4º Trimestre de 2013 - CPAD
SABEDORIA DE DEUS PARA UMA VIDA VITORIOSA: A atualidade de
Provérbios e Eclesiastes
Comentários da revista da CPAD: Pr. José Gonçalves
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
TEXTO ÁUREO
“O temor do SENHOR é o princípio da ciência; os
loucos desprezam a sabedoria e a instrução”
(Pv 1.7).
VERDADE PRÁTICA
Provérbios e Eclesiastes são
verdadeiras pérolas da sabedoria divina para o nosso bom viver.
Provérbios 1.1-6
1 Provérbios de
Salomão, filho de Davi, rei de Israel.
2 Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem as
palavras da prudência;
3 para se receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a equidade;
4 para dar aos simples prudência, e aos jovens conhecimento e bom siso;
5 para o sábio ouvir e crescer em sabedoria, e o instruído
adquirir sábios conselhos;
6 para entender provérbios e sua interpretação, como também as palavras
dos sábios e suas adivinhações.
INTRODUÇÃO:
Chegamos
ao final de mais um ano letivo da Escola Bíblica Dominical, agradecendo a Deus
pela oportunidade que nos concedeu de poder, estudar a Palavra de Deus e,
assim, crescermos na graça e no conhecimento de Cristo Jesus. E nesse último trimestre não poderia ser
melhor do que estudar a sabedoria de Deus para uma Vida Vitoriosa, baseada
nos livros de Provérbios e Eclesiastes, onde teremos a oportunidade de estudar
sobre diversos temas atuais e relevantes para a Igreja do Senhor Jesus, tais
como: trabalho, prosperidade, o correto uso do dinheiro, o cuidado com as
palavras, humildade, temor a Deus, dentre outros. Nesta primeira lição, que tem
por título O Valor dos Bons Conselhos, teremos uma visão panorâmica desses dois
livros escritos pelo sábio Salomão; estudaremos sobre a sabedoria do rei
Salomão, autor dos dois livros; e o verdadeiro propósito da busca da sabedoria
em Provérbios e Eclesiastes.
1 O livro de Provérbios. A Bíblia diz que Salomão compôs "três mil
provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco" (1 Rs 4.32). O texto sagrado identifica Salomão
como o principal autor do livro de Provérbios (Pv
1.1), mas não o único. O próprio Salomão exorta a que se ouça
"as palavras dos sábios" (Pv 22.17),
e declara fazer uso de alguns dos provérbios desses sábios anônimos (Pv 24.23).O livro de Provérbios é uma antologia inspirada de sabedoria hebraica.
Esta sabedoria, no entanto, não é meramente intelectual ou secular. E
principalmente a aplicação dos princípios da fé revelada às tarefas da vida
diária. Nos Salmos temos o hinário dos hebreus; em Provérbios temos o seu
manual para a justiça diária. Neste último encontramos orientações práticas e éticas para a religião pura e sem mácula.
A
Bíblia como um livro cultural também é rica em provérbios, parábolas, enigmas e
máximas. São pérolas usadas pelos autores bíblicos visando facilitar a
transmissão cultural de uma verdade. Vale a pena destacar que esse recurso bíblico-literário não possui apenas
seu valor cultural, mas também traz consigo a revelação da sabedoria divina.
Muitos livros bíblicos são ricos nessas metáforas, mas o livro de Provérbios e
Eclesiastes se sobressaem no uso desse
recurso. O
livro de Provérbios mostra que a sabedoria voltada para Deus é condição
fundamental para viver. O livro, em linhas gerais, pode ser assim dividido: o
valor da sabedoria (Pv. 1.1-1.7), conselhos de um pai sobre a vida (Pv. 1-9),
os princípios de sabedoria para a vida piedosa (Pv. 10-24), os princípios de
sabedoria para relações saudáveis (Pv. 25-29), a humildade, a vida justa, o
aprendizado com a sabedoria (Pv. 30), e a descrição da mulher virtuosa (Pv.
31).
AUTORIA
E DATA
Acerca da autoria de Provérbios, o expositor
bíblico William Mac Donald destaca: “Às vezes, o livro é chamado de ‘Provérbios
de Salomão’, uma vez que a maioria deles foi escrito por esse rei sábio (1.1;
10.1; 25.1)”. Salomão formulou três mil provérbios (cf. 1 Rs 4.32), mas apenas
algumas centenas deles foram agrupados sob a inspiração do Espírito Santo para
fazer parte da Escritura Sagrada. O capítulo 30 apresenta as palavras ‘de Agur,
filho de Jaque’ (30.1), e ocapítulo 31 traz as palavras “do rei Lemuel” (31.1).
“Não sabemos quem são esses homens, embora alguns acreditem que se trata de
outros nomes de Salomão”.
O escritor Antonio Neves de Mesquita,
especialista em Antigo Testamento e hebraísta, observa que “os tradutores da
Septuaginta, em 280 a.C., já incluíram Provérbios na sua tradução, ao qual
deram o nome de Paroimiai. Portanto,
quase três séculos antes de Cristo, Provérbios era um livro acabado e
reconhecido como inspirado”.3 Ainda de acordo com Mesquita, esse livro não provocou
debate quanto à sua canonicidade: “Nunca houve entre os rabinos qualquer
discussão quanto à sua canonicidade, e, sim, quanto à sua autoria, como
aconteceu com Eclesiastes e outros. “Portanto, é um livro que sempre foi
considerado inspirado, e os judeus devem ser reconhecidos como a autoridade
máxima nesse campo, pois era um livro da sua biblioteca sagrada”. 4 As fontes mais
confiáveis colocam a redação final desse livro após o cativeiro babilónico,
visto ter sido nessa época que os judeus demonstraram um interesse sem igual
por sua Bíblia.
1 O livro de Eclesiastes. Eclesiastes, juntamente com Cantares, Jó, Salmos e
Provérbios, também faz parte do gênero literário conhecido como
"Literatura Sapiencial". Sua autoria é atribuída a Salomão (Ec 1.1). Embora escrito pelo filho de Davi e
pertença ao mesmo gênero literário, o livro de Eclesiastes possui um estilo
diferente de Provérbios. Ele se apresenta como um discurso usado em assembleias
ou templos. Alguns intérpretes acreditam que se trata de uma coletânea utilizada
por Salomão em seus discursos. Os livros poéticos são divididos
em dois grupos, a saber: Jó,
Provérbios e Eclesiastes, de um lado e Cantares de Salomão e Salmos, de outro.
Os três primeiros livros poéticos diferenciam-se dos outros dois, porquanto são
livros que foram escritos para nos trazer orientações e reflexões a respeito de
nossa vida sobre a face da Terra. São livros que foram redigidos para nos
indicar a “sabedoria divina”, para nos ensinar como “fazer a coisa certa, na
hora certa, do jeito certo” enquanto estivermos a conviver com os demais seres
humanos neste mundo. O nome hebraico do livro é "Qohelet" ou
"Cohelet", que significa "pregador" ou "orador da
assembleia", título retirado das primeiras palavras do texto (Ec.1:1:
"Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém"). Na
Septuaginta, o título dado foi a tradução grega da palavra
"pregador", ou seja, "ekkesiastes", que foi o nome adotado
na Vulgata e na nossa língua.
O livro de Eclesiastes, que tem 12
capítulos, pode ser dividido em três partes, a
saber:
1ª parte -
introdução - a vaidade de todas as coisas - Ec.1-3
2ª parte - desenvolvimento - a demonstração da vaidade de
todas as coisas mediante a análise do prazer, das riquezas, dos males e
tribulações, seguida de vários conselhos práticos - Ec.4-11
3ª parte - conclusão - temor a Deus é o dever de todo o homem
- Ec.12.
No livro de Eclesiastes, observamos que tudo
que é estabelecido como meta para a vida pelo homem (o que o pregador chama de
"vida debaixo do sol") é vazio de sentido, é algo que não leva a
lugar algum. A vida humana sem a dimensão da eternidade é vazio e a qualidade
de ser vazio é a vaidade. Por isso, várias vezes o pregador afirma, neste
livro, que "tudo é vaidade". A vida só t em sentido se tiver uma
dimensão da eternidade.
Provérbios e Eclesiastes são livros de sabedoria
judaica que revelam os desígnios eternos para a vida.
O
conhecimento e a sabedoria sempre cativaram os seres humanos, a investigação a
respeito das coisas é justamente a origem da filosofia.
Entre
os gregos, o conceito de “sabedoria” era um tanto quanto diverso. Tanto para
Platão quanto para Aristóteles, os mais proeminentes filósofos gregos, a
sabedoria era o conhecimento do todo e a capacidade para aplicação deste
conhecimento de forma correta e justa. Se para Platão a sabedoria vinha do
“mundo das ideias”, deste mundo sobrenatural; para Aristóteles, a sabedoria era
resultado de um correto aprendizado, de um uso apropriado do raciocínio. No
entanto, e vem daí a própria palavra “filosofia”. O termo filosofia vem da
junção de duas palavras grega, filo (amigo) e sofia (sabedoria). Cujo
significado é “amigo da sabedoria”, o verdadeiro sábio era aquele que
reconhecia que nada sabia. Com disse o filósofo grego Sócrates, “só sei que nada sei”.
O
conhecimento filosófico, nos dias atuais, está desassociado da revelação
bíblica. Antigamente, nos tempos de Agostinho, havia uma relação profícua entre
filosofia e teologia. Mas com o advento do Iluminismo, a Era da Razão, o
pensamento humano se desvinculou da revelação. Essa é a principal diferença
entre Filosofia e Teologia Crista, enquanto que a primeira se baseia na mera
razão, a última está alicerçada na revelação. Na Bíblia a palavra sabedoria
também tem um significado primordial, tanto no Antigo quanto no Novo
Testamento. A palavra hebraica hokmah diz respeito ao conhecimento intelectual,
e tem a ver, por exemplo, com a compreensão (Pv. 10.23). A fonte da sabedoria,
nos livros sapienciais, é o próprio Deus (Jó 28.20-23). O salmista, bem como os
autores dos Provérbios, assume que o temor ao Senhor é o princípio da sabedoria
(Sl. 111.10). Neste ponto, portanto, há uma confluência do pensamento bíblico
com o pensamento grego. O verdadeiro sábio é aquele que reconhece que precisa
cada vez mais crescer em sabedoria, que o que sabe nada significa, tendo em
vista que a sabedoria é infinita, vez que proveniente de Deus, ser ilimitado. O
verdadeiro sábio é aquele que se mantém pronto a cada vez mais aprender do
Senhor, que reconhece que a sabedoria é infinita e que, portanto, devemos estar
prontos a aprender de Deus a cada momento, a cada instante. Que bom seria se
todos os que cristãos se dizem ser, principalmente os que já são maduros, assim
se portassem.
1 A inteligência dos sábios.
O texto de 1 Reis 4.29-31, diz: “Deu também Deus a
Salomão sabedoria, grandíssimo entendimento e larga inteligência como a areia
que está na praia do mar. Era a sabedoria de Salomão maior do que a de todos os
do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios. Era mais sábio do que todos
os homens, mais sábio do que Etã, ezraíta, e do que Hemã, Calcol e darda,
filhos de Maol; e correu a sua fama por todas as nações em redor”.Por outro
lado, o livro de Provérbios faz referência às “palavras dos sábios” (Pv 22.17;
24.23). Não há ainda um consenso sobre a real identidade desses sábios citados
nestes textos, mas uma coisa fica clara — a todos eles Salomão superou em
sabedoria.
2 A sabedoria de Salomão. Os provérbios têm a sua origem nos ditos populares. Todavia, os
provérbios bíblicos são breves declarações que expressam os conselhos divinos
para nós. As máximas contidas no livro dos Provérbios
contém o pensamento salomônico sobre vários aspectos da vida. Para o escritor
Earl D. Radmacher, a sabedoria do livro de Provérbios “se relaciona muito mais
com o que nós chamamos de ‘sentido comum’”. É uma maneira de entender o
funcionamento do mundo. A questão não é tanto o que alguém sabe
intelectualmente, mas como faz isso na prática. É uma verdade aplicada. E por
isso que Provérbios abarcam todos os acontecimentos do dia a dia, especialmente
aqueles que envolvem interrogações morais e decisões que afetam o futuro.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
A sabedoria
dos antigos, e particularmente a de Salomão, versava sobre diferentes áreas da
vida humana.
O conhecimento
está ligado ao homem, à sua realidade. O conhecimento pretende idealizar o bem
estar do ser humano, logo o conhecimento advém das relações do homem com o
meio. O indivíduo procura entender o meio partindo dos pressupostos de
interação do homem com os objetivos. É uma forma de explicar os fenômenos das
relações, seja, entre sujeito/objeto, homem/razão, homem/desejo ou
homem/realidade. A forma de explicar e entender o conhecimento passa por várias
vertentes como: conhecimento empírico (popular ou senso comum), conhecimento
filosófico, conhecimento teológico e conhecimento
científico.
a) A sabedoria ou conhecimento popular
O conhecimento popular é o que todas as pessoas
adquirem na vida
cotidiana, baseado apenas na experiência da vida ou transmitida por alguém.
Geralmente é o resultado de experiências de erro e acerto, sem observação
metódica nem verificação sistemática. Todo ser humano apodera-se gradativamente
deste conhecimento, ao passo que lida com sua realidade diária. Não há uma
preocupação direta com o ato reflexivo, ocorre espontaneamente. É um
conhecimento do tipo abrangente dentro da realidade humana. Não está calcada em
investigações.
Embora não seja um
consenso entre os intérpretes, mas parece não haver dúvidas de que Salomão se
valeu de muitas máximas que circulavam nos seus dias. Isso de forma alguma pode
ser considerado como um demérito para suas monumentais obras literárias. Não,
de forma alguma. A obra The New Interpreters Dic-tionary ofthe Bible, destaca
que há de fato muita semelhança entre o que disse o sábio hebreu com aquilo que
escreveu Amenemope, um sábio egípcio que viveu muito antes de Salomão
(1305-1080 a.C). Esse fato é claramente demonstrado quando se faz um paralelo
entre as instruções de Amenemope e os Provérbios de Salomão 22.17— 24.22. No
entanto, a Escritura põe em destaque que a sabedoria de Salomão sobrepujava
todo o saber dos seus dias, incluindo os egípcios que eram famosos pela grande
sabedoria que possuíam (1 Rs 4.30).8 Salomão demonstra sabedoria quando faz uma
adaptação dessa cultura popular para a sua própria cultura.
b) A sabedoria ou conhecimento filosófico
O
conhecimento filosófico tem por origem a capacidade de reflexão do homem
e por instrumento exclusivo do raciocínio. Como a Ciência não é suficiente para
explicar o sentido geral do universo, o homem tenta essa explicação através da
Filosofia. Filosofando, ele ultrapassa os limites da Ciência – delimitado pela
necessidade da comprovação concreta – para compreender ou interpretar a
realidade em sua totalidade. Mediante a Filosofia estabelecemos uma concepção
geral do mundo.
c) A
sabedoria ou conhecimento
científico:
Resulta de investigação metódica, sistemática
da realidade. Transcende os fatos e os fenômenos em si, analisa-os para
descobrir suas causas e concluir as leis gerais que o regem.
d) A sabedoria divina ou conhecimento teológico:
Preocupa-se com verdades absolutas, verdades que só
a fé pode explicar. O sagrado é explicado por si só. Não há importância a
verificação. Acredita-se que o conhecimento é explicado pela religião. Tudo
parte do religioso, os valores religiosos
são incontestáveis. A sabedoria divina levou Salomão a comentar
praticamente a respeito de tudo o que há debaixo do sol: “Discorreu sobre todas
as plantas, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que brota do muro;
também falou dos animais e das aves, dos repteis e dos peixes. De todos os
povos vinha gente para ouvir a sabedoria de Salomão, e também enviados de todos
os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria” (1 Rs 4.33,34). Lendo o
capítulo três do primeiro livro dos Reis descobrimos de ondevinha tanta
sabedoria: Salomão amava ao S e n h o r, andando nos preceitos de Davi, seu
pai; porém sacrificava ainda nos altos e queimava incenso.4 Foi o rei a Gibeão
para lá sacrificar, porque era o alto maior; ofereceu mil holocaustos Salomão
naquele altar.5 Em Gibeão, apareceu o S e n h o r a Salomão, de noite, em sonhos. Disse-lhe Deus:
Pede-me o que queres que eu te dê.6 Respondeu Salomão: De grande benevolência usaste
para com teu servo Davi, meu pai, porque ele andou contigo em fidelidade, e em
justiça, e em retidão de coração, perante a tua face; mantiveste-lhe esta
grande benevolência e lhe deste um filho que se assentasse no seu trono, como
hoje se vê.7 Agora, pois, ó S e n h o r
, meu Deus, tu fizeste reinar teu servo
em lugar de Davi, meu pai; não passo de uma criança, não sei como conduzir-me.8
Teu servo está no meio do teu povo que elegeste, povo grande, tão numeroso, que
se não pode contar.9 Dá, pois, ao teu servo coração compreensivo para julgar a
teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; pois quem
poderia julgar a este grande povo? 10 Estas palavras agradaram ao Senhor, por
haver
Salomão pedido tal coisa.11 Disse-lhe Deus: Já que
pediste esta coisa e não pediste longevidade, nem riquezas, nem a morte de teus
inimigos; mas pediste entendimento, para discernires o que é justo;12 eis que
faço segundo as tuas palavras: dou-te coração sábio e inteligente, de maneira
que antes de ti não houve teu igual, nem depois de ti o haverá.13 Também até o
que me não pediste eu te dou, tanto riquezas como glória; que não haja teu
igual entre os reis, por todos os teus dias.14 Se andares nos meus caminhos e
guardares os meus estatutos e os meus mandamentos, como andou Davi, teu pai,
prolongarei os teus dias. 15 Despertou Salomão; e eis que era sonho. Veio a
Jerusalém, pôs-se perante a arca da Aliança do S e n h o r , ofereceu holocaustos, apresentou ofertas
pacíficas e deu um banquete a todos os seus oficiais (1 Rs 3.3-15).
Isso explica porque ninguém jamais conseguiu
superar Salomão em sabedoria. Salomão era um amante e
incentivador da literatura de sabedoria e foi, pessoalmente, um autor produtivo.
Também manifestou um interesse especial pela natureza. Ao escrever seus
provérbios, Salomão ordenou as relações sociais; ao listar as questões da fauna
e da flora, pôs em boa ordem os elementos do seu reino. Sua reputação
transbordou as fronteiras do seu reino. Monarcas de várias nações enviavam
emissários para aprender a erudição de Salomão.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
A fonte de toda sabedoria do rei Salomão era o Senhor
nosso Deus.
1. Valores éticos e morais. Na introdução do livro de Provérbios, encontramos um
conjunto de valores éticos e morais que revelam o propósito desses conselhos.
Ali, consta todo o objetivo proposto pelo livro: (1) Conhecer a sabedoria e a
instrução; (2) Entender as palavras da prudência; (3) receber a instrução do
entendimento, a justiça, o juízo e a equidade; (4) dar aos simples prudência e
aos jovens conhecimento e sensatez; (5) ouvir e crescer em sabedoria; (6)
adquirir sábios conselhos; (7) compreender provérbios e sua interpretação, bem
como também as palavras dos sábios e suas metáforas (Pv 1.1-6). O livro de Provérbios, portanto, é rico
em ilustrações sobre o comportamento humano e sem dúvida procura trabalhar o
caráter do homem. Mas como bem observou Derek Kidner, ele não é um álbum de
retratos, nem um livro de boas maneiras: oferece uma chave à vida.
2. Valores espirituais Além de apontar valores éticos e morais, ao afirmar
que o "temor do Senhor é o princípio da ciência; [e que somente] os loucos
desprezam a sabedoria e a instrução" (Pv
1.7), o cronista sacro abaliza os valores espirituais que sobressaem
nas palavras de Provérbios. Da mesma forma, o livro de Eclesiastes aponta para
Deus como a razão de toda a existência humana. Fora dele não há base segura
para uma moral social. Os livros de Provérbios e Eclesiastes formam uma
tessitura milenar no contexto religioso judaico que, adaptado à nossa
realidade, apresentam conselhos práticos para a vida cotidiana de todos os
homens. “O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a
sabedoria e o ensino” (Pv 1.7, ARA), demonstram que a transmissão de valores
espirituais estava na mente de Salomão quando escreveu este livro. Esse também
é um princípio que o filho de Davi faz sobressair em Eclesiastes, livro também
de sua autoria. Dessa forma observamos que Salomão demonstra que nenhuma
moral-social se firma se não tiver valores morais e espirituais como princípio.
O valor espiritual dos
Provérbios fica bem demonstrado no uso que nosso Senhor Jesus Cristo fez dos
mesmos. Como bem observou Antonio Neves de Mesquita: Jesus fez amplo uso dos ensinos de Provérbios na sua
doutrinação prática. Muitas das suas parábolas estão calcadas em seus ensinos.
Por exemplo, a parábola dos primeiros lugares, quando convidado para banquetes,
está firmemente relacionada com Provérbios 25.6,7, onde se lê: não se glories no meio dos reis nem te ponhas no meio dos grandes,
porque melhor é que te digam: sobe para aqui, do que seres humilhado
diante do príncipe.
A parábola do rico insensato está
bem retratada em Provérbios 27. Jesus, na conversa com Nico- demos, parece, que
copiou a palavra de Agur, filho de Jaqué em Provérbios 30.4, e quando se refere
ao povo, dizendo que a sabedoria é justificada por seus filhos, está citando
Provérbios no seu todo.11
SINOPSE DO
TÓPICO (4)
O propósito da
sabedoria nos livros de Provérbios e Eclesiastes é constituir um conjunto de
valores éticos, morais e espirituais para a vida.
A literatura sapiencial, representada neste trimestre
pelos livros de Provérbios e Eclesiastes, revela que o temor do Senhor é o
fundamento de todo o saber. Ninguém pode ser considerado sábio se os seus
conselhos não revelarem princípios do saber divino. Segundo a Bíblia, um sábio
não se caracteriza apenas por ter muita informação ou inteligência, mas é
alguém que aprendeu o temor do Senhor como a base de toda sua vida e, por isso,
sabe viver e conviver (Tg 3.13-18). O
final do livro de Eclesiastes ecoa com o tema do livro de Provérbios, a máxima
que somente o temor do Senhor é verdadeira sabedoria. Diante de tudo isto,
amados irmãos, busquemos a sabedoria, procuremo-la com afinco, para que, assim,
saibamos andar neste mundo e chegar ao céu. Amém!
EXERCÍCIOS
1. O que o livro de Provérbios revela acerca de Salomão?
R. O livro revela que havia alguns provérbios de
Salomão que circulavam nos dias do rei Ezequias. Posteriormente, eles foram
compilados pelos homens desse rei (Pv 25.1).
2. Embora pertença ao mesmo gênero literário de sabedoria judaica, qual a
diferença entre Eclesiastes e Provérbios?
R. Diferentemente de Provérbios, Eclesiastes
apresenta-se como um discurso usado em assembleias ou templos.
3. Além de louvores e orações, o que os livros poéticos mostram?
R. Muito da sabedoria do povo de Israel.
4. Cite pelo menos três objetivos propostos na introdução do livro de
Provérbios.
R. Conhecer a sabedoria, a instrução; entender as
palavras da prudência; adquirir sábios conselhos.
5. Os livros de Provérbios e Eclesiastes formam uma tessitura milenar no
contexto religioso judaico. Para nós, o que eles falam hoje?
R. Adaptados a nossa realidade, eles apresentam
conselhos práticos para a vida cotidiana.
BIBLIOGRAFIA
Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal, CPAD;
Bíblia de
Estudo Pentecostal, CPAD;
Bíblia
Sagrada Versão Digital 6.0 Freeware
GONÇALVE, José . Sábio Conselho para um viver Vitorioso- Sabedoria bíblica p a ra quem quer vencer na
vida Rio de Janeiro: CPAD 2013
http://auxilioebd.blogspot.com.br/
http://subsidioebd.blogspot.com.br/
http://www.portalebd.org.br/
KIDNER, Derek.
A Mensagem de Eclesiastes, São Paulo –
SP 1989
Lições
Bíblicas do 4º Trimestre de 2013, Jovens e Adultos: sabedoria de Deus para uma
vida vitoriosa — a atualidade de Provérbios e Eclesiastes; Comentarista: José
Gonçalves; CPAD;
MARTIN,
Charles G. Provérbios.
Revista
Ensinador Cristão ano 14 Nº 56 CPAD.
WOLF,
Earl C. Comentário Bíblico, Beacon, volume
3 Jó, cantares de Salomão
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