INTRODUÇÃO
Um líder cristão não é feito da noite
para o dia. É preciso que sua liderança seja amadurecida pelo tempo. Na lição
de hoje, veremos que Moisés foi preparado lentamente pelo Senhor ao longo dos
anos até que se tornasse o libertador do seu povo. Moisés era um homem manso e
ao que parece não era muito eloquente, porém Deus viu que ele seria obediente e
capaz de libertar o seu povo da escravidão egípcia. [Comentário: Dando sequência ao
estudo do livro do Êxodo, hoje veremos a chamada de Moisés para ser o
libertador de Israel. Moisés passou os primeiros quarenta anos de sua vida (At
7.23) trabalhando para o governo egípcio. (Alguns estudiosos acreditam que ele
estava sendo preparado para tornar-se Faraó.) O Egito parece o lugar menos
provável para Deus começar a treinar um líder, mas os caminhos do Senhor não
são os nossos caminhos. Mesmo tendo recebido uma educação especial, ainda não
estava pronto para liderar a nação de YAHWEH. Sua formação no Egito e o tempo
no deserto, pastoreando as ovelhas de seu sogro, fizeram dele o homem escolhido
por Deus para uma obra sem igual. Como cristãos, somos desafiados a usar nossos
talentos pessoais em prol do Reino de Deus, e isso inclui buscar uma formação
sólida e coerente. Dwight L. Moody comentou sabiamente que "Moisés passou
seus primeiros quarenta anos pensando que era alguém. Os segundos quarenta anos
passou aprendendo que era um ninguém! Os últimos quarenta anos ele os passou descobrindo
o que DEUS pode fazer com um ninguém]. Tenhamos todos uma excelente e abençoada
aula!
I. MOISÉS — SUA CHAMADA E SEU PREPARO
(Êx 3.1-17)
1. Deus chama o seu escolhido. Quando o Senhor escolheu e chamou Moisés para
libertar seu povo, ele estava pastoreando ovelhas — um excelente aprendizado
para quem mais tarde iria ser o pastor do povo de Deus, Israel (Sl 77.20). É
Deus que chama e separa aqueles que vão dirigir seu rebanho, e Ele continua
vocacionando e capacitando para o santo ministério. O Senhor chama, mas cabe ao
homem cuidar do seu preparo para ser útil a Deus. O que muito nos edifica no
versículo seis é Deus identificar-se não somente como “o Deus de Abraão e o
Deus de Isaque”, mas igualmente como “o Deus de Jacó”. Ele é, portanto, o Deus
de toda graça, compaixão e paciência, uma vez que Jacó teve sérios incidentes
negativos na sua vida em geral (1Pe 5.10; Jo 1.14,16). [Comentário: Deus escolhe pessoas
capacitadas para fazer a sua obra? Com certeza. Não há referências na Palavra
de Deus que indiquem que Ele despreza talentos pessoais ou a experiência
adquirida por seus servos. Saulo era versado em três línguas diferentes, e as
utilizou para falar de Jesus em suas viagens missionárias. Mateus era um
cobrador de impostos, e utilizou seus conhecimentos para escrever seu
Evangelho. Davi era um combatente, mas também era um poeta que compôs diversos
cânticos de adoração ao Senhor. Daniel era um profeta, mas também era um
estadista. Portanto, entenda que Deus utiliza nossos recursos em prol do seu Reino.
Deus capacita pessoas para a sua obra? Com certeza. Ninguém pode dizer que está
totalmente pronto para dar passos definitivos na caminhada com Deus. Elias, o
tisbita, ressuscitou um menino morto, mas para isso teve de passar uma
temporada no anonimato em Querite, sendo mantido por corvos, e depois que o
ribeiro secou, foi direcionado por Deus para ficar uma temporada sendo mantido
por uma viúva pobre em Sarepta, uma localidade de Sidom, terra natal de
Jezabel. Ele foi capacitado por Deus para os desafios que enfrentaria.].
2. O preparo de Moisés (Êx 3.10-15). Moisés foi chamado e recebeu treinamento da
parte de Deus para que cumprisse sua missão com êxito. Deus ainda chama e
prepara seus servos. Talvez Ele o esteja chamando para a realização de uma
obra. Qual será sua resposta? Moisés experimentou o silêncio e a solidão do
deserto em Midiã (Êx 3.1). Em sua primeira etapa de 40 anos de vida viveu no
palácio real e frequentou as mais renomadas universidades. O conhecimento
adquirido por Moisés, e empregado com sabedoria, foi-lhe muito útil em sua
missão de libertador, condutor, escritor e legislador na longa jornada
conduzindo Israel no deserto. [Comentário:
Moisés foi educado em toda a ciência do Egito, a nação mais desenvolvida em sua
época, preparado para ser Faraó, conforme alguns estudiosos, contudo, essa
educação ainda não o tornava apto a liderar o cativo Israel. Era necessário
outro período preparatório que duraria outros quarenta anos, ele deveria
adquirir experiência no deserto, a experiência do cuidado do que não lhe
pertencia, ele precisava se tornar o homem mais manso sobre a Terra. Nesse
segundo período, deixou de ser príncipe para ser pastor. Deixou de ter poder
para aprender a ser subordinado. “…Deve ter sido uma grande mudança para
Moisés, depois de 40 anos na corte de Faraó, passar outros 40 anos no deserto.
Mas não foi um tempo perdido — eram necessários estes dois primeiros períodos
para fazer Moisés pronto para a grande vida dos últimos quarenta anos. Ele
tinha de ser um príncipe e tinha de ser um pastor, pois ele deveria ser tanto
um legislador quanto um pastor para o povo de Deus. Era necessário que ficasse
bem solitário. Ele tinha de ter muitas conversas solitárias com o seu próprio
coração. Ele tinha de sentir a sua própria fraqueza. E isto não foi nenhuma
perda de tempo para ele — ele fez mais nos últimos 40 anos porque gastou 80
anos em preparação! Não é tempo perdido o que um homem gasta em pôr sua
armadura antes de ir para a batalha, ou o que um ceifeiro gasta em afiar sua
foice antes de cortar o milho…” (SPURGEON, Charles. Exposição de Ex.3, p.6.
Disponível em: http://www.spurgeongems.org/vols61-63/chs3540.pdf Acesso em 03
dez. 2013, citado pelo Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco, disponível no Portal
Escola Dominical – www.portalebd.org.br). Quando assumiu a missão de conduzir os
israelitas pelo deserto, Moisés já havia sido preparado pelas universidades
egípcias e pelo próprio Todo-Poderoso. O Deus que levantou Moisés não mudou,
Ele continua a levantar e preparar pessoas para serem usadas na sua obra. Você
está disposto a servir mais a Deus? ].
3. O objetivo da chamada divina (Êx 3.10). O propósito divino era a saída do povo de
Israel do Egito liderada por Moisés. Deus pode, segundo o seu querer, agir
diretamente. Contudo, o seu método é usar homens e mulheres junto aos seus
semelhantes. Hoje, em relação a muitas igrejas, Deus está dizendo à seus
dirigentes: “Tira o ‘Egito’ de dentro do meu povo”. É o mundanismo entre os
crentes, na teoria e na prática; no viver e no agir, enfraquecendo e
contaminando a igreja. É Israel querendo voltar para o Egito (Êx 16.3; 17.3).
Deus com mão poderosa tirou Israel do Egito, mas não tirou o ‘Egito’ de dentro
deles, porque isso é um ato voluntário de cada crente que, quebrantado e
consagrado, recorre ao Espírito Santo. “Certamente eu serei contigo” (v.12).
Isso era tudo o que Moisés precisava como líder espiritual do povo de Deus.
Hoje, muitos já perderam essa divina presença em sua vida e em seu ministério,
por acharem que são alguma coisa em si mesmos, daí, a operação do Espírito
Santo cessar em sua vida. Paulo exclamou: “Nada sou” (2Co 12.11). Tudo que
temos ou somos na obra de Deus vem dEle (1Co 3.7). [Comentário: Moisés foi chamado por
Deus quando estava vivendo em Midiã, com seu sogro Jetro. Ele chegara a Midiã
aos 40 anos, fugido do Egito, e agora, aos 80 anos, quando cuidava das ovelhas
do sogro, tem um encontro com Deus. Moisés foi chamado por Deus em uma fase da
vida em que, aos olhos humanos, poderia se aposentar e aproveitar os poucos
anos que lhe restariam sem se aborrecer. Mas aqui reside um principio divino:
Deus não depende de nossa faixa etária para nos convocar a ser úteis para Ele.
Com certeza havia pessoas mais jovens e mais dispostas a fazer o que Moisés
faria, mas Deus escolheu Moisés para aquela missão. Deus não apenas escolhe as
pessoas para determinadas obras, mas também as convoca. De que adianta ser
escolhido por Deus e não ser informado dessa chamada? Como Deus faz tudo de
forma perfeita, Ele mesmo se encarregou de falar com Moisés de modo
sobrenatural e convincente. (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de
Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 16-17).].
II. AS DESCULPAS DE MOISÉS E A SUA VOLTA
PARA O EGITO
1.
O receio de Moisés e suas desculpas. O Moisés impulsivo que matou o egípcio e o enterrou
na areia já não existia mais. Ele havia sido mudado e moldado pelo Senhor, e
agora precisava crer não no seu potencial, mas no Senhor que o chamara. Ao ser
chamado pelo Senhor para ser o libertador dos hebreus, Moisés apresentou
algumas desculpas — “eles não vão crer que o Senhor me enviou”; “não sou
eloquente”. Quantas desculpas também não damos quando Deus nos chama para um
trabalho específico? As escusas de Moisés, assim como as nossas, nunca são aceitas
pelo Senhor, pois Ele conhece o mais profundo do nosso ser. Se o Senhor está
chamando você para uma obra, não tema e não perca tempo com desculpas. Confie
no Senhor e não queira acender a ira divina como fez Moisés, que tentou
protelar sua chamada dando uma série de desculpas a Deus (Êx 4.14). [Comentário: Embora Moisés peça a Deus
para que envie alguém outro, ele não está livre de sua responsabilidade. Deus,
no entanto, muda a sequencia da comunicação. Deus falará a Moisés e Moisés
falará a Arão. Arão, então, falará ao povo. Moisés é o agente do povo e Arão é
o porta-voz de Moisés. Suas desculpas não alteraram o plano divino para ele.
Quando Moisés afirma: “Ah! Senhor!” está reconhecendo que Deus tem o direito de
comandá-lo; e outra vez: “Não sou homem eloquente... sou pesado de língua”,
está alegando que ele seria inadequado para argumentar de modo persuasivo ou
confrontar alguém, seus argumentos eram fracos. Ele alega ainda, que sua
perspectiva de que seu problema já vem de antes e que o seu encontro com o
Senhor não mudou a situação. Notemos que Deus, então, faz uma promessa a
Moisés, idêntica a de Mt 10.19-20,. Quando não soubermos o que dizer, Deus
concederá ousadia e palavras apropriadas.].
2.
Deus concede poderes a Moisés. A fim de encorajar Moisés e confirmar o seu
chamado, o Senhor realiza alguns sinais (Êx 4.1-9). Da mesma forma Deus ainda
demonstra sinais para nos mostrar o seu poder e a sua vontade. [Comentário: Os sinais dados a Moisés
eram por sua causa, para provar que Deus estava com ele. Frequentemente, sinais
ou milagres são dados para provar que Deus está em cena a favor de seu povo.
Moisés recebeu três sinais de Deus para comprovar seu chamado divino: uma vara
é transformada em cobra e então novamente em vara; uma mão é tomada pela lepra
e então curada; um copo cheio de água do Nilo, ao ser derramado na terra,
transforma-se em sangue (4.2-9). Os dois primeiros, ao menos para Moisés, devem
ter sido assustadores. George Knight comenta: “Deus precisou sacudir de Moisés
seus raciocínios egoístas. Moisés precisou aprender que ninguém menos que Deus
o chamava para fazer coisas absurdamente difíceis”.Em Atos 1.8 temos uma
promessa: “Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo; e
sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria,
e até aos confins da terra”. Essa é uma promessa para nós hoje. Se você
também é “pesado de língua”, como Moisés, e tem dificuldade em falar do
evangelho, o Espírito Santo capacita com ousadia e coragem necessárias. Se eu
estou falando aqui hoje, eu que sou uma pessoa super tímida, é porque o
Espírito Santo me capacita, como capacita cada um dos professores, cada um dos
que sobem ao púlpito, e capacita você também, desde que busque a presença
d’Ele. Deus nos capacita em todas as coisas que estamos envolvidos. Observe que
Deus disse a Moisés que seria com ele. Deus sabia das limitações daquele homem,
mas garantiu-lhe que o acompanharia. Essa é uma promessa que nos deve fazer
refletir, pois não raro, dependemos de muitos fatores para nos sentirmos
seguros para fazer a obra de Deus, como recursos, pessoal e tempo. E do que
realmente precisamos? Da companhia de Deus. Sem ela, nossos recursos, por mais
que se mostrem abundantes, serão insuficientes. Com a presença de Deus, os
recursos, por mais escassos, tornam-se instrumentos de abundância e de milagres
diariamente].
3.
O retorno de Moisés. Moisés não
revelou ao seu sogro Jetro o que ele faria no Egito. Ainda não era a hora certa
para isso. O líder precisa saber o momento adequado para revelar seus projetos.
Entretanto, Moisés não poderia partir sem o consentimento de sua família, assim
ele disse a Jetro que iria ao Egito rever seus irmãos: “Eu irei agora e
tornarei a meus irmãos que estão no Egito, para ver se ainda vivem” (Êx 4.18).
Jetro prontamente liberou Moisés dizendo: “Vai em paz”. Moisés não saiu sem a
bênção dos seus parentes. Para realizar a obra de Deus o líder precisa ter o
apoio e cooperação da sua família. Se você ainda não o tem, ore a Deus nesse
sentido. [Comentário: Embora Deus
pudesse ter livrado Israel diretamente por uma palavra, preferiu fazer sua obra
por seu servo. Disse Deus a Moisés: “Eu te enviarei a Faraó”. Moisés foi
incumbido de ir à presença do orgulhoso rei e tirar Israel do Egito sob a
direção de Deus. A princípio, Moisés contestou o plano de Deus usá-lo. Viu: a)
sua incapacidade: Quem sou eu?; e b) a impossibilidade da tarefa: E tire do
Egito os filhos de Israel?. O príncipe que há quarenta anos era confiante em si
mesmo agora temia a tarefa. Era mais sábio no que concerne à capacidade humana
de ocasionar a libertação, mas ainda tinha de aprender o poder de Deus. Como é
frequente hesitarmos quando olhamos para nós mesmos — ato que devemos fazer;
mas não precisamos ter medo quando olhamos para Deus! Certamente eu serei
contigo sugere que quando Deus escolhe um mensageiro, Ele não se baseia na
habilidade do indivíduo, mas na submissão deste à vontade de Deus. Deus
assegurou a Moisés que ele e o povo serviriam a DEUS neste monte depois que
Israel fosse libertado do Egito. A expressão: Isto te será por sinal, está
corretamente traduzida (Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora
CPAD. Vol. 1. pag. 146).. Em Êx 2.18, o nome do sogro de Moisés aparece
como Reuel. Ver as notas em Êx 2.16-18 quanto ao problema da aparente confusão
de nomes próprios. Talvez Reuel fosse o pai de Jetro. O lado ocidental do
deserto. Essa era a estreita faixa de terra fértil que ficava por trás da
planície arenosa, estendendo-se desde a serra do Sinai até as praias do golfo
Elanítico. Aqui vale lembrar que os midianitas eram descendentes de Abraão por
meio de sua segunda esposa Quetura e, assim, tinham parentesco com Moisés.
Moisés, já incumbido de sua missão, volta até seu sogro para dizer adeus (um
tanto diferente da separação entre Jacó e Labão!) e segue para o Egito.].
III. MOISÉS SE APRESENTA A FARAÓ (Êx
5.1-5)
1.
Moisés diante de Faraó. Chegando ao Egito, Moisés e seu irmão Arão procuraram Faraó para
comunicar-lhe a vontade de Deus para o povo de Israel. Quão difícil e arriscada
era a tarefa de Moisés. Após o encontro que já tivera com Deus, ele estava
preparado para apresentar-se ao rei do Egito. Faraó recusou de imediato o pedido
de Moisés. Além de recusar deixar o povo ir embora, Faraó agora aumenta o
volume de trabalho do povo (Êx 5.8,9). Moisés fez tudo como Deus lhe ordenara,
porém, sua obediência não impediu que ele e seu povo sofressem. Talvez você
esteja realizando alguma obra em obediência ao Senhor, mas isto não vai impedir
que surjam dificuldades, problemas e aflições. Esteja preparado. Não podemos
nos esquecer de que “por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de
Deus” (At 14.22). Enquanto estivermos neste mundo, estamos sujeitos às
dificuldades (Jo 16.33). [Comentário: No capítulo
4.27-31, Moisés é recebido de volta e se reúne com todo o povo em um culto de
adoração e louvor. Moisés e Arão, então, foram até Faraó e disseram aquilo que
Deus lhes havia mandado dizer: “Assim diz o Senhor Deus de Israel; deixa ir o
Meu povo para que Me celebre uma festa no deserto” (Ex 5.1). Era isto que Deus
havia mandado Moisés dizer a Faraó como se lê em Ex 3.18. O Faraó era um homem
idólatra e despótico. Reagiu às demandas de Moisés exibindo ambos esses
defeitos. De imediato ficou claro que a tarefa consumiria muito tempo e muita
luta. Ele é totalmente indiferente aos apelos de Moisés (5.3). Ao afirmar: “Não
conheço o Senhor”. Faraó quer dizer que não reconhece sua autoridade. Sua
declaração parece ser uma combinação de desafio e ignorância. Um Faraó anterior
não “conhecera” José (1.8) e aquele Faraó não “conhecia" Jeová como Jeová,
tal qual os patriarcas que, conforme 6.3, são impedidos de “conhecer” Jeová
como Jeová. Para piorar tudo, a carga de trabalho exigida dos hebreus foi
aumentada de maneira absurda (5.4-18). Como seria de se esperar, os hebreus
ficam profundamente ressentidos com seu suposto libertador (5.19-21). Que
mudança de ânimo! Num dia, lisonja no outro, repúdio. Diante de um outro
libertador, um dia o povo diria: “Hosana”; e então, no dia seguinte:
“Crucifica-o!” Observe a aspereza das palavras de Moisés para Deus nos
versículos 22,23. Em sua raiva e perplexidade, ele dá início a uma tradição de
dizer a verdade em oração, novamente verificada em alguns salmos de lamento (SI
73, por exemplo) e nas “confissões” de Jeremias (Jr 12.1-6; 15.16-18; 20.7). (VICTOR
P. HAMILTON. Manual do Pentateuco. Editora CPAD. pag. 162-169).].
2.
A queixa dos israelitas (Êx 5.20,21). O povo hebreu fica descontente com Moisés e Arão e
logo começam a murmurar. Certamente todos esperavam que a saída do Egito fosse
imediata. Mas este não era o plano de Deus. Moisés, aflito com a piora da
situação, busca o Senhor e faz várias indagações. Quem de nós em semelhantes
situações, estando em obediência a Deus, na vida cristã e no trabalho, já não
indagou: “Por que Senhor?”. Moisés não conseguia entender tudo o que estava
ocorrendo, mas Deus estava no controle. Às vezes não conseguimos entender o motivo
de certas dificuldades, mas não podemos deixar de crer que Deus está no comando
de tudo. [Comentário: O povo de
Israel sentiu-se prejudicado pela intervenção de Moisés junto a Faraó. Na
verdade, eles não sabiam que Moisés estava ali obedecendo a Deus, e que ele não
tinha o desejo de fazer com que o sofrimento dos seus irmãos fosse aumentado.
Esta deve ter sido uma prova dura para Moisés. Ele estava no Egito obedecendo à
voz de Deus, falando com Faraó para que o povo fosse liberto, e como
consequência o rei ordena que os hebreus trabalhem mais. Não é incomum que
líderes se vejam nessa mesma situação: obedecem a Deus, mas não veem de
imediato um fruto positivo de sua obediência. O que devemos saber é que
obedecer a Deus não é uma garantia de que as coisas que se seguirão não serão
alvo de investidas de Satanás. Além disso, os líderes devem entender que nem
sempre o povo vai entender determinadas atitudes, mas que se estamos agindo de
forma correta e dentro da vontade de Deus, Ele vai se responsabilizar por nos
honrar no devido tempo. (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de
Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 22.)].
3.
Deus promete livrar seu povo (Êx 6.1). A saída de Israel do Egito seria algo sobrenatural
e esta promessa foi totalmente cumprida quando Israel, finalmente, saiu do
Egito. Deus, nos seus atributos e prerrogativas, ia agora redimir o povo de
Israel (v.6), adotá-lo como seu povo (v.7), e introduzi-lo na Terra Prometida.
Todo o Israel, assim como os egípcios, teriam a oportunidade de ver o poder de
Deus. [Comentário: Moisés
estava à cata de uma solução rápida para um problema dificílimo. Ele tinha
esperado fazer Israel sair do Egito com o simples ardil de levar 0 povo ao
deserto num caminho de três dias (Êx 5.3), e, então, simplesmente desaparecer.
Mas o truque não deu certo. O Faraó percebeu a artimanha. Moisés estava agora
sem novas ideias. Mas o plano divino tinha muitas outras provisões guardadas na
algibeira. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 323-324).. A promessa
divina para com Israel não foi esquecida por Deus. Depois do encontro com Faraó
e das reclamações dos hebreus, Deus diz a Moisés: “Agora verás o que hei de
fazer a Faraó; porque, por mão poderosa, os deixará ir, sim, por mão poderosa,
os lançará de sua terra” (Ex 6.1). Uma palavra de Deus em meio às
adversidades e correntes contrárias é suficiente para que tenhamos a certeza de
que Ele está conosco, e que se aguardarmos nEle, no devido tempo ele cumprirá o
que prometeu. A demora na libertação não significava renúncia da promessa. Deus
estava trabalhando em seus propósitos. Smith-Goodspeed traduz o versículo 1
assim: “Agora verás o que farei a Faraó; forçado por um grandioso poder ele
não só os deixará ir, mas os expulsará da terra”. Outras dificuldades
tinham de vir sobre Israel (5.19), mas a promessa de Deus ainda era certa. Deus
se lembrou do concerto quando ouviu o gemido dos filhos de Israel por causa da
escravidão. Ele não esqueceu; somente esperara até que os filhos estivessem
prontos para cumprir sua parte no concerto. Deus ordenou que Moisés renovasse a
confiança dos israelitas. Ele tinha de lhes dizer que seriam libertos da
servidão egípcia, que Deus os resgataria com braço estendido (“ação especial e
vigorosa”) e com juízos grandes sobre os opressores. Israel seria o povo
especial de Deus e lhe daria a terra da promessa por herança (7,8)].
CONCLUSÃO
Na
lição de hoje aprendemos como o grande “Eu Sou” escolheu e preparou Moisés para
que ele libertasse seu povo da escravidão egípcia. Deus continua a levantar e
preparar homens para a sua obra. Você está disposto a ser usado pelo Senhor?
Moisés apresentou algumas desculpas, mas não foram aceitas. Não perca tempo com
justificativas, mas diga “sim” ao chamado de Deus. [Comentário: Queridos irmãos, o grande
“Eu Sou”, da mesma forma como fez com Moisés, escolheu-nos e preparou-nos para
libertar os cativos, da mesma forma que Ele chamou Moisés para libertar os
filhos de Israel do Egito, Ele comissiona cada um de nós para libertar os
cativos do mundo através da pregação do evangelho. Marcos 16.15 diz: “Ide
por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. Será que estamos
diante da sarça ardente dando nossas desculpas para não ir, para não dizimar,
para não orar? Você está disposto a servir mais a Deus? O Senhor deseja usá-lo
em sua obra para que muitos sejam libertos da escravidão do pecado e da
ignorância espiritual].
Fonte: Auxilio ao Mestre