4º
Trimestre de 2013 - CPAD
SABEDORIA
DE DEUS PARA UMA VIDA VITORIOSA: A atualidade de
Provérbios
e Eclesiastes
Comentários
da revista da CPAD: Pr. José Gonçalves
Consultor
Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
TEXTO ÁUREO
"Bebe a água da tua
cisterna e das correntes do teu poço. [...] Seja bendito o teu manancial, e
alegra-te com a mulher da tua mocidade"
VERDADE PRÁTICA
A melhor prevenção contra o adultério é temer ao
Senhor e estreitar os laços do amor conjugal.
Provérbios 5.1-6
1 Filho meu, atende à minha sabedoria; à
minha razão inclina o teu ouvido;
2 para que conserves os meus avisos, e os
teus lábios guardem o conhecimento.
3 Porque os lábios da mulher estranha
destilam favos de mel, e o seu paladar é mais macio do que o azeite;
4 mas o seu fim é amargoso como o absinto,
agudo como a espada de dois fios.
5 Os seus pés descem à morte; os seus passos
firmam-se no inferno.
6 Ela não pondera a vereda da vida; as suas
carreiras são variáveis, e não as conhece.
INTRODUÇÃO:
Dando
continuidade ao estudo de temas no livro de Provérbios, estudaremos hoje o que
o proverbista fala a respeito do adultério, da infidelidade conjugal, O
adultério é frontalmente criticado nos Provérbios, em defesa de uma sexualidade
sadia, pautada nas orientações divinas. O diabo tem investido alto na grande missão de tornar o adultério algo comum,
normal, aceitável por todos. Na aula de hoje trataremos a esse
respeito.
1. Uma dádiva divina. Boa parte dos conselhos de Salomão diz respeito à
sexualidade humana. Ele dedicou quase três capítulos do livro de Provérbios
para falar sobre o sexo e seus desvios (Pv 5.1-23; 6.20-35; 7.1-27).
Nesses provérbios, há dezenas de máximas que nos ensinam muito sobre como
estabelecer o parâmetro de um relacionamento saudável. Quando ainda discorria
sobre os perigos da infidelidade conjugal, o sábio advertiu: "Porque os
caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e ele aplana todas as suas
carreiras" (Pv 5.21). Isto é, Deus considera os caminhos do homem e
a forma deste conduzir até mesmo a sua sexualidade, pois se trata de uma
criação divina e como tal é uma dádiva do Criador à humanidade. Se o Senhor
"aplana todas as nossas carreiras", demonstrando cuidado pelo
exercício correto da sexualidade, concluímos não ser o sexo algo mau ou
maligno, mas algo honroso e nobre (Hb 13.4; 1 Pe 3.7).
Mas ultimamente o que temos visto é banalização do sexo.
O sexo se tornou o deus desta era! Escândalos
sexuais envolvendo pastores, padres ou líderes religiosos sempre aconteceram na
história das religiões. Isso, portanto, não é nenhuma novidade nem tampouco
motivo para admiração. Todavia não podemos negar que relatos em que são
denunciados O envolvimento de religiosos, inclusive pastores, em práticas
sexuais ilícitas, têm aumentado em escala geométrica. As cifras já alcançam
proporções assustadoras.
O que então está havendo de errado com a
sexualidade dos evangélicos hoje? De início podemos afirmar, sem medo de errar,
que é muito mais fácil pecar hoje do que a anos atrás.
A sociedade na qual vivemos é extremamente sexualizada, Com o
advento da mídia principalmente a Internet, o acesso ao caudaloso rio da
pornografia está à disposição de crianças, adultos e velhos. Evidentemente que
as mídias sociais — Orkut, Facebook, e outros, têm potencializado em muito a
possibilidade de alguém se prender nas teias da tentação sexual. Não é mais
novidade alguma que a Internet se tornou a grande confidente de homens e
mulheres que estão vivendo alguma desilusão nos seus casamentos. A porta está
escancarada para uma aventura sexual. A mídia explora o
corpo como um mero instrumento de satisfação dos desejos. Muitos cristãos estão
sendo cooptados pelos valores deturpados a respeito da sexualidade humana. Os
seguidores de Freud têm reduzido à sexualidade a um mero instinto animalesco.
Por causa disso, cada vez mais as pessoas estão se entregando
irresponsavelmente à concupiscência.
2. Uma predisposição humana. Ao iniciar a sua coletânea de conselhos sobre como
evitar os laços do adultério, Salomão chama a atenção do seu "filho"
para que ouças os seus conselhos e aja em conformidade com estes (Pv 5.1,2).
O texto hebraico de Provérbios, nesse versículo, apresenta a palavra ben
traduzida em nossas Bíblias como "filho". O mesmo termo ocorre também
nas advertências contra o adultério em Provérbios 6.20 e 7.1. A
palavra ben pode se referir tanto a um filho biológico quanto a um discípulo.
Em todos os casos, a admoestação é dirigida a um ser humano que, como todos
nós, está sujeito à tentação! Portanto, a fim de vivermos o gozo da nossa
sexualidade nos parâmetros estabelecidos pelo Criador, que é o casamento,
ouçamos o conselho do sábio. O sexo, portanto, foi criado por Deus para ser
praticado entre um homem e uma mulher, mas somente no casamento. Antes do
casamento e fora do casamento é pecado.
O casamento, portanto, é, precisamente, este gesto
pelo qual um homem e uma mulher, deixando os seus pais, resolvem estabelecer
uma comunhão de vida, a fim de cumprir o
propósito estabelecido pelo Senhor ao ser humano. Estabelece-se, assim, uma
aliança entre o homem e a mulher e entre ambos e Deus, a fim de que, por meio
desta comunhão de vida, seja cumprido o que Deus exige de cada ser humano sobre
a face da Terra. É, por isso, que
Salomão denominará esta situação de “cordão de três dobras” (Ec.4:12) e que
Malaquias indicará que, em todo casamento, Deus Se faz testemunha do concerto
feito entre os cônjuges (Ml.2:14).
O casamento, portanto, apresenta-se como uma comunhão
que homem e mulher estabelecem entre si, na presença de Deus, para cumprirem o
propósito estatuído pelo Senhor à humanidade, comunhão esta que estabelece uma
aliança, onde um dos aspectos mais relevantes é a fidelidade.
A
mesma fidelidade que se exige no relacionamento entre Deus e o ser humano
(Gn.2:16,17; 9:2-7; Ex.5:5-8; Dt.28; Mc.16:16)
é igualmente necessária no
relacionamento entre marido e mulher, vez que estão em comunhão de vida,
devendo, assim, refletir no seu relacionamento a mesma unidade que se requer entre
Deus e o homem (Jo.17:21). Por isso, o casamento foi instituído como uma união
entre um homem e uma mulher, ou seja, uma união monogâmica (Gn. 2:24; Mt.19:5;
Ef.5:33) e que dure até a morte (Gn.2:24; Mt.19:6; Rm.7:1,2).
A sexualidade humana é uma dádiva de Deus
ao ser humano. Ela se manifesta na predisposição do indivíduo em vivê-la no
parâmetro do casamento.
1
Concupiscência. Um fato interessante salta aos olhos de quem lê os
conselhos de Salomão contra a mulher adúltera em Provérbios: não há referência
ao Diabo em suas advertências! O sábio não responsabiliza o anjo caído pelo
fracasso moral dos homens, mas responsabiliza aquele a quem chama de
"filho meu". Somos agentes morais livres e temos a liberdade de
escolher entre o bem ou o mal. Desejos bons e ruins são inerentes ao ser
humano. Não os subestimemos! Por isso, o
sábio aconselha: "Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te
prendas com os seus olhos" (Pv 6.25; cf. Gl 5.16).
O psiquiatra cristão John White em seu
livro O Eros Redimido, há também forças espirituais do mal por trás de todo
sexo virtual. Satanás e seus demônios não estão interessados em manter o
escravo do vício sexual no anonimato. O alvo é conduzi-lo cada vez mais a
diversas formas de perversão sexual até que estas se transformem em alguma
forma de crime, quer seja pedofilia, estupro ou adultério. Depois que isso se
tornou uma prática dominante, então o alvo dos anjos caídos é levá-lo à
escravidão e posteriormente à exposição pública. É por isso que o livro de
Provérbios nos exorta a exercermos a nossa sexualidade dentro dos parâmetros do
casamento (Pv 5.18-20). Ao escrever sobre a natureza da
concupiscência, John White afirmou: “O desejo legítimo dado por Deus se
transforma em luxúria no momento em que fizermos dele um deus. Adorar a comida
é luxúria. A preocupação neurótica em dormir também. A escravidão às sensações
eróticas representa a luxúria sexual”.
2. Carências. Em Provérbios 5.15-17, o sábio lança mão de
algumas metáforas para aconselhar como deve ser a vida íntima do casal. A frase
"bebe a água da tua própria cisterna" mostra que o sexo não deve ser
praticado apenas como um dever de um cônjuge para com o outro (1 Co 7.3),
mas como algo prazeroso, assim como o é beber água! Se esse princípio não for
observado, um dos cônjuges ficará com a sensação de que lhe falta alguma coisa!
Desgraçadamente, muitos vão saciar-se noutra fonte (Pv 7.18), daí o
desastre em muitas famílias.
Muitos casamentos fracassam porque são carentes de
afeto e amor. O escritor Harry W. Schaumburg, observa que o sexo sem amor, além
de gerar um vício sexual, acaba por criar uma
falsa intimidade:'
Isso é essencialmente uma
ilusão criada pela própria
pessoa para ajudá-la a evitar a dor inerente à
intimidade real. A falsa intimidade pode ser tão superficial quanto um marido
olhar a esposa e imaginá-la como tendo longos e lindos cabelos castanhos. Algo
muito mais profundo encontra-se refletido em sua imaginação. Simplificando, ele
deseja mais do que tem e demonstra perceber a falta de algo. A falsa intimidade
está sempre presente no vício sexual. A pessoa que é sexualmente revoltada tem
um estilo próprio de aversão sexual. O sexo, para ela, é
consumidor, pois precisa ser evitado a todo custo. A pessoa que é sexualmente
obcecada, por outro lado, vive para o prazer sexual. O sexo também aqui é
consumidor, pois precisa ser obtido de qualquer modo”.
A intimidade sexual permite
que os cônjuges vivam um relacionamento sadio, conforme o plano idealizado por
Deus para eles. “Esta é intimidade sexual e relacional que dois cônjuges compartilham
dentro de seu matrimônio comprometido e amoroso. As dúvidas sobre si mesmos
existem, mas o casal se comunica e se deleita um no outro relacional e
sexualmente. Considerando a realidade de um mundo de relacionamentos
imperfeitos, ambos os cônjuges enfrentam decepções. Dentro do gozo da
intimidade
real, experimentam o temor de se exporem, o medo de
abandono, o medo da perda de controle e o medo de seus respectivos desejos sexuais.
Em sua expressão sexual, ambos são dependentes do que
o outro cônjuge fará e
ficam abertos a isso.”
SINOPSE DO TÓPICO (2)
A
concupiscência e as carências não supridas na vida do ser humano são algumas
das muitas causas da infidelidade conjugal.
No
livro de Provérbios, o adultério é perigoso porque traz consequências
destrutivas para as vidas das pessoas envolvidas (Pv. 5.4-6), pois o adúltero
morre por falta de disciplina (Pv. 5.23), ele destrói a si mesmo (Pv. 6.32), e
segue como um boi ao matadouro (Pv. 7.22,23). Esses conselhos antecipam as
palavras de Paulo, a fim de que os crentes fujam da imoralidade sexual, e para
que vivam em santidade (I Ts. 4.7; 5.22). Quando não atentamos para essas
instruções, findamos no caminho da ruína, em tristeza e culpa (Pv. 5.11-14).
Aquelas pessoas que entram pelo caminho enganoso do adultério convivem com o
sentimento de culpa. Essa é uma situação de condenação, que macula um dos
princípios fundamentais do relacionamento conjugal: a transparência. Adão e
Eva, no ato conjugal, estavam nus, e não se envergonhavam (Gn. 2.25), isso traz
uma simbologia, a do pacto entre marido e mulher na sexualidade. Quando essa
aliança é quebrada, através do adultério, a parte traidora rompe com esse
princípio (I Co. 6.13-20). O resultado é a culpa, que persegue, essa pode ser
negada, mas virá através de pesadelos, preocupações, entre outros sentimentos
negativos. Não há outra saída, senão a da confissão, ainda que seja doloroso, é
o primeiro passo para o arrependimento (Pv. 28.13; I Jo. 1.9). Se esse passo
não for dado, o casamento tenderá a ruina, marido e mulher se afastarão ao
longo do tempo, o interesse sexual entre ambos arrefecerá, os filhos ficarão
com o legado das escolhas equivocadas. Isso acontece porque o adultério,
como todo pecado, não fica impune, por isso se aplica a advertência bíblica: o
que o homem plantar, isso também ceifará (Gl. 6.7,8). O pecado pode ser
aprazível enquanto dura, pode ser agradável à natureza pecaminosa, mas nunca
sai barato, pode levar a ruina também financeira. Muitos casamentos se
desfizeram porque um dos cônjuges, ao invés de investir na família, preferiu
gastar seu dinheiro em experiências extraconjugais. A esse respeito o sábio
indaga: “pode alguém tomar fogo no seio, sem queimar as suas vestes?” (Pv.
6.27). O adultério pode resultar em tormento mental, por suspeitar que
alguém saiba da sua condição, que pode levar a doenças físicas, de ordem
psicossomáticas, e espirituais, como o distanciamento progressivo da presença
de Deus. É preciso seguir o exemplo positivo de Davi, confessar o pecado,
reconhecer seus males, e se voltar para o Senhor (Sl. 51)
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Além de perder a comunhão da família, o
cônjuge adúltero quebra a sua comunhão com Deus.
Até cristãos
estão sujeitos à infidelidade conjugal e a bíblia está recheada de casos de
servos de DEUS que caíram nessa cilada de Satanás. Dentre os mais destacados temos
Abraão, Jacó, Davi e Salomão.Existem casos de história de família que devem ser
estudados e vigiados por aqueles que desejam ser fiéis a DEUS e o seu cônjuge
(I Co 10.12). Os olhos devem estar fixos em DEUS e em seu testemunho de nossa
aliança (Ef 5.25).O segredo sempre é:.
A falta de
assistência de um dos cônjuges quando o outro está ferido pode ocasionar o
adultério, por isso os cônjuges devem sempre estar dialogando um com o outro e
procurando solução para os problemas que surgirem.
Os problemas
conjugais devem ser tratados entre os cônjuges e só podem ser levados a outrem
que seja de extrema confiança dos dois – no caso, o melhor é procurar ajuda do
pastor e sua esposa. ou de um especialista no caso.
São funestas
as consequências de um adultério, mas sempre o perdão deve estar à frente de
qualquer outra atitude.
O homem não
é dono de seu corpo e nem a mulher de seu, portanto não podem ficar muito tempo
sem o ato sexual. Muitos adultérios acontecem por falta de sexo entre os
cônjuges. Existem maridos que passam até meses fora de casa em viagem de
negócios ou outros afazeres. Muitos maridos passam anos dormindo no sofá,
embora morando dentro da mesma casa que seu cônjuge. (I Co 7.5). Casados devem
tomar cuidado com elogios alheios (Pv 2.16,17 Pv 5.3; 6.24; 7.5, 21,23). Antes
de viajar o cônjuge deve procurar por relacionamento sexual com seu cônjuge
para que não sejam demasiadamente tentados (Pv 7.10-12); O amor entre os
cônjuges deve ser mantido sempre aceso (Fp 1.9).
SINOPSE DO TÓPICO (4)
Um conselho importante para prevenir-se contra
a infidelidade conjugal é apegar-se a Palavra de Deus, à disciplina e relacionar-se
intimamente com o cônjuge
CONCLUSÃO
A fidelidade conjugal é o que Deus idealizou aos seus
filhos. Sabemos que a tentação é uma realidade, que vem acompanhada da natureza
adâmica que herdamos, e ambas pressionam-nos a desprezar o santo ideal da fidelidade. Todavia, o Senhor
deixou-nos a sua Palavra com dezenas de conselhos, a fim de prevenir-nos quanto
ao abismo chamado adultério.
EXERCÍCIOS
1. A quem é dirigida a admoestação contra o
adultério no livro de Provérbios?
R.
A admoestação é dirigida a um ser humano que, como todos nós, está sujeito à
tentação.
2. Qual fato interessante salta aos olhos de quem
lê os conselhos de Salomão contra a mulher adúltera em Provérbios?
R. Que não há
referência ao Diabo em suas advertências contra a mulher adúltera. O sábio não
responsabiliza o anjo caído pelo fracasso moral dos homens, mas responsabiliza
aquele a quem chama de "filho meu".
3. O que a frase "bebe a água da tua própria
cisterna" mostra?
R. Ela mostra que o sexo não deve ser praticado
apenas como um dever de um cônjuge para com o outro (1 Co 7.3), mas como algo
prazeroso, assim como o é beber água!
4. Qual é uma das primeiras consequências da
infidelidade conjugal?
R. A desonra da família.
5. Com suas próprias palavras, liste outras
consequências igualmente destruidoras para a família vítima da infidelidade
conjugal.
R. Resposta pessoal.
BIBLIOGRAFIA
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD;
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;
Bíblia Sagrada Versão Digital 6.0 Freeware
GONÇALVE, José . Sábio
Conselho para um viver Vitorioso- Sabedoria
bíblica p a ra quem quer vencer na vida Rio de Janeiro: CPAD 2013
http://subsidioebd.blogspot.com.br/
http://www.apazdosenhor.org.br
http://www.portalebd.org.br/
Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2013,
Jovens e Adultos: sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — a atualidade de
Provérbios e Eclesiastes; Comentarista: José Gonçalves; CPAD;
MARTIN, Charles G. Provérbios.
Revista Ensinador Cristão ano 14 Nº 56
CPAD.
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