I Sm. 3.10). A competência para a
leitura, tendo em vista o domínio das leis, era estimulada desde cedo (Dt. 6.9;
17;18,19; 27.2-8; Js. 18.4,9; Jz. 8.14; Is. 10.19). Talvez por causa do excesso
de imagem, principalmente por causa da influência da televisão, as crianças
estão lendo cada vez mais tarde. Isso é preocupante, ao invés de lerem um
livro, que desperta a imaginação, procuram antes o filme. No Antigo Pacto as
ordenanças divinas eram valiosas, por isso deveriam ser ensinadas (Dt. 4.9,10;
6.20), a fim de desenvolver princípios éticos (Lc. 19.2). A instrução não se
voltava apenas ao domínio das leis, mas, principalmente, à justiça social (Am.
2.6,7), e ao temor do Senhor, princípio de toda sabedoria (Pv. 1.2-4; 9.10).
Durante o cativeiro babilônico surgiu a sinagoga, que serviu como instituição
formal para a educação, para a leitura da Torá. A primeira escola do judeu era
o seu lar, em casa os filhos aprendiam os rudimentos da fé. Isso porque, na
cultura judaica, a família era a base da sociedade. As crianças tinham valor, e
pesava, sobre os pais, a responsabilidade de educá-los, por serem dádivas de
Deus (Jó. 5.25; Sl. 127.3; 128.3,4). Alguns pais não querem mais se comprometer
com a educação dos seus filhos. Por causa do ativismo, inclusive na igreja,
muitos pais estão deixando os filhos à mercê da televisão. Os estragos têm sido
os mais terríveis, filhos inseguros, com valores distorcidos, tomados pela
rebeldia. O treinamento das crianças, no Antigo Testamento, envolvia também a
formação artística (I Sm. 16.11; II Rs. 4.18; Jz. 21.21; Lm. 5.14). Essa
formação deve ser considerada pelos pais, pois a arte exerce um papel na construção
do caráter. A instrução quanto as prendas domésticas também recebia atenção,
principalmente para as meninas (Ex. 35.25; II Sm. 13.8).
3. EDUCAÇÃO
CRISTÃ NO NOVO TESTAMENTO
O estudo ocupou papel de destaque no
ministério de
Jesus, não por acaso a Ele se referiam como Rabi, Mestre (Jo. 3.2).
Jesus
ensinava, a multidão ficava maravilhada com Suas instruções (Mt. 5.1). O
conteúdo da Sua mensagem era o evangelho do Reino, fundamentado na
Palavra de
Deus (Mt. 4.23). A pedagogia do Reino, conforme ensinada por Jesus,
estava
fundamentada no amor-agape (Mt. 12.31; Jo. 15.12). Essa é uma falha no
sistema
educacional humano. Ninguém fala em amor, o afeto, uma carência
fundamental do
ser, está sendo desconsiderada. Os escritos de alguns educadores, dentre
eles Paulo Freire e Rubem Alves, têm alertado os professores para esse
importante aspecto.
Contrariando a lógica do mercado, que sempre quer tirar vantagem em
tudo, Jesus
ensina a perdoar, e às vezes a ganhar através da perda (Mt. 18.21). A
coisificação do ser, resultante do modelo de mercantilização da pessoa,
deve
dar lugar à dignidade. Jesus respeitava as pessoas, não desprezava as
mulheres e
as crianças, o que era comum naqueles dias (Mt. 18.1,10). Mas Jesus
também chamou a
atenção para a realidade do pecado. As crianças estão cada vez menos
comprometidas com outro porque não são ensinadas a esse respeito. O
pecado tem causado
transtornos terríveis à sociedade, o maior deles é o distanciamento de
Deus (Rm.
3.23). A supervalorização do dinheiro, bastante comum hoje em dia, deve
ser
questionada, tanto na igreja quanto no lar (Mc. 10.21). Os pais precisam
não apenas através das palavras, mas também de ações, mostrar aos
filhos que não são
controlados pelo consumismo. Existem várias métodos para o ensino da
Palavra de
Deus às crianças, as estórias tem muito efeito. Jesus era um contador de
histórias, suas parábolas atraiam a atenção dos ouvintes (Mt. 13.3). O
Mestre
aproveitava todas as oportunidades e lugares para ensinar os princípios
divinos (Lc. 9.14). Os pais precisam investir em momentos familiares
para a formação dos seus filhos.
CONCLUSÃO
Os filhos são herança de Deus,
recompensa do Senhor
(Sl. 127.3), por isso devem ser ensinados com amor a fim de que
desenvolvam o
temor a Deus (Ef. 6.1-4). A educação secularizada, a não ser nas escolas
confessionais evangélicas, não investe na formação espiritual das
crianças.
Diante dessa realidade, a igreja, através da Escola Dominical, e os
pais, no convívio doméstico, devem instruir seus filhos nos caminhos do
Senhor. A orientação de Pv.
22.6, que se trata de um princípio geral, deve nos motivar à educação
cristã dos nossos filhos,
a fim de que esses, quando crescerem, permaneçam na Palavra de Deus.
BIBLIOGRAFIA
GANGEL,
K., HENDRICKS, H. (eds.) Manual
de ensino para o educador. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
LEBAR, L. E. Educação
que é cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.sexta-feira, 17 de maio de 2013
LIÇÃO 07 O DIVÓRCIO
A aula de
hoje tende a ser polêmica, tendo em vista que o tema divórcio é um dos assuntos
mais controvertidos das Escrituras. Ciente dessa realidade, objetivamos, com
esta aula, não apenas esclarecer, com base na Bíblia, o que é e as
possibilidades de divórcio, mas, também, apresentar encaminhamentos para que os
crentes evitem, sempre que possível, passar por essa experiência frustrante.
1. O
DIVÓRCIO NO ANTIGO TESTAMENTO
A palavra
divórcio, do latim “divortium”, significa separar-se e diz respeito ao acordo
judicial que os cônjuges, em comum acordo, decidem, perante a lei, dissolver o
vínculo do casamento. No Antigo Testamento, essa prática era concretizada
através da dissolução do vínculo matrimonial, dando o direito da parte inocente
contrair novas núpcias (Dt. 24.2), a esse tipo de divórcio, ou repúdio, Jesus
se refere em Mt. 5.31,32; 19.9. As razões que justificam o divórcio, de acordo
com a Lei Mosaica, se encontram em Dt. 24.1-4, expressamente quando o homem
identificasse, na mulher, uma “coisa indecente” ou “feia”. Em conformidade com
a Lei de Moisés, o homem não podia conceder divórcio à mulher por dois motivos:
1) quando a esposa fosse acusada falsamente de infidelidade sexual (Dt.
22.13-19); e 2) quando um homem tirasse a virgindade de uma mulher e fosse
compelido a se casar com ela (Ex. 22.16,17; Dt. 22.28,29). No Antigo
Testamento, encontramos dois contextos nos quais o divórcio foi recomendado, o
primeiro no caso de casamentos mistos, depois que os judeus retornaram do
cativeiro babilônico (Ed. 9 e 10; Ne. 13). Em Ml. 2.16, texto no qual Deus
revela Sua insatisfação com o divórcio, também, nos versículos 14 e 15, orienta
para que os judeus retornem à mulher da sua mocidade. As tentativas de
interpretação dos textos do Antigo Testamento deu origem, no período
interbíblico, a duas escolas: Shammai – extremamente radical, defendia que o
divórcio somente poderia acontecer em casos de adultério. Para esse rabino
judeu, a “coisa indecente” de Dt. 24.1 se referia ao pecado sexual; Hillei, -
mais liberal, argumentava que o divórcio poderia acontecer por qualquer motivo,
assim sendo, a expressão “coisa indecente”, seria qualquer coisa que o marido
não gostasse na mulher. Se o marido não gostasse da comida preparada por sua
esposa poderia considerar isso uma “coisa indecente”, justificando o divórcio.
2. O
DIVÓRCIO NO NOVO TESTAMENTO
Esse era
o contexto no qual o Senhor Jesus se deparou, e a respeito do qual lemos em Mt.
5.31,32, em que o Mestre se opõe ao divórcio por qualquer motivo, a não ser em
virtude de relações sexuais ilícitas. Certamente o divórcio era muito comum
naqueles dias, não por acaso a mulher samaritana já havia se divorciado cinco
vezes (Jo. 4.18), o objetivo do Senhor era coibir as interpretações
demasiadamente liberais a respeito do assunto. A palavra grega para “relações
sexuais ilícitas” é porneia, que aparece no Novo Testamento para se referir não
especificamente ao adultério, mas a prostituição, fornicação, adultério e
imoralidade. Esse termo grego é mais amplo, e diz respeito a todo e qualquer
tipo de relação sexual ilícita, diferentemente de moicheia, que tecnicamente se
refere ao adultério, restrito aos casados (Mc. 7.21). Em Mt. 19.3-12, o
divórcio explicitado por Jesus está no contexto de uma pergunta feita pelos
fariseus, com base nas escolas de interpretação em evidência na época, mais
especificamente a de Shammai e Hillei (Mt. 19.3). Os fariseus queriam
posicionar Jesus dentro de uma dessas escolas de interpretação judaica em
relação ao divórcio. A resposta de Jesus não se inscreve em nenhuma dessas
escolas, Ele remete diretamente ao princípio escriturístico de Gn. 2.24, da
indissolubilidade do casamento. O Senhor adverte que “quem repudiar sua mulher,
não sendo por causa de relações sexuais ilícitas (porneia no grego) e casar com
outra, comete adultério (moicheia no grego). Através de Moisés, Deus permitiu
que se entregasse Carta de Divórcio (ou de Repúdio) por causa da dureza do
coração dos homens (Mt. 19.7,8). O divórcio, por conseguinte, é resultante da
natureza caída, da perversão dos corações dos homens. Nas Epístolas de Paulo
existem poucas passagens alusivas ao divórcio, as principais delas são Rm.
7.1-3 e I Co. 7.10-15. Na primeira passagem o apóstolo dos gentios não está
tratando diretamente a respeito do divórcio, antes pretende ilustrar, a partir
da indissolubilidade do casamento, a liberdade que há em Cristo, em comparação
com a Lei Mosaica. Como regra geral, enquanto o marido viver a mulher estará
ligada a ele pelo matrimônio, mas Paulo não está tratando da exceção, quando
ocorre divórcio (Rm. 7.3). Na passagem da Epístola aos Coríntios, Paulo orienta
os casais crentes, mais especificamente às mulheres, que “não se apartem dos
seus maridos”, mesmo que eles sejam descrentes. A exceção é se o marido
descrente não quiser conviver com a esposa crente, e resolver abandoná-la,
nesse caso ela está livre, não mais sujeita à servidão (I Co. 7.10-15).
Evidentemente todo esforço deve ser feito para que as partes vivam em paz, e
que haja espaço para a reconciliação, o divórcio deve ser sempre a última
saída. Como o texto bíblico afirma que a parte vitimada “não fica sujeito à
servidão”, infere-se que essa está livre para contrair novas núpcias, contanto
que seja “no Senhor” (I Co. 7.39).
3. O
DIVÓRCIO E A IGREJA
No Brasil
o divórcio foi instituído, oficialmente, com a Emenda Constitucional n. 9, de
28 de junho de 1977 e regulamentada pela Lei 6515 de 26 de dezembro desse mesmo
ano. A Lei 11441, de 4 de janeiro de 2007, facilitou mais ainda a ocorrência do
divórcio, tendo em vista que esse passou a ser requerido por via
administrativa, dispensando a necessidade de uma Ação Judicial, bastando apenas
que um advogado compareça ao tabelionato de notas com um requerimento, mas essa
facilidade somente é possível caso os casados não tenha filhos menores ou
incapazes. O divórcio no Brasil tem crescido consideravelmente, em 23 anos, deu
um salto para 200%, um divórcio para cada quatro casamentos. Em 2009 surgiu a
PEC 0028/2010, que posteriormente se transformou na EC 66/2010, que simplifica a
concretização do divórcio, acabando com o cumprimento de prazos para a sua
realização. Mas o posicionamento da Igreja deve ser diferente daquele exarado
na Legislação. O divórcio, em oposição ao que vem fazendo o governo, não deve
ser incentivado pela Igreja. Os dois casos com respaldo bíblicos para o
divórcio são: a imoralidade sexual da parte do cônjuge e o abandono do
descrente pela parte incrédula. Nesses casos, ao que tudo indica, há possibilidade de novo casamento. Evidentemente a
Igreja precisa ser cuidadosa e avaliar cada caso individualmente, um exemplo é
o de irmãs que não são abandonadas pelo marido descrente, mas que são vítimas
de espancamento. Outro aspecto a ser considerado é o caso de pessoas que se
divorciaram antes de virem para a igreja, no tempo da ignorância (At. 17.30),
não podendo ser julgadas a partir dos mesmos critérios daqueles que sempre
foram crentes (II Co. 5.17). As pessoas que passaram pela frustrante e
angustiante experiência do divórcio, especialmente antes de se tornarem crentes,
devem ser amparadas pela igreja, como fez Jesus com a mulher samaritana (Jo.
4.17,18).
CONCLUSÃO
Consoante
ao exposto, compreendemos, pela Bíblia, tanto o Antigo quanto o Novo
Testamento, que o divórcio não deve ser incentivado pela igreja. Muito pelo
contrário, o princípio da indissolubilidade do casamento, como aliança, é a
base do relacionamento. Mas por causa da imoralidade sexual, e do abandono do
cônjuge, é possível que o casamento termine em divórcio. Nesses casos, a parte
vitimada tem liberdade de contrair novas núpcias, contanto que seja no Senhor.
BIBLIOGRAFIA
LUGT, H.
V. Divórcio: o que a Bíblia ensina. Curitiba: Publicações RBC, 2008.
SILVA, E.
S. Analisando o divórcio à luz da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
Prof. José Roberto A. Barbosa
sábado, 11 de maio de 2013
LIÇÃO 6: A INFIDELIDADE CONJUGAL
INTRODUÇÃO
A infidelidade conjugal é um sério problema, e que compromete o futuro do casamento. Por isso, a igreja precisa aprender a lidar biblicamente com essa realidade. Na aula de hoje trataremos a respeito do conceito bíblico de infidelidade, bem como da sua abordagem, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Ao final, apresentaremos encaminhamentos práticos a fim de evitar a infidelidade no casamento.
A infidelidade conjugal é um sério problema, e que compromete o futuro do casamento. Por isso, a igreja precisa aprender a lidar biblicamente com essa realidade. Na aula de hoje trataremos a respeito do conceito bíblico de infidelidade, bem como da sua abordagem, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Ao final, apresentaremos encaminhamentos práticos a fim de evitar a infidelidade no casamento.
1. A INFIDELIDADE CONJUGAL: DEFINIÇÃO
BÍBLICO-TEOLÓGICA
A infidelidade conjugal, no contexto bíblico, diz respeito ao ato sexual de uma pessoa casada com outra que não é o seu cônjuge. O termo mais específico para a infidelidade conjugal é adultério, tendo em vista que o ato sexual antes do casamento é reconhecido como fornicação. A palavra hebraica no Antigo Testamento para adultério é naaph, que aparecem em dois contextos distintos. No primeiro diz respeito à violação do relacionamento conjugal em que o esposo ou a esposa tem um envolvimento sexual com uma terceira parte. Essa palavra ocorre mais de trinta vezes, principalmente na literatura profética, para se referir ao adultério moral de Israel, seu distanciamento de Deus (Jr. 2.33; 7.9; 23.14; 29.23; Os. 4.2; Ml. 3.5). No Novo Testamento, a palavra grega para adultério é moichos, substantivo associado àqueles que se tornaram culpados em virtude da infidelidade conjugal (Lc. 18.11; I Co. 6.9; Hb. 13.4). Esse termo também é usado metaforicamente, para fazer referência às pessoas que traíram a Cristo, e se envolveram com o mundo (Tg. 4.4). Atrelado a essa palavra encontramos também o termo grego moicheia, que é o pecado físico do adultério (Mt. 15.19; Mc. 7.21; Jo. 8.3; Gl. 5.19). Na língua portuguesa, a palavra adultério vem do grego adulterium, que significa dormir em cama alheia. Mas é preciso ter cuidado para não confundir adultério – moicheia em grego, com imoralidade sexual – porneia em grego, tem a ver com fornicação, ou qualquer tipo de imoralidade sexual (Mt. 5.32).
A infidelidade conjugal, no contexto bíblico, diz respeito ao ato sexual de uma pessoa casada com outra que não é o seu cônjuge. O termo mais específico para a infidelidade conjugal é adultério, tendo em vista que o ato sexual antes do casamento é reconhecido como fornicação. A palavra hebraica no Antigo Testamento para adultério é naaph, que aparecem em dois contextos distintos. No primeiro diz respeito à violação do relacionamento conjugal em que o esposo ou a esposa tem um envolvimento sexual com uma terceira parte. Essa palavra ocorre mais de trinta vezes, principalmente na literatura profética, para se referir ao adultério moral de Israel, seu distanciamento de Deus (Jr. 2.33; 7.9; 23.14; 29.23; Os. 4.2; Ml. 3.5). No Novo Testamento, a palavra grega para adultério é moichos, substantivo associado àqueles que se tornaram culpados em virtude da infidelidade conjugal (Lc. 18.11; I Co. 6.9; Hb. 13.4). Esse termo também é usado metaforicamente, para fazer referência às pessoas que traíram a Cristo, e se envolveram com o mundo (Tg. 4.4). Atrelado a essa palavra encontramos também o termo grego moicheia, que é o pecado físico do adultério (Mt. 15.19; Mc. 7.21; Jo. 8.3; Gl. 5.19). Na língua portuguesa, a palavra adultério vem do grego adulterium, que significa dormir em cama alheia. Mas é preciso ter cuidado para não confundir adultério – moicheia em grego, com imoralidade sexual – porneia em grego, tem a ver com fornicação, ou qualquer tipo de imoralidade sexual (Mt. 5.32).
2. A INFIDELIDADE CONJUGAL NO ANTIGO E NOVO
TESTAMENTO
O adultério era terminantemente proibido no Antigo Testamento (Dt. 5.18), mais especificamente no Decálogo (Ex. 5.18). O pecado da infidelidade conjugal, ou mais precisamente, do adultério, era tão grave que a punição deveria ser com a morte (Lv. 20.10; Dt. 22.22). A recomendação rabínica era que a morte deveria acontecer por estrangulamento. Nos tempos de Jesus, a punição se dava por apedrejamento, e que os culpados deveriam ser pegos no ato do pecado (Jo. 8.5). O adultério era tido como um crime horrendo no Antigo Pacto (Jó. 31.11), por isso os profetas advertiram o povo de Israel quanto ao envolvimento nesse tipo de pecado (Pv. 2.17). O profeta Natan repreendeu o rei Davi por causa do seu pecado de adultério, seguido de homicídio (II Sm. 12.7), o qual orou a Deus, suplicando perdão (Sl. 51). Os livros sapienciais, com maior propriedade o de Provérbios, trazem instruções a fim de que o homem não se envolva em pecado de adultério (Pv. 6.29-32). A gravidade do adultério é percebida também na Bíblia porque esse pecado justifica o divórcio (Dt. 24.1; Mt. 19.9). Isso porque o adultério compromete os laços conjugais (I Co. 6.15-17; Hb. 13.4) concretizados no enlace matrimonial (Gn. 2.24). Para Jesus, o ato do adultério vai além do contato dos corpos, o olhar desejoso de um homem para um mulher, cometeu pecado em seu coração (Mt. 5.28). A prática constante do adultério pode resultar em apostasia, provocando esfriamento espiritual, e distanciando a pessoa de Cristo (I Co. 6.9,10). O caso de adultério – ou infidelidade conjugal – de Davi, anteriormente mencionado, revela algumas lições: 1) ninguém está imune à tentação, qualquer pessoa pode cair em adultério, até mesmo um guerreiro como Davi (I Sm. 18.7-8; I Co. 10.12); 2) o melhor é permanecer no local planejado por Deus, não se distanciar dos Seus desígnios (I Sm. 11.1); 3) não se deve alimentar pensamentos pecaminosos, que incitem à concretização do adultério (II Sm. 11.2-5; I Co. 6.18); 4) não adianta acobertar o pecado da infidelidade, é preciso buscar arrependimento, e voltar-se para Deus (II Sm. 11.6-13); e 5) Nem tudo está perdido, Deus perdoa o pecado de adultério, e tem poder para restaurar o espírito quebrantado (I Co. 6.11; II Co. 5.17).
O adultério era terminantemente proibido no Antigo Testamento (Dt. 5.18), mais especificamente no Decálogo (Ex. 5.18). O pecado da infidelidade conjugal, ou mais precisamente, do adultério, era tão grave que a punição deveria ser com a morte (Lv. 20.10; Dt. 22.22). A recomendação rabínica era que a morte deveria acontecer por estrangulamento. Nos tempos de Jesus, a punição se dava por apedrejamento, e que os culpados deveriam ser pegos no ato do pecado (Jo. 8.5). O adultério era tido como um crime horrendo no Antigo Pacto (Jó. 31.11), por isso os profetas advertiram o povo de Israel quanto ao envolvimento nesse tipo de pecado (Pv. 2.17). O profeta Natan repreendeu o rei Davi por causa do seu pecado de adultério, seguido de homicídio (II Sm. 12.7), o qual orou a Deus, suplicando perdão (Sl. 51). Os livros sapienciais, com maior propriedade o de Provérbios, trazem instruções a fim de que o homem não se envolva em pecado de adultério (Pv. 6.29-32). A gravidade do adultério é percebida também na Bíblia porque esse pecado justifica o divórcio (Dt. 24.1; Mt. 19.9). Isso porque o adultério compromete os laços conjugais (I Co. 6.15-17; Hb. 13.4) concretizados no enlace matrimonial (Gn. 2.24). Para Jesus, o ato do adultério vai além do contato dos corpos, o olhar desejoso de um homem para um mulher, cometeu pecado em seu coração (Mt. 5.28). A prática constante do adultério pode resultar em apostasia, provocando esfriamento espiritual, e distanciando a pessoa de Cristo (I Co. 6.9,10). O caso de adultério – ou infidelidade conjugal – de Davi, anteriormente mencionado, revela algumas lições: 1) ninguém está imune à tentação, qualquer pessoa pode cair em adultério, até mesmo um guerreiro como Davi (I Sm. 18.7-8; I Co. 10.12); 2) o melhor é permanecer no local planejado por Deus, não se distanciar dos Seus desígnios (I Sm. 11.1); 3) não se deve alimentar pensamentos pecaminosos, que incitem à concretização do adultério (II Sm. 11.2-5; I Co. 6.18); 4) não adianta acobertar o pecado da infidelidade, é preciso buscar arrependimento, e voltar-se para Deus (II Sm. 11.6-13); e 5) Nem tudo está perdido, Deus perdoa o pecado de adultério, e tem poder para restaurar o espírito quebrantado (I Co. 6.11; II Co. 5.17).
3. RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS PARA EVITAR A
INFIDELIDADE CONJUGAL
Os cristãos estão sujeitos à infidelidade conjugal, por isso, devem fazer todo o possível para não caírem nesse pecado. As pessoas são diferentes, algumas delas são mais propensas à infidelidade conjugal, essas devem ter cuidado redobrado, estarem atentos aos seus limites (I Co. 10.12). O esposo deve permanecer ciente do seu compromisso com sua esposa, e deve tratá-la com amor, como Cristo se sacrificou pela Sua igreja (Ef. 5.25). É preciso estar atento às fragilidades emocionais, muitos casos de infidelidade conjugal acontecem porque um dos cônjuges se encontra emocionalmente fragilizado. Por isso, quando precisar de aconselhamento, não conte sua situação para uma pessoa do sexo oposto, mesmo que seja um colega de trabalho, ou da igreja. Mais importante que isso, antes de se envolver em um ato de infidelidade conjugal, calcule as consequências, geralmente são desastrosas, principalmente para a vida espiritual (Ap. 22.15). O marido e a esposa têm responsabilidades conjugais no casamento, inclusive em relação ao sexo. O relacionamento sexual, dentro do casamento, deve ser uma prática constante (I Co. 7.5). A partir do livro de Provérbios, que apresenta recomendações práticas a fim de evitar o adultério, extraímos alguns conselhos, particularmente com base em Pv. 2.16,17: 1) Não se entregar às palavras lisonjeias, essa orientação serve tanto aos homens quanto às mulheres, pois a infidelidade conjugal começa com o uso de expressões elogiosas (Pv. 2.16), os lábios que conduzem ao adultério são perniciosos (Pv. 5.3; 6.24; 7.5, 21,23); 2) Não se esqueça de que você é alguém comprometido, tanto com Deus quanto com seu cônjuge (Pv. 2.17). Os cônjuges, mesmo geograficamente distantes, estão unidos através dos laços conjugais. O marido ou mulher não podem trocar as carícias de amor, por aqueles oferecidos nas ruas, ou outros ambientes pecaminosos (Pv. 7.10-12); 3) Os cônjuges não estão ligados apenas por um contrato, mas por uma aliança, cujo fundamento é a Palavra de Deus (Pv. 2.17). O elo que firma essa aliança é o amor (Fp. 1.9), que deve ser cultivado no casamento cristão, e não pode ser rompido pelo fogo destruidor do adultério.
Os cristãos estão sujeitos à infidelidade conjugal, por isso, devem fazer todo o possível para não caírem nesse pecado. As pessoas são diferentes, algumas delas são mais propensas à infidelidade conjugal, essas devem ter cuidado redobrado, estarem atentos aos seus limites (I Co. 10.12). O esposo deve permanecer ciente do seu compromisso com sua esposa, e deve tratá-la com amor, como Cristo se sacrificou pela Sua igreja (Ef. 5.25). É preciso estar atento às fragilidades emocionais, muitos casos de infidelidade conjugal acontecem porque um dos cônjuges se encontra emocionalmente fragilizado. Por isso, quando precisar de aconselhamento, não conte sua situação para uma pessoa do sexo oposto, mesmo que seja um colega de trabalho, ou da igreja. Mais importante que isso, antes de se envolver em um ato de infidelidade conjugal, calcule as consequências, geralmente são desastrosas, principalmente para a vida espiritual (Ap. 22.15). O marido e a esposa têm responsabilidades conjugais no casamento, inclusive em relação ao sexo. O relacionamento sexual, dentro do casamento, deve ser uma prática constante (I Co. 7.5). A partir do livro de Provérbios, que apresenta recomendações práticas a fim de evitar o adultério, extraímos alguns conselhos, particularmente com base em Pv. 2.16,17: 1) Não se entregar às palavras lisonjeias, essa orientação serve tanto aos homens quanto às mulheres, pois a infidelidade conjugal começa com o uso de expressões elogiosas (Pv. 2.16), os lábios que conduzem ao adultério são perniciosos (Pv. 5.3; 6.24; 7.5, 21,23); 2) Não se esqueça de que você é alguém comprometido, tanto com Deus quanto com seu cônjuge (Pv. 2.17). Os cônjuges, mesmo geograficamente distantes, estão unidos através dos laços conjugais. O marido ou mulher não podem trocar as carícias de amor, por aqueles oferecidos nas ruas, ou outros ambientes pecaminosos (Pv. 7.10-12); 3) Os cônjuges não estão ligados apenas por um contrato, mas por uma aliança, cujo fundamento é a Palavra de Deus (Pv. 2.17). O elo que firma essa aliança é o amor (Fp. 1.9), que deve ser cultivado no casamento cristão, e não pode ser rompido pelo fogo destruidor do adultério.
CONCLUSÃO
A infidelidade conjugal tem causado muitos estragos nos relacionamentos, até mesmo entre os cristãos. É preciso estar atento aos perigos do adultério, suas consequências são desastrosas para a vida do casal, inclusive para os filhos. Marido e mulher devem investir na relação, inclusive sexualmente, evitando, assim, a fragilização que pode conduzir ao pecado. Acima de tudo deve prevalecer o amor-agape, que se sacrifica, e motiva à obediência (Jo. 14.21).
A infidelidade conjugal tem causado muitos estragos nos relacionamentos, até mesmo entre os cristãos. É preciso estar atento aos perigos do adultério, suas consequências são desastrosas para a vida do casal, inclusive para os filhos. Marido e mulher devem investir na relação, inclusive sexualmente, evitando, assim, a fragilização que pode conduzir ao pecado. Acima de tudo deve prevalecer o amor-agape, que se sacrifica, e motiva à obediência (Jo. 14.21).
BIBLIOGRAFIA
HUGHES, K., HUGHES, B. Disciplinas da família cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
HUGHES, K., HUGHES, B. Disciplinas da família cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
SOARES, E. Casamento, divórcio e sexo à luz da
Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
Prof. José Roberto A. Barbosa
sábado, 4 de maio de 2013
LIÇÃO 5 CONFLITOS NA FAMÍLIA
INTRODUÇÃO
A família é constituída por pessoas pecadoras,
algumas delas mais espiritual, outras carnais. Por esse motivo, esse é também
um ambiente de conflito, mas que precisa ser trabalhado. Na lição de hoje
estudaremos a respeito dos conflitos familiares, inicialmente, os conflitos
conjugais, e em seguida, entre pais e filhos. Ao final, apresentaremos
encaminhamentos cristãos para a resolução dos conflitos familiares.
1. FAMÍLIA,
LUGAR DE CONFLITO
Um conflito, de acordo com a definição
dicionarizada, é uma “oposição, discórdia, disputa e confronto”. A família é
composta de pessoas caídas, portanto, pecadoras, por isso, em maior ou menor
grau, é um espaço de conflito. Quanto mais carnal for a família, maiores são as
incidências de conflitos (I Co. 3.1-4). Uma família espiritual, por sua vez,
tende a conviver com menos conflitos, quanto mais se anda no Espírito, menos
oportunidade terá a natureza pecaminosa (Gl. 5.16,25). É preciso reconhecer, no
entanto, que existem interesses distintos dentro da família. Por esse motivo,
as desavenças, cedo ou tarde, virão. Uma família não deve se achar menos cristã
pela existência dos conflitos. A diferença de uma família cristã, em comparação
com as outras, está justamente na capacidade para solucionar as discórdias. A
falta de comunicação, o que geralmente acontece em situações de conflito, pode
justamente ser o problema. Na hora do conflito os membros da família costumam
dar vasão à carne, perdem o controle da situação, e se exasperam. A comunicação
tranquila, através de palavras mansas, e a disposição para ouvir (Pv. 18.13), é
substituída pela gritaria (Ef. 4.29). Na maioria das vezes os conflitos que
acontecem dentro dos lares são resultantes de influencias externas. O estresse
do cotidiano, advindo de sobrecarga de trabalho, as pressões do emprego, dentre
outros fatores, pode resultar em conflitos. As exigências escolares pelas quais
as crianças passam no dia-a-dia também favorecem a disputa na família. A
solução de um conflito familiar somente será possível se os membros
identificarem o desencadeador e forem capazes de contornar a situação. A identificação da raiz do problema é o
primeiro passo para a solução. O problema é que, como no princípio, nem sempre
as partes envolvidas querem reconhecer sua participação na disputa (Gn. 3.10-14).
2. CONFLITOS
ENTRE MARIDO E ESPOSA
Os conflitos entre marido e esposa surgem por
razões diversas, e dependem de cada caso, fatores contextuais devem ser
considerados. Uma família que tem uma condição financeira favorável
dificilmente entrará em conflito por causa das dívidas. Por outro lado, essa
mesma família, pode ter disputa por causa das vaidades profissionais. A
formação educacional pode, por exemplo, diminuir a grosseria entre o marido e a
esposa, mas resultar em competitividade no trabalho. Há também o caso de
cônjuges demasiadamente possessivos, que não confiam no marido ou na esposa. Um
casamento sólido está fundamentado na confiança, e esta, por sua vez, no amor
(I Co. 13.4). Mas é preciso que os cônjuges não deem oportunidade para que um
desconfie do outro. Existem ciúmes que são doentios, pessoas que se apegam
tanto ao cônjuge que, por insegurança, não permite que esse tenha amizades. Por
outro lado, há marido e esposa que não levam o relacionamento a sério. Nesses
tempos de relacionamentos virtuais, o cuidado deve ser redobrado. O marido
cristão não pode deixar de assumir publicamente seu estado civil. A esposa, por
sua vez, deve evitar que o marido seja exposto, e evitar más aparências (Lc.
12.2). As dívidas podem levar um casamento à ruina, por isso, marido e mulher
devem ter cuidado para não comprarem além do que podem pagar. Não esqueçamos
que vivemos em uma sociedade de consumo, que vive das aparências. Em nome da
aparência, alguém pode sacrificar seu relacionamento conjugal, comprando além
do que pode pagar (Rm. 13.8). O excesso de trabalho pode ser um fator de
conflito entre o marido e a mulher. As pressões que sofrem no emprego pode
comprometer o bom relacionamento entre os cônjuges. Às vezes, a fim de comprar
o que não precisam, casais estão se assoberbando de atribuições. Em alguns
contextos, os filhos são as principais vítimas, pois são abandonados pelos
pais, que deixam de lhes dar a atenção devida.
3. CONFLITOS
ENTRE PAIS E FILHOS
Quando os filhos são abandonados pelos pais, esses
tendem a encontrar alguma compensação. Nos dias atuais, quem mais tem tomado
conta dos filhos são as “babás eletrônicas”, com sua programação secularista.
Na busca desenfreada por audiência, os canais de televisão estão baixando cada
vez mais o nível dos programas. As crianças, desde cedo, são expostas aos
conflitos que assistem na televisão. Tais conflitos respingam dentro de casa,
filhos respondem agressivamente aos pais, não lhes dão a devida honra,
inspirados em personagens que não condizem com a realidade, principalmente a
cristã. Pais e mães que servem a Deus devem ensinar seus filhos a viverem a
partir dos princípios bíblicos. Eles precisam compreender que aquele é um
mundo, no sentido teológico do termo, distante dos valores divinos. A
orientação do sábio, em Pv. 22.6, é válida, ensinamos os filhos no caminho em
que devem andar. Se assim fizermos, as chances deles tomarem uma decisão
distante do Cristo serão menores. No trato com os filhos, os pais devem ser
firmes na disciplina, cientes de que essa é um ato de amor (Hb. 12.6). Admoestarem-nos
na Palavra de Deus, sem causarem irritação (Ef. 6.4). O relacionamento entre
pais e filhos não é fácil porque existem percepções diferenciadas em relação à
vida. Crianças e jovens, principalmente os adolescentes, não entendem que as
instruções paternas são para o bem. É próprio dessa idade os filhos pensarem
que sabem de tudo, e que os pais são antiquados e chatos. Por isso, os pais
precisam desenvolver um ambiente amigável, serem capazes de respeitas os
espaços dos filhos, sem fugir da responsabilidade. Nesses tempos de redes
sociais, há filhos que interagem com várias pessoas ao mesmo tempo, menos com
os pais. E esses correm tanto que se aproximam dos filhos apenas para
criticá-los ou repreendê-los. Muitos conflitos poderão ser evitados se pais e
filhos investirem em relacionamentos saudáveis.
CONCLUSÃO
Os conflitos acontecem porque marido, mulher,
filhos e filhas são pessoas caídas, portanto, pecadoras. Mas esses conflitos
podem ser atenuados na medida em que a família se distancia dos interesses
carnais, favorecidos por Satanás e o mundo, e se volta para Deus. Atentemos
para algumas orientações cristãs na resolução dos conflitos familiares: ore
(Ef. 2.16), aprenda a ser flexível quando necessário (Fp. 2.2,4), externe o
sentimento, isso pode ser terapêutico (I Pe. 3.8), se for o caso, peça perdão
(Mt. 6.12), e esteja disposto a colocar-se no lugar do outro, evitando avaliar
tudo do seu ponto de vista (Mt. 7.5; Gl. 5.14). Esses encaminhamentos são
fundamentais para a reconciliação no ambiente familiar (Cl. 3.12-14),
BIBLIOGRAFIA
ADAMS, J. E. A
vida cristã no lar. São Paulo: Fiel, 2011.
KOSTENBERGER, A. J. JONES, D. J. Deus, Casamento e Família:
reconstruindo o fundamento bíblico. São Paulo: Vida Nova, 2011.Prof. José Roberto A. Barbosa
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