23 de
setembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e,
fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que
vê o que está oculto, te recompensará” (Mt 6.6).
VERDADE PRÁTICAS
A verdadeira motivação do crente não está na fama ou
no poder, mas em viver para glorificar a Cristo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Marcos
1.35-45.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Compreender qual deve ser a verdadeira
motivação do crente.
· Conscientizar-se de que não fomos chamados para a
fama.
· Saber que o anonimato não é sinônimo
de derrota.
Palavra Chave
Motivação: Ato ou efeito de motivar; motivo, causa.
“conjunto de processos que dão ao comportamento uma intensidade, uma direção
determinada e uma forma de desenvolvimento próprias da atividade individual”. -
“Motivo” - “razão de ser, a causa de qualquer coisa; o que dá força psíquica,
põe alguém em prontidão para a ação; incentivo, mobilização”. O que nos move em
direção a algo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Damos
início a o último bloco do trimestre, estudaremos hoje a verdadeira motivação
do crente, ponto fundamental para que superemos as aflições vividas neste
mundo. O crente, para vencer este mundo, precisa negar-se a si mesmo, o que
implica em rejeitar toda e qualquer pretensão de fama e vanglória. Uma das
causas das aflições na vida de muitos crentes hoje, certamente é a busca “por
um lugar ao sol”. Num mundo globalizado, onde as distancias são vencidas e a
exposição pessoal é cada vez mais enfatizada, onde a necessidade de “aparecer”
é estimulada, caímos na tentação de parecer ter e a busca pela fama, poder e
influencia procuram atrair-nos. Em Atos a Igreja Primitiva escolheu seus sete
primeiros diáconos com base na sua "boa reputação" ou
fama (At 6.3). Uma boa reputação confirmada pelo próximo é crucial à plena
liberação do Espírito no ministério aos outros e ao crescimento da Igreja.
Hoje, aprenderemos sobre a verdadeira motivação do crente. Tenham todos uma
excelente e abençoada aula!
I. A VERDADEIRA
MOTIVAÇÃO DO CRENTE
1. O crente fiel
dispensa a vaidade. A vaidade (chamada
também de orgulho ou soberba) é o desejo de atrair a admiração das
outras pessoas. Uma pessoa vaidosa cria uma imagem pessoal para transmitir aos
outros, com o objetivo de ser admirada. Uma pessoa vaidosa pode ser gananciosa,
por querer obter algo valioso, mas é só para causar inveja aos outros. Um ser
humano invejoso, por sua vez, identifica com bastante facilidade um ser humano
vaidoso, pois os dois vícios se complementam, e um é objeto do outro, uma vez
que, vaidade é o desejo imoderado de
chamar atenção, ou de receber elogios; presunção, fatuidade, gabo; coisa vã,
fútil; futilidade, alarde, ostentação e vanglória. Em Atos a Igreja Primitiva
escolheu seus sete primeiros diáconos com
base na sua "boa reputação" ou fama (At 6.3). Uma boa
reputação confirmada pelo próximo é crucial à plena liberação do Espírito no
ministério aos outros e ao crescimento da Igreja e Paulo escrevendo aos
Filipenses 2.3, exorta: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por
humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”.
2. O crente fiel não
deseja o primeiro lugar. O Rev. Gildásio
Reis, Pastor da Igreja Presbiteriana de Osasco, escreve em seu artigo “Motivações
Perigosas para o Ministério”: É possível que alguém caia na armadilha de
desejar o ministério por entender que a posição e o status conquistado forçam
os outros a lhe dedicarem atenção. O desejo que um ser humano tem de que
os outros o respeitem é um sinal louvável de sua autoestima. Não há nada de
errado em desejar ser respeitado e admirado, mas não é a motivação correta para
o ministério. É comum termos notícias de líderes que avaliam sua eficiência
ministerial através de quantas pessoas da denominação o conhecem. Conheci um
pastor que guardava todo exemplar do jornal Brasil Presbiteriano em que saía
uma matéria com sua foto e que falava a seu respeito. São líderes que buscam a
fama e serem aplaudidos pelos homens. Em 1Tm 3.1, Paulo escreve: “se alguém
deseja o pastorado, excelente obra almeja”. O termo deseja na língua
grega é epithumeo, que tem o significado de “colocar o coração”,
“ambicionar”, “desejar”. Precisa ser observado que o objeto do desejo é a obra,
o serviço, e não a posição ou status. Este foi um erro cometido por Tiago e
João (Mc 10.35,45). Alguém motivado por posição elevada e pelo desejo de
atenção trará com certeza prejuízo a si mesmo e à Igreja de Cristo.[1]
3. O crente fiel não se
porta soberbamente. Paulo apela à Igreja de
Filipos escrevendo: “Se há, pois alguma exortação em Cristo, alguma
consolação de amor, alguma comunhão de Espírito, se há entranhados afetos e
misericórdia, completais a minha alegria de modo que penseis a mesma coisa,
tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma (...), não façam nada por disputa,
mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo”(Fp.2.1-3).
Para isso, ele mesmo dá o caminho a ser seguido: o exemplo de Jesus que, sendo
Deus, esvaziou-se a si mesmo, assumindo forma de servo, tornando-se em homem e
como tal, obedecendo até a morte, e morte de cruz. O mesmo poder que estava em
Jesus, age em nós hoje através do Espírito Santo. Assim, podemos crer que é
possível seguirmos o mesmo exemplo. A cruz não significa nada fora de nós, mas
sim o nosso pecado que deve ser dominado e finalmente crucificado! Quanto a
isto, Spurgeon escreveu: “Se um homem perceber, depois do mais severo exame
de si mesmo, qualquer outro motivo que a glória de Deus e o bem das almas em
sua busca do pastorado, melhor que se afaste dele de uma vez, pois o Senhor
aborrece a entrada de compradores e vendedores em seu templo”.
II. NÃO FOMOS CHAMADOS
PARA A FAMA
1. O que é fama. Não é de hoje que a sede de posição cega as
pessoas. Posição e reconhecimento transmitem uma certa dose de autoridade que
dignifica o ser humano, e lhe confere status social. Fama é reputação,
conceito; renome, celebridade. Celebridade é uma pessoa amplamente reconhecida pela sociedade. A
palavra deriva-se do latim celebritas, sendo também um adjetivo para
célebre, que quer dizer "famoso, celebrado". 2 Crônicas 19.9 traz:
“E deu-lhes ordem, dizendo: Assim fazei no temor do SENHOR, com fidelidade, e
com coração íntegro”. O fruto da fidelidade deve ser demonstrado na vida de
cada crente, ele não pode se deixar contaminar pela sociedade da qual faz
parte. O crente é o sal da terra (Mt 5.13). Dois dos valores do sal são: o
sabor e o poder de preservar da corrupção. O crente e a igreja, portanto, devem
ser exemplos para o mundo e, ao mesmo tempo, militarem contra o mal e a
corrupção na sociedade. A fidelidade é uma característica de quem tem fé, ou
seja, de quem recebeu o fruto do Espírito Santo pela fé em Deus, através do
sacrifício de Jesus. A fé é um dom de Deus (Rm 12.3; Ef 2.8; 6.23; Fp 1.29),
ela exclui a vanglória pessoal (Rm 3.27) e a sua operação é pelo amor (Gl
5.6; I Tm 1.5; Fl 5).
2. O problema. A única motivação do crente em qualquer coisa que
lhe venha à mão para fazer é a glória de deus. A fama gera vaidade e esta, por
sua vez, tira a glória de Deus e a lança sobre o instrumento usado por Ele.
Seria como se alguém após ter passado por uma cirurgia de alto risco, ao
acordar da anestesia, se voltasse para o bisturi e dissesse - Obrigado, tú me
salvaste a vida. Quem operou? O médico ou o bisturi? Quando a fama entra na
vida do crente, a graça de Deus pode sair. É patente hoje o fracasso de crentes
levantados por Deus para um ministério específico exatamente pela aceitação
daquelas ofertas que Jesus recusou quando foi tentado por Satanás. Tais crentes
foram seduzidos e tragados pela busca da fama e do poder temporal, da efêmera
glória do aqui e agora. “Porque que aproveita ao homem granjear o mundo todo,
perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?” (Lc 9.25).
III. O ANONIMATO NÃO É
SINÔNIMO DE DERROTA
1. A verdadeira
sabedoria. No início do capítulo 3,
Tiago disse que não era bom que houvesse muitas pessoas querendo ser
professores na igreja. Ele disse isso porque é muito fácil as pessoas
tropeçarem com as suas palavras, e assim influenciarem outras pessoas de um
modo errado. A piedade é a verdadeira sabedoria! Piedade que os gregos
denominam theosebeian, a qual foi recomendada pelas palavras dirigidas ao homem
e que se lêem no livro de Jó: “Eis, o temor do Senhor é a (verdadeira)
sabedoria” (Jó 28,28). Pois, se traduzíssemos o termo theosebeian para o
português a partir do latim de acordo com a sua origem, poder-se-ia dizer
“culto a Deus”, o qual consiste principalmente em que a alma não lhe seja
ingrata. Por isso, no verdadeiro e singular sacrifício, somos exortados a dar
graças ao Senhor nosso Deus. O homem foi criado para a glória de Deus, para que
Deus pudesse manifestar a Si mesmo e para ser magnificado em, através, e sobre
Sua criatura. O sentimento de Agostinho, "Fizeste-nos para Ti e
inquieto está o nosso coração enquanto não repousar em Ti”, embora não seja
uma citação da Escritura, é totalmente escriturística, conforme o que está
exposto em Mateus 11.28.
2. A simplicidade. Estamos nos acostumando ao termo “Extravagante”,
bem comum em nossas igrejas. Extravagância é uma ação que se desvia das normas
usuais do bom senso; é excentricidade, esquisitice, libertinagem. Bom senso é
algo que falta em nosso meio cristão. Adotamos a extravagância em detrimento da
simplicidade, nos movemos do natural para o artificial e superficial.
Transformamos a beleza da simplicidade de Cristo em extravagantes eventos
evangélicos. Na contramão, temos o exemplo de simplicidade e equilíbrio na vida
de Jesus que é dada como trilho a ser seguido! Oxalá fossemos imitadores de
Cristo de forma integral e simples! A “extravagância ao contrário”
(radicalidade) do discurso de Jesus contra as mentes religiosas contrastava com
sua compaixão, amor e empatia para com as pessoas. A simplicidade dos lírios do
campo, a companhia dos humildes de coração, as ministrações com emprego de
parábolas com situações do cotidiano... o usual e costumeiro era o Mestre nos
ensinando a simplicidade emtudo. O Nazareno sabia exatamente da sua missão a
cumprir (Jo 5.30) e é o nosso maior exemplo de simplicidade e equilíbrio no
trato com as multidões. Enquanto estas o procuravam, Ele se refugiava em
lugares desérticos (Mt 14.13; Mc 1.45).
3. O equilíbrio. No mundo contemporâneo, um dos elementos mais
importantes na vida do crente é o equilíbrio. Extremos são perigosos, e podem
deformar completamente a fé cristã. O caminho mais curto para a heresia e a
apostasia é quando uma doutrina ou prática é supervalorizada em detrimento de
outras doutrinas e práticas igualmente importantes. Não que não haja situações
extremas em que posições radicais sejam exigidas. A dificuldade é ter sabedoria
para reconhecer essas situações, assim como aquelas que exigem reações e
posições mescladas de mais de um tipo de valor. A tensão entre a fé e as obras
no âmbito da vida cristã é uma dessas situações que exigem equilíbrio e
valorização de tudo que a Bíblia encarece, mas que, infelizmente,
testemunha extremismos perniciosos dos dois lados. Sobre a falta de equilíbrio
na vida espiritual o Senhor disse: “O meu povoestá sendo destruído, porque
lhe falta o conhecimento.” (Os 4.6). Aprouve a Deus trazer o conhecimento
pleno, para que pudéssemos ter, aqui na Terra, uma vida equilibrada. O nosso
modelo é um só: Jesus. Não temos outro modelo. Quando o apóstolo Paulo disse: “Sede
meus imitadores como eu sou de Cristo” (1Co 11.1), ele nos mostrou que
estava imitando o Senhor e que podemos fazer o mesmo! Se há alguma coisa em que
devemos gloriar-nos, que seja na Cruz de Cristo (1 Co 2.2; Gl 6.14).
CONCLUSÃO
Nossa
cultura, quer secular, quer e cristã, o anonimato é tomado como sinônimo de
fracasso. A exposição midiática é disputada ferrenhamente por famosos
tele-pregadores como também por aspirantes ao estrelato. Carece-se voltar para
a Palavra, não se conformando com os padrões ou modelos mundanos impostos no
presente século (Rm 12.2). Em Mateus vemos Jesus como leão, como quem tem poder
e autoridade, já em Marcos, ele é como o boi, retrato do seu espírito de
serviço e submissão. Lemos no capítulo 10, verso 45: “Pois o próprio Filho
do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate
de muitos.” Isso é equilíbrio na fé. O equilíbrio não é apenas a autoridade
do leão, mas também a disposição de serviço e a humildade do boi. Marcos assim
retrata a Jesus com a clara intenção de levar os leitores à compreensão da
necessidade de servir, de sermos humildes. A pureza, a simplicidade e a
sinceridade são os valores do Reino de Deus que nem sempre são entendidos pelos
incrédulos Anônimos ou famosos, vivamos para a glória de Deus!
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
EXERCÍCIOS
1. O que é vaidade?
R. É
a ideia de valorização que se atribui à própria aparência. É o desejo intenso
de a pessoa ser reconhecida e admirada pelos outros.
2. Defina fama.
R. É
o conceito (bom ou mau) formado por determinado grupo em relação a uma pessoa.
Para que tal conceito seja formado em relação a si, é preciso tornar-se o
centro das atenções.
3. De acordo com a lição, que
história o livro de Eclesiastes narra?
R. O
livro de Eclesiastes relata a história de um pobre homem sábio que livrou a sua
cidade das mãos de um rei opressor (Ec 9.13-18).
4. Qual o maior exemplo que
temos de simplicidade e equilíbrio?
R. O
da vida de Jesus de Nazaré.
5. Você tem sido atraído (a)
pela ilusão midiática?
R. Resposta pessoal.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
Os textos
das referências bíblicas foram extraídos do
site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada
Fiel, salvo indicação específica.
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
[1] - http://www.monergismo.com/textos/pastores/motivacoes_ministerio_gildasio.htm;
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
[1] - http://www.monergismo.com/textos/pastores/motivacoes_ministerio_gildasio.htm;
Francisco de Assis Barbosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário