26 de agosto de 2012
Texto Áureo
“Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos
seus caminhos! Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá
bem” (Sl 128.1,2).
Verdade Prática
Para ter uma vida financeira equilibrada e
bem-sucedida, o crente deve administrar seus recursos com sabedoria, prudência
e comedimento.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 TIMÓTEO 6.7-12.
7
- Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar
dele.
8
- Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso
contentes.
9
- Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas
concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.
10
- Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa
cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas
dores.
11
- Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade,
a fé, o amor, a paciência, a mansidão.
12
- Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também
foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Compreender quem é o dono do nosso dinheiro.
- Discutir a respeito dos efeitos maléficos do consumismo e das dívidas.
- Saber que é possível livrar-se das dívidas com sabedoria e planejamento.
Palavra Chave
Quantia que se tem de pagar.
Introdução
Vivemos numa sociedade
extremamente consumista e não tem sido fácil lidar com o dinheiro,
principalmente quando ele vem em doses homeopáticas e as despesas são enormes.
Há uma grande pressão da sociedade consumista com um apelo visual que se
dinamiza diariamente para atrair a atenção dos compradores, gerando em nós
necessidades e até mesmo uma compulsão por coisas supérfluas e não essenciais.
Uma verdade estampada em nossa leitura bíblica em classe é a de que um desejo
inquieto de consumir sujeita as pessoas a um grande perigo espiritual. “Mas
tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o
amor, a paciência, a mansidão”(v.11). No grego, o termo praotes
significa uma disposição que é equilibrada, tranquila, balanceada em espírito,
despretensiosa, que tem as paixões sob controle. O termo é mais bem traduzido
como “serenidade”, não como uma indicação de fraqueza, mas de poder e força sob
controle. Não há termo melhor para descrever o homem ou a mulher crente, que
sabe como administrar suas finanças para não incorrer na “bancarrota” das
dívidas. Não é que o crente não possa contrair dívidas, aliás, não encontramos
nenhuma diretiva condenando o ato de contrair dívidas, como se fosse um pecado.
Na lei dada através de Moisés, que “é santa; e o mandamento, santo, justo e
bom” (Rm 7.12), os empréstimos são normalmente regulados, o que não
aconteceria se fosse pecado (Êx 22.25, Dt 24.6, 10-13), mas que o faça quando
necessário e sob os auspícios da mansidão. O crente
precisa ter alguns princípios elementares que devem reger a sua vida e hoje,
temos a graça de compartilhar como utilizar nosso salário com sabedoria, a fim
de honrarmos nossos compromissos, e glorificar ao Senhor em todas as áreas de
nossa vida.
I.
QUEM É O DONO DO NOSSO
DINHEIRO
1. Dê
a Deus o que lhe pertence.
É preciso ser responsável com o nosso salário. Como pessoas nascidas de novo
para uma nova vida em Cristo, temos muitos deveres para com as nossas pátrias:
a terrena e a celestial. Não é lícito para o crente sonegar o que lhes é
devido. As Escrituras afirmam que reter mais do que é justo é pura perda!
Somente sendo fiéis as janelas do céu se abrirão sobre nós, pois a bênção de
Deus enriquece e com ela não traz desgosto. Na ânsia de consumirmos, acabamos
por embutir em nosso orçamento aquilo que seria absolutamente dispensável e
desnecessário. O crente deve possuir um estilo de vida simples. Muitas vezes
gastamos muito em nossos próprios deleites, enquanto investimos tão pouco nas
causas nobres do Reino de Deus.
2.
Disciplina e orçamento financeiro. O crente deve envidar todos os esforços para não
gastar mais do que ganha. Precisa ser criterioso no seu orçamento. Não podemos
começar um projeto sem antes calcular o seu custo (Lc 14.28-30). Não podemos
viver num padrão acima das nossas possibilidades. O mundo moderno tenta nos
levar a comprar o que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para
impressionar as pessoas que não conhecemos. "O dinheiro atende a tudo"
(Ec 10.19). O “X” da questão é, quem manda em minha vida, eu ou o dinheiro? Há
uma máxima que diz: "O dinheiro é um bom servo, mas um péssimo patrão".
Salomão registrou: "O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros,
alívio receberá" (Pv 11.25) e Jesus disse: "Onde estiver o seu
tesouro, aí também estará o seu coração" (Mt 6.21). Precisamos
resolver quem vai mandar, pois sempre investimos naquilo que valorizamos. Somos
senhores ou servos do dinheiro? Não importa a soma que se ganhe, mas como se
administra esse ganho! Diante de tudo isso, a melhor forma de utilizarmos nosso
dinheiro é fazê-lo nosso servo, pois assim, não correremos o risco de permitir
que ele tire nossa tranquilidade, liberdade e testemunho.
3.
Cuidado com a cobiça.
A palavra-chave para o crente é moderação. Quanto mais ganhos materiais, mais
as pessoas se encontrarão cercadas por coisas que as esvaziam. O homem não pode
levar nada consigo quando for levado desta vida, de maneira que, todo o seu
incansável trabalho é inútil (Ec 5.11). Deus dá ao homem suas bênçãos de forma
material e este tem a obrigação de gozar estas dádivas e estar satisfeito com
elas em moderação, gratidão e prazer (Ec 5.18-20), sem nunca esquecer que nosso
contentamento deve estar em Deus e não nas coisas materiais. O dinheiro e as
coisas que ele pode nos dar não nos satisfazem (Pv 27.20). Tendo o que comer e
vestir, diz Paulo, com isto devemos estar contentes.
“E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: O
campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo,
dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei
isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei
todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em
depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Mas
Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens
preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico
para com Deus” (Lucas 12:16-21). Assim falou Jesus à multidão reunida
que tinha acabado de ouvi-lo reprovar um homem que não tinha visto nele mais do
que um árbitro para uma contenda por dinheiro familiar. “Cuidado com a cobiça,”
ele disse; e então contou a parábola acima para explicar o motivo. A Parábola
do Rico Tolo é um espelho para a alma. O agricultor desta parábola não era
algum homem pobre que conseguiu riqueza subitamente. Ele já era rico quando uma
grande colheita fez os seus já grandes celeiros parecerem pequenos. Não há
indicação de que nenhuma das riquezas do agricultor tivesse sido mal ganha. Por
tudo o que sabemos, ele ganhou cada pedaço dela com trabalho duro e
gerenciamento prudente. Esta história não é sobre fraude. É sobre tolice. O
agricultor, que tinha sido tão hábil gerindo sua propriedade, tornou-se um
simplório ao gerir a vida. Ele cometeu algumas tolices muito óbvias. Primeiro
de tudo, ele cometeu o engano de pensar que era o proprietário de sua riqueza.
“Minhas colheitas”, “meus bens”, “meus celeiros” e até “minha alma”, ele disse.
Que arrogância! Que ingratidão! Como se ele, e somente ele, tivesse conseguido
tudo isso. Não há nenhuma palavra pronunciada de agradecimento ao grande Deus
que nos dá “do céu chuva e estações frutíferas, enchendo os vossos corações
de fartura e de alegria” (Atos 14:17), para não falar de “vida,
respiração e tudo o mais” (Atos 17:25). Em qualquer tempo em que pensarmos
que merecemos as coisas que estamos usando, far-nos-ia bem verificar a relação
da terra ou da casa em que estamos. Somos todos inquilinos aqui. A segunda
tolice foi pensar consigo mesmo sobre que disposição ele deveria dar a suas
bênçãos inesperadas (12:17). Ele deveria ter consultado Deus porque o mundo e
toda a sua plenitude são dele (Salmo 50:12). Mas isso nunca lhe passou pela
cabeça. Nem ele pensou nos celeiros vazios das pessoas pobres e lutadoras para
quem suas sobras teriam significado livramento. Ele só pensou em si mesmo. Sua
terceira tolice está em supor que o que ele pudesse colocar num celeiro fosse
tudo o que ele precisava. Olhando sobre toda sua abundância, ele disse consigo
mesmo: “Consegui fazer!” Ele pensava que estas coisas significavam conforto
assegurado, felicidade e segurança. Admiramo-nos sobre em que mundo ele vivia.
Como agricultor, praga, seca, inundação e roubo não lhe eram estranhos. É
preciso cegueira incomum para imaginar que haja qualquer segurança em coisas
materiais (Mateus 6:19). Mas é preciso estupidez ainda maior para imaginar que
espíritos formados à imagem do Eterno possam jamais ficar satisfeitos e
realizados com a mera matéria, mesmo que ela fosse eterna (Eclesiastes 5:10-11;
6:7). Fomos feitos para “o Deus vivo” (Salmo 42:2; Atos 17:26-28)
e a vida provém do coração, não do banco (Provérbios 4:23). Finalmente, nosso
agricultor “bem sucedido” esqueceu-se do tempo e da morte. Ele estava pensando
em muitos anos, mas Deus disse que não seria nem mais um dia. Sua riqueza foi
para um lado e ele foi para outro. Não há bolso numa mortalha. Salomão fala frequentemente
desta verdade em Eclesiastes. “Também aborreci todo o meu trabalho,
com que me afadiguei debaixo do sol, visto que o seu ganho eu havia de deixar a
quem viesse depois de mim. E quem pode dizer se será sábio ou estúpido?” (Eclesiastes
2:18-19). Não há tolice imperdoável maior do que planejar a vida sem considerar
a morte, e construir a vida sobre coisas que a morte certamente tirará. A
evidência de nossa mortalidade e incerteza da vida não é apenas premente, é
irresistível. Nenhuma verdade sobre nós mesmos é tão evidente como o fato de
que vamos morrer, e morrer em algum tempo imprevisível. E a única coisa que
sobreviverá à morte é uma relação segura com Deus. Deveremos, portanto,
derramar todas as nossas vidas e tesouros para ele, amontoados, comprimidos,
transbordando. Diz-se que Alexandre o Grande pediu para ser enterrado com suas
mãos colocadas de tal modo que todos poderiam ver que elas estavam vazias. É também
relatado que, quando a cripta do Imperador Carlos Magno foi aberta, ele foi
encontrado sentado em seu trono, uma figura agora só ossos, apontando para um
texto em uma Bíblia aberta: “Que aproveita ao homem, ganhar o mundo inteiro
e perder a sua alma?” (Marcos 8:36). “É uma pergunta muito boa.” [Extraído
do artigo “Rico para com Deus”de autoria de Paul Earnhart, disponível em http://www.estudosdabiblia.net/2004116.htm].
II. O CONSUMISMO E AS DÍVIDAS
1. Os males do consumo inconsciente. “Não estou dizendo isso porque esteja
necessitado, pois aprendi a contentar-me a toda e qualquer
circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura.
Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem
alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso
naquele que me fortalece.” (Fp 4.11-13). O texto que Paulo escreve em Fp
4.11-13 é um guia para compreendermos a vontade de Deus para nossa vida
financeira. Paulo ensina que o crente pode possuir riquezas, contudo, não deve
confiar nelas. Com a mente em Cristo, Paulo afirma que a satisfação de suas
necessidades materiais não era a medida nem o motivo de sua alegria. Usando um
termo muito empregado pelos filósofos de sua época que a usavam para descrever
uma pessoa que era auto-sufuciente em todas as circunstancias, ele repudia a
ideia da auto-suficiência, afirmado que ele a tinha somente em Cristo, cuja paz
e propósito ele desfruta apesar das circunstancias.
2. Adquirir o que se pode pagar. Somente o insensato
compra o que não pode pagar (Pv 21.20). Paulo certamente não era um economista,
mas seus conselhos nessa área são valiosíssimos! Ele diz em Romanos 13.8: “A
ninguém fiqueis devendo nada, exceto o amor…”. Devemos ser muito cuidadosos
para não nos envolvermos com dívidas, pois contraí-las sem saldá-las
integralmente, no tempo devido, é comprometer o nosso nome, comprometer o nosso
testemunho de cristão e a honra do Evangelho. Não é novidade para ninguém os
abusos praticados pelo mercado financeiro, onde os juros são extorsivos, assim,
nosso cuidado deve ser redobrado para não cairmos na teia de compromissos
financeiros impagáveis. Lembremos que o cartão de crédito deve ser usado com
parcimônia e inteligência afinal, comprar com ele quase sempre, é comprar o que
não se precisa com o dinheiro que não se tem.
3. Aja com integridade, fuja da corrupção. Certa vez, João
Batista exortou os soldados a se contentarem com seus soldos e que não
aceitassem suborno (Lc 3.14). A honestidade e integridade de uma pessoa é
avaliada pela sua capacidade de cumprir com suas obrigações, assim, as
obrigações financeiras exigem muita atenção, pois o seu cumprimento é
testemunho de nossa integridade e de nossa nova cidadania. O crente deve primar
por cumprir estas obrigações, e é lamentável ouvir o número de casos em que o
testemunho de crentes, que aparentam ter boa maturidade, tem sido comprometido
por dívidas não pagas. Isso é fruto do descontentamento e ganância. Paulo diz
em Filipenses 4.11: “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a
contentar-me com o que tenho”. Nós temos contraído muitas aflições para
nossa vida não por causa da fome, ou da miséria que aflige multidões mundo
afora, mas por causa do consumismo desenfreado que nos é imposto pela sociedade.
Talvez algum leitor deste comentário esteja passando por uma situação como
essa: “aquele ímpio anda de carro nove e melhor do que o meu”. O conselho de
João, o Batista, é que estejamos contentes com o que temos e não aceitemos
pechas, pois, sem Cristo, o ímpio não poderá receber a mesma recompensa que nós
nem participará da mesma eternidade.
III. É POSSÍVEL LIVRAR-SE DAS DÍVIDAS
1. Cuidado com seu cartão de crédito e com o cheque
especial. Quem nunca "estourou" o limite no final
do mês e não conseguiu cobrir todo o cartão de crédito e o cheque especial? É
uma mal a que estamos sujeitos. O consumo mal planejado e a utilização do
crédito de maneira descontrolada são fatores de desestabilização para a vida
financeira de qualquer pessoa. É preciso aprender a consumir de maneira
inteligente e utilizar o crédito de maneira consciente. São muitas as
armadilhas postas para agarrar o incauto consumidor compulsivo. O cartão de
crédito é, sem dúvida, o mais perigoso: estimula a comprar por impulso; quando
somente o valor mínimo da fatura é pago, o juro que corre sobre a dívida é
abusivo e torna a dívida, em pouco tempo, impagável. Sobre este saldo devedor
em aberto são cobrados os encargos mensais e os juros remuneratórios costumam
variar de 7% a 15% ao mês. Aqui começa a insônia do antes “feliz consumidor”
que vê sua dívida se multiplicar com os juros sobre juros aumentando a dívida
mês a mês de forma a torná-la impagável. Não devemos condenar o uso do cartão,
mas sim, usá-lo com inteligência; usá-lo a nosso favor. O cartão é excelente
para pagar contas mensais planejadas, como a despesa com gasolina, farmácia e
supermercado. Bem utilizado, ele facilita nossa rotina, além do fator
“segurança”, já que evita o uso do "dinheiro vivo". Não seja levado,
ou guiado, por impulsos, pois Deus já nos concedeu um espírito de moderação e
autocontrole: “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e
de amor, e de moderação” (2 Tm 1.7).
2. Vivendo de modo simples, porém tranquilo e
santo. “[...] não ambicioneis coisas altas, mas
acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;” (Rm 12.16).
Este texto de Romanos aconselha aos crentes a estarem satisfeitos, tendo as
coisas essenciais desta vida, como alimento, vestuário e teto. Certamente
haverá necessidades financeiras específicas, e nesse caso, devemos confiar na
providência divina (Sl 50.15), enquanto continuamos a trabalhar (2Ts 3.7,8), a
ajudar os necessitados (2Co 8.2,3), e servir a Deus com contribuições generosas
(2Co 8.3; 9.6,7). Também sugere que os crentes não devem ambicionar riquezas
(vv. 9-11), já que no pensamento paulino, os ricos caem em muitas tentações. O
Salmista também discorre sobre o ‘estar contentado’: ”SENHOR, o meu
coração não se elevou, nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em
grandes assuntos, nem em coisas muito elevadas para mim. Decerto, fiz calar e
sossegar a minha alma; qual criança desmamada para com sua mãe, tal é a minha
alma para comigo. Espere Israel no SENHOR, desde agora e para sempre” (Sl
131.1-3). O ensino do Novo testamento quanto ao acúmulo de riquezas é
desencorajador. No original, riqueza é mamom (מָמוֹן), que significa
literalmente ‘dinheiro’, um termo aramaico usado para descrever riqueza
material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como
uma divindade. O termo é pejorativo e faz referência a riquezas considerando-a
como um objeto de culto e seu exercício ganancioso; à riqueza como um mal, mais
ou menos personificado. Pessoas ávidas por dinheiro são aqueles que cultuam
Mamom. Em Mt 6.19,24 apresentam-se à pessoa duas opções: um relacionamento com
Deus ou com as riquezas. É por isso que muitos cristãos, apesar das aparências,
não se enquadram no modelo apresentado pela Palavra de Deus. A avidez por
acumular riquezas é tão envolvente que rapidamente passa a controlar a mente e
a vida da pessoa, substituindo paulatinamente a glória de Deus (Lc 6.13). Para
o mundo secular, sucesso e consumo são termos que definem o que se considera
hoje uma vida próspera, pois o homem natural ignora que o “Porque o amor ao
dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se
desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm
6.10). Para os judeus contemporâneos de Jesus, o pensamento predominante era de
que as riquezas constituíam um sinal do favor especial de Deus, e que a pobreza
era um sinal de falta de fé e do desagrado de Deus; Jesus muitas vezes foi
escarnecido por ser pobre! (Lc 16.14). Esse pensamento é rejeitado pelo Mestre
nas seguintes passagens: Lc 6.20; 16.13 e 18.24,25. No pensamento cristão, as
riquezas são empecilho tanto à salvação como ao discipulado (Mt 19.24; 13.22).
Jesus advertiu-nos: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida
de qualquer não consiste na abundância do que possui.”. Ato contínuo, o
Senhor contou aos seus discípulos a parábola do rico insensato que julgava ter
segurança por causa de suas muitas posses (Lc 12.16-21). Cristo não condenou a
posse de riquezas materiais, mas fez questão de realçar a loucura de viver em
função daquilo que perecerá.
3. Confie em Deus. Na condição de
filhos, Deus nos concede todas as bênçãos espirituais de que necessitamos (Ef
1.3; Fp 4.19; Tg 1.17) bem como as bênçãos materiais. Deus abençoa a todos sem
distinção de raça, cor, credo, condição financeira, condição física ou
educação. (Lc 9.23). “Porque sei que são muitas as vossas transgressões e
enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os
necessitados na porta. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele
tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e
assim o Senhor, o DEUS dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.” (Am
5.12-14). Neste mundo, onde há tanto ricos quanto pobres, freqüentemente os que
têm abastança material tiram proveito dos que nada têm, explorando-os para que
os seus lucros aumentem continuamente (ver Sl 10.2, 9,10; Is 3.14,15; Jr 2.34;
Am 2.6,7; 5.12,13; Tg 2.6). A Bíblia tem muito a dizer a respeito de como os
crentes devem tratar os pobres e necessitados. Ao revelar a sua Lei aos
israelitas, mostrou-lhes também várias maneiras de se eliminar a pobreza do
meio do povo (ver Dt 15.7-11). Declarou-lhes, em seguida, o seu alvo global: “Somente
para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na
terra que o SENHOR, teu DEUS, te dará por herança, para a possuíres” (Dt
15.4). O crente tem o dever de preocupar-se com o social, especialmente com os
domésticos na fé (Gl 6.10) [Paulo de fato diz para ajudar “a todos.” Quando ele
diz “especialmente” ou “principalmente” é com ênfase, mas não exclusividade].
Boa parte do ministério de JESUS foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na
sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas,
ninguém mais se importava a não ser JESUS (cf. Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19;
Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava
duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os
pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31). Quantos de nós que,
embora ricos espiritualmente, carecemos de bens materiais para a sobrevivência!
Quantos irmãos nossos, co-herdeiros com Cristo, vivem em palafitas, ou estão
desempregados? A estes não devemos fechar o coração, mas ajudá-los com alegria.
É interessante e importante a palavra de Paulo quanto a este respeito em 1Tm
5.8: “se alguém não cuidar dos seus e especialmente dos da própria casa, tem
negado a fé e é pior do que o descrente”. A prosperidade legitima-se com a
generosidade.
CONCLUSÃO
Deus deseja abençoar-nos,
mas precisamos agir com sabedoria e sermos íntegros financeiramente. As bênçãos
descritas em todo o Salmo 128 estão baseadas num elemento de adoração muitas
vezes ignorado: o temor do Senhor (v.1). O crente precisa ser disciplinado na
administração das suas finanças a fim de honrar os seus compromissos pois é
conhecedor que sua infidelidade não prejudicará apenas a si, mas traz desonra
ao Evangelho. O ato de comprar parece simples e prazeroso, e a mídia é cansativa
para nos provar que isso é verdade, mas não é. Exige responsabilidade,
planejamento e reflexão.
N’Ele,
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem
de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
QUESTIONÁRIO
1. Em relação à porção do Senhor, o que não nos
pertence?
R. A décima parte do nosso salário.
2. Segundo a lição, o que é preciso
fazer para ser bem-sucedido financeiramente?
R. É preciso ter disciplina e orçamento
financeiro.
3. O que devemos fazer antes da
adquirir algum bem?
R. Fazer as contas e pesquisar preço.
4. O que Paulo ensina sobre as
riquezas?
R. Ele ensina que “os que querem ser ricos caem em
tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que
submergem os homens na perdição e ruína” (1 Tm 6.9).
5. Você crê que com planejamento,
responsabilidade, oração e confiança no Senhor suas crises financeiras podem
ser controladas?
R. Resposta
pessoal.
REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
- [a] http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=d%C3%ADvida;
- BARNHILL, J. A. Antes que as Dívidas nos Separem: Respostas e cura para os conflitos financeiros em seu casamento. - 1.ed., RJ: CPAD, 2003.
- Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3.ed., RJ: CPAD, 2005.
- LIMA, E. R. Ética Cristã: Confrontando as Questões Morais do Nosso Tempo. 1.ed., RJ: CPAD, 2002;
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA. Estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA (BEP - CPAD);
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
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-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. HUDSON, K. Criando
os Filhos no Caminho de Deus: Um guia bíblico para pais cristãos. 1.ed.,
RJ: CPAD, 1997.
-. Lições Bíblicas do
3º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, Muitas são as aflições do justo, mas o
Senhor o livra de todas; Comentarista: Eliezer de Lira e Silva; CPAD;
[Disponível no site: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2012/2012-03-09.htm].
.
Francisco de Assis Barbosa
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