12 de Agosto de 2012
Texto
Áureo
“Semelhantemente,
vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso próprio marido, para que também, se algum
não obedece à palavra, pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra”
(1 Pe 3.1).
Verdade Prática
Ganhe o
seu cônjuge para Cristo, através do seu bom testemunho.
Leitura
Bíblica em Classe
1 Coríntios 7.12-16
12 - Mas, aos
outros, digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher descrente, e ela
consente em habitar com ele, não a deixe.
13 - E se
alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o
deixe.
14 – porque
o marido descrente é santificado pela mulher, e a mulher é descrente santificada
pelo marido. Doutra sorte, os vossos filhos seriam imundos; mas agora, são,
santos.
15 - Mas, se o
descrente se apartar, aparta-se; porque neste caso o irmão ou irmã, não está
sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.
16 - Porque,
donde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? Ou, donde sabes, ó marido, se
salvarás tua mulher?
Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
- Explicar como deve ser o procedimento do crente quando um dos cônjuges não é crente.
- Conscientizar-se de que quando um dos cônjuges não é crente é preciso agir com muita sabedoria.
- Compreender o valor da evangelização no lar.
Palavra Chave
Descrente: Na lição é aquele (a) que
ainda não se converteu a Jesus Cristo.
Introdução
Com esta lição damos início ao terceiro bloco
deste trimestre, que tratará dos “dramas familiares”, as aflições decorrentes
da vida em família. O primeiro destes “dramas familiares” é a divisão
espiritual no lar. A família é o primeiro grupo social a que uma pessoa
pertence, grupo este que procura suprir as necessidades sentimentais, afetivas
e emocionais básicas para o desenvolvimento humano. O casamento não foi
estabelecido por uma lei humana, nem inventado por alguma civilização. Ele
antecede toda a cultura, tradição, povo ou nação. É uma instituição divina (Gn
1.27-31; Mc 10.6-9). Nosso texto da leitura bíblica em classe trata do
casamento entre um crente e um descrente. Esta é uma daquelas circunstâncias
especiais sobre as quais Jesus não deixara instruções diretas; Se um dos cônjuges
converte-se a Cristo, mas não o outro, deveria o casamento ser dissolvido,
especialmente se o cônjuge descrente não aceitar essa nova situação? Então
Paulo passa a responder com sua autoridade apostólica: afirma ele que os
casamentos em que um dos cônjuges venha a aceitar a fé cristã são válidos e
devem permanecer intactos. Qualquer separação deve ser iniciada pelo cônjuge
descrente. Tenha toda uma excelente à proveitosa aula!
I.
CONVIVENDO COM O CÔNJUGE NÃO CRENTE
1. A convivência com o cônjuge descrente. Deus cria o homem
não como um ser solitário, porém duas pessoas, ainda que estes dois venham
tornar-se uma só carne (Gn 2.24). Esse texto é esclarecedor quanto o papel
social do casamento: uma adjutora indica que a força de Adão para
tudo o que ele foi chamado a ser e fazer era inadequada em si mesma. Como
diante dele denota complementaridade. O auxílio necessário é para o
labor diário, procriação e apoio através do companheirismo. Não se vê nas
escrituras a idéia de uma separação familiar; não faz parte do plano divino que
o casal se divorcie (Mt 5.31,32; 19.3-9; Mc 10.2-12). Os fariseus, na época do
ministério terreno de Jesus, interpretavam os ensinamentos de Moisés sobre o
divórcio em Deuteronômio 24.1 como significando que um homem poderia
divorciar-se de sua mulher mediante qualquer suposto motivo. Jesus então, se
opõe a esse abuso e afirma que o divórcio deve ser admitido apenas sob o
aspecto da prostituição, ou seja, qualquer desvio dos padrões bíblicos
claramente definidos para a atividade sexual – homossexualismo, adultério,
fornicação e prostituição). Cristo não se prendeu para os possíveis detalhes do
casamento. Seu conselho é para que se siga o modelo original da criação de
Deus. Já o apóstolo Paulo observa os detalhes que ocorrem no casamento, tais
como os estresses e fracasso humano, adota a possibilidade do divórcio,
contudo, sob um regulamento rígido – nada de adultério, significando que,
provavelmente, não deva haver um novo casamento nesse caso, exceto com aquele
de quem ela/ele se divorciou antes (se, porém, se apartar, que fique sem
casar ou se reconcilie com o marido; 1Co 7.11). Quanto a convivência
marital onde um dos cônjuges é descrente, Pedro aconselha que, embora suas
palavras sejam a chave do sucesso para se ganhar o cônjuge para Cristo, o
cônjuge fiel o deve fazer pelo seu espírito dedicado e devoto a Cristo.
2. Santificando o cônjuge.
A Bíblia afirma que o cônjuge que serve ao Senhor santifica o não crente (1 Co
7.14). O termo santificar
significa "separar" ou "colocar à parte". O
sentido mais comum da palavra no Novo Testamento é aquele que descreve um
processo espiritual no qual somos separados do mundo e justificados por Cristo,
salvos do pecado; “... vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes
justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus"
(1Co 6.11). Outra aplicação do termo é descrever a separação de uma coisa
ou uma pessoa para uma determinada função, assim como quando Deus santificou o
sétimo dia para descanso (Gn 2.3); Arão, seus filhos e suas vestes foram
santificados para serviço no tabernáculo (Êx 29.21); o ano de jubileu foi
santificado para libertar as pessoas e suas posses (Lv 25.10); homens
santificam a Deus e o seu nome, como o único que merece louvor (Is 29.23; Mt
6.9); o ouro no templo e as ofertas no altar foram santificados para o serviço
ao Senhor (Mt 23.17,19); alimentos são santificados para o nosso bem (1Tm
4.3-5), e os crentes são santificados para boas obras (2Tm 2.21). No texto de Paulo
em 1Co 7.14, a santificação de cônjuges descrentes e seus filhos não é questão
de salvação, mas de serem apropriados para a criação e manutenção da família. O
homem descrente, nesses casos, é separado (isto é, designado) para ser marido,
e a esposa cristã não pode mandá-lo embora. A salvação dele é possível, mas só
se ele for ganho pela palavra e pelo exemplo da esposa (1Pe 3.1-2; 1Co 7.16).
De semelhante modo, cada filho tomará sua própria decisão sobre o evangelho,
tomando para si a fé em Cristo (2Tm 1.5).
II. AGINDO COM SABEDORIA
1. Na
criação dos filhos.
"Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando
envelhecer, não se desviará dele" (Pv 22.6). O termo instrui tem a ideia
de um pai que graciosamente investe numa criança toda a sabedoria, amor, educação
e disciplina que é necessária para que ela se torne plenamente comprometida com
Deus. Isso pressupõe a maturidade emocional e espiritual dos pais para fazerem
isso. Quando um dos cônjuges não comunga da mesma fé, isso fica evidentemente
nas mãos do cônjuge crente, que deverá agir com dobrada sabedoria e sob o fruto
do Espírito. Somente, o cônjuge que é sábio será capaz de educar seus filhos do
modo como Deus ensina na Sua Palavra. Somente, a sabedoria dada por Deus aos
seus servos é capaz de livrar os nossos filhos da influência do mundo
manifestada pelo cônjuge descrente. Uma educação cristã e atmosfera familiar
espiritual são vantagens inquestionáveis. No caso neotestamentário de Timóteo
[filho de um casamento misto, seu pai era gentio e sua mãe, judia (At 16.1)],
sua mãe, Eunice, auxiliada por sua avó Lóide, as quais possivelmente tenham se
convertido em Listra, uma colônia romana na província da Galácia, quando da
primeira viagem missionária de Paulo acompanhado por Barnabé, transmitiram sua
fé a Timóteo. Neste caso específico, há indícios de que Timóteo tenha recebido
ensinamentos da fé judaica (2Tm 3.14,15), porém, seu pai recusou-se permitir
que seu filho fosse circuncidado. Sem duvida, elas adotaram nessa situação
aquilo que o apóstolo Pedro ensina: "Vós, esposas, estai sujeitas aos
vossos próprios maridos, a fim de que, se alguns não forem obedientes à
palavra, sejam ganhos sem palavra, por intermédio da conduta de suas esposas,
por terem sido testemunhas oculares de sua conduta casta, junto com profundo
respeito" (1Pe 3.1,2).
2. Nos
afazeres domésticos.
"Lar" é uma palavra latina cujo significado primeiro é
o de um local, nas antigas residências romanas, em que se procedia à adoração
dos antepassados familiares. Normalmente, como nos ensina o historiador francês
Foustel de Coulanges em seu livro "A Cidade Antiga", havia um
compartimento nas casas romanas onde somente poderiam entrar os membros da
família, onde eram cultuados os antepassados familiares, os chamados
"deuses lares". Normalmente, havia um altar em honra a estas
divindades e um fogo que nunca se apagava, onde se realizava tal adoração.
Vê-se, portanto, que a ideia do "lar" está vinculada à ideia de uma
ligação espiritual entre os membros de uma mesma família, ou seja, o lar é a
própria unidade espiritual dos integrantes de uma família. Para os romanos, a
família possuía, sobretudo, um vínculo sobrenatural entre os seus membros,
tendo sido os próprios juristas romanos que tornaram célebre a famosa definição
de casamento, atribuída a Modestino, segundo a qual o casamento estabelece a
"união divina e humana que gera uma vida em comum entre um homem e uma
mulher", definição que foi parcialmente acolhida pelo nosso atual Código
Civil no seu artigo 1511: O casamento estabelece comunhão plena de vida, com
base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges”. O conselho da
Palavra de Deus para quem está sob um casamento misto, se o cônjuge crente for
mulher, ela deve ser sujeita ao marido, assim como é decente ao Senhor (Cl
3.18). Deve sim agir com sabedoria. Nunca deixe o serviço da casa atrasado para
ir a igreja, não atrase as refeições, redobre o cuidado com os filhos e
principalmente com o marido. Pedro e os Apóstolos disseram "Mais
importa obedecer a Deus do que aos homens" (At 5.29) e ainda Paulo
escrevendo a Gálatas comenta: "Pois busco eu agora o favor dos homens,
ou o favor de Deus? Ou procuro agradar aos homens? Se estivesse ainda agradando
aos homens, não seria servo de Cristo" (Gl 1.10). Temos então dois extremos,
mas a família é plano de Deus, inclusive em 1Co 7.16 diz que "como
saberá se a mulher ou marido Crente salvará o seu cônjuge", sem contar
em At 16.31, que nos diz que crendo em Jesus será salvo toda a sua casa,
demonstrando assim a importância da postura do Crente perante o seu casamento.
3. Na
vida espiritual.
Se a esposa ou o marido incrédulo consente em morar com o crente, Paulo diz que
este não deve deixar o seu cônjuge. Deus nos chamou à paz. O incrédulo é
santificado no convívio com o crente. Pode ser que a esposa ou o marido
incrédulo seja salvo (1Co 7.12-14). Baseado em Ef 4.31, não podemos permitir
que o ambiente familiar onde estamos seja lugar de amargura, ira, cólera,
gritaria e blasfêmias, devendo tudo isto ser demovido de nosso lar. Verdade é
que os integrantes de nossa família que não tiverem comunhão com o Senhor
procurarão levar-nos para este embate, para este conflito, mas, de forma
alguma, poderemos permitir entrar neste “jogo do inimigo”, evitando ao máximo a
peleja e a celeuma.
1. Com nova postura. 1Pe 3.1:
“...sede sujeitas”. A expressão em destaque no grego é “hupotassõ” que
quer dizer: “submeter-se; obedecer”. O apóstolo Pedro está exortando as
mulheres cristãs que se submetam ao seu próprio marido. Tal recomendação fora feita
também pelo apóstolo Paulo (Ef 5.22; Cl 3.18). Deve-se entender que Deus
estabeleceu a família como unidade básica da sociedade. Toda família necessita
de um dirigente. Por isso, Deus atribuiu ao marido a responsabilidade de ser
cabeça da esposa e da família (Ef 5.23). Esta sujeição quer dizer também que a
mulher deve cumprir o seu dever para com o esposo, como por exemplo: amando-o
(Tt 2.4), respeitando-o (Ef 5.33), ajudando-o (Gn 2.18), vivendo de forma pura
(Tt 2.5), com um espírito manso e quieto (I Pe 3.4), sendo uma boa mãe (Tt 2.4)
e dona de casa (I Tm 2.15; 5.14; Tt 2.5).
2. Com bom testemunho. 1Pe 3.2: “...pelo procedimento
de sua mulher”. Certo pensador já dizia: “As palavras ensinam, mas os
exemplos arrastam”. De fato, nada impressiona mais o não crente que ver a
transformação na vida de uma pessoa. Muito mais ainda se tratando da sua
esposa. Se antes de Cristo a mulher era insubmissa, e, por isso, vivia em
constantes brigas com seu marido não crente, após a conversão sua atitude
deverá ser diferente (2Co 5.17), o que por certo resultará no louvor a Deus
pelas obras que evidenciam sua salvação (Mt 5.16). Se antes de Cristo o casal
discutia, agora, em Cristo, a mulher procura não revidar, pois aprendeu com
Cristo a pagar o mal com o bem (Rm 12.21). Se o marido resiste ouvir o
evangelho, ele não deixará de ver o testemunho vivido na prática por sua
esposa, o que poderá resultar na sua conversão “... para que também, se alguns não
obedecem à palavra, pelo procedimento de suas mulher seja ganho sem palavra”
(1Pe 3.1). 3.3 “Considerando a vossa vida casta (honesta), em temor”. O
termo honesto no grego “kalos” quer dizer: “algo bom, admirável,
conveniente, decoroso, justo, honrável”. Pedro destaca que a mulher crente deve
estar livre das influências imorais e corruptas do paganismo, incluindo os
pecados e os desvios sexuais, mas, também, qualquer contato com as maneiras do
viver com os excessos de várias modalidades (1Pe 4.2-4). Portanto, neste
presente século onde há tanta promiscuidade e infidelidade conjugal, o cristão
casado deve mostrar-se santo e fiel ao compromisso que assumiu com seu cônjuge,
honrando-o diante de Deus e dos homens, ornando a doutrina na qual foi
instruído (Tt 2.10).
CONCLUSÃO
Diante do que foi exposto
aqui, conclui-se que Deus não quer que o crente venha a separar-se porque seu
cônjuge não é crente (1Co 7.10), ao invés disso, o conselho bíblico é que se o
marido ou a mulher descrente consente em habitar com seu cônjuge, permaneçam
juntos (1Co 7.12). Caso esta situação seja a sua, busque de Deus sabedoria para
que possa administrar com bom senso o seu lar e o seu casamento, a fim de que
possa permanecer casado e seu esposo ou sua esposa, seja juntamente com seus
filhos conduzidos a Cristo
QUESTIONÁRIO
1. Na criação do mundo, o
que Deus falou que não era bom?
R. O fato de o homem
viver só.
2. Segundo a lição, como
podemos entender o texto “o cônjuge que serve ao Senhor santifica o não
crente”?
R. A Bíblia afirma que
o cônjuge que serve ao Senhor santifica o não crente. É muito importante
ressaltar que essa “santidade” específica, a que se refere o apóstolo, não leva
à salvação.
3. Como deve agir a mulher
crente em relação ao lar?
R. Ela deve agir com
sabedoria.
4. Como deve agir u homem
crente em relação ao lar?
R. Deve agir com
sabedoria, procurando os melhores dias e horários para comparecer aos cultos.
5. O que o cônjuge
convertido tem de demonstrar?
R. O cônjuge
convertido, deve demonstrar que mudou e que Cristo o tornou um ser humano
melhor.
REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BARNETT,
T. Há um milagre em sua casa: A solução de Deus começa com
o que você tem. 9.ed., RJ: CPAD, 2007;
Bíblia
de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD;
Bíblia de
Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do
Brasil, 1999;
Bíblia de
Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro:
CPAD, 2011;
Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA;
Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA;
Bíblia
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Bíblia de
Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Vencendo as aflições da vida. CPAD.
HORTON,
S. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed.,
RJ: CPAD, 1996.
Lições
Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do
Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de
Andrade; CPAD;
Francisco de
Assis Barbosa
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