23 de
dezembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Eis que vêm dias, diz o SENHOR,
em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e
praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23.5). – “vêm dias” refere-se
à era messianica “Renovo justo” uma expressão messiânica (veja Is 4.2; 11.1 e Zc 6.12, onde Josué
aparece como um tipo de Cristo). [a]
VERDADE
PRÁTICA
Jesus é tanto o Salvador
do mundo, como Rei do Universo.
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Zacarias 1.1;
8.1-3,20-23.
OBJETIVOS
Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
- Compreender a estrutura e a mensagem do livro de Zacarias.
- Explicar a promessa de restauração da nação.
- Saber que o reino messiânico é real.
Palavra Chave
Messias
s. m. 2 núm.
1. Redentor prometido aos
judeus.
2. [Por extensão] Pessoa esperada ansiosamente.
3. [Figurado] Reformador social. (Nestas duas acepções,
grafa-se com inicial minúscula.). [b] Ungido. Esta palavra aparece
no Antigo e no Novo Testamentos - umas vezes com a designação de ‘o príncipe’ (Dn 9.25,26), outras com a
sua significação própria: ‘o Ungido’,
o ‘Cristo’ (Jo 1.41 - 4.25). A
palavra ‘ungido’ é aplicada aos
sacerdotes (Lv 4.3,5 - 6.22), aos reis (1Sm 2.10 - 12.3, etc.), e mesmo a um
pagão, no caso de Ciro (Is 45.1). Geralmente se considera a passagem de Gênesis
8.15 como uma promessa do Messias. Os escritores judaicos, contudo, não
interpretam diretamente estas palavras do Gênesis como referentes ao Messias,
embora alguns sustentem que a vitória seria ‘nos dias do Messias’. A Abraão tinha sido anunciado o Messias mais
ou menos claramente, como a prometida Semente - a Moisés como um Profeta - a
todos daquele tempo como um Sacerdote - a Davi se manifesta também como Rei.
Até que ponto conhecia Davi a profunda significação das profecias que por Natã e
outros lhe eram reveladas ou por ele proferidas, não se pode saber. Tanto a
ele, como a outros inspirados videntes, se podem aplicar as palavras de Pedro
(1Pe 1.10 a
12). Mas o próprio apóstolo Pedro também em outro lugar nos ensina que Davi
sabia que ‘Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes se assentaria no
seu trono’ (At 2.30). Os salmos, na verdade, abundam em referências ao Messias
e Seu reino. Eles contêm maravilhosas predições da vida de Cristo, concernentes
aos Seus sofrimentos e à Sua glória. A respeito dos Seus sofrimentos veja o Sl
22 - e com respeito à Sua glória os salmos 2,45,72 e 110. O salmo 182.11,
relaciona Jesus com Davi - o 118.22, prediz que Ele havia de ser rejeitado
pelos judeus - o salmo 68.18, anuncia a Sua ascensão e o dom do Espírito - e o
salmo 117 a
chamada dos gentios. O caráter messiânico não se restringe a esses salmos
diretamente proféticos. Por todos os salmos se apresenta um ideal, de pessoa
justa, embora sofredora, que pela dor e pelas aflições havia de atingir o domínio
universal. Ora, é Jesus Cristo, na Sua pessoa e na Sua obra, que de um modo
completo e único realiza esse ideal. Na verdade, no salmo 8, a honra conferida por Deus
à humanidade é assim descrita: ‘e sob seus pés tudo lhe puseste’ - mas o
comentário apostólico é desta forma: ‘Agora, porém, ainda não vemos todas as
coisas a ele sujeitas - vemos, todavia,... Jesus,... coroado de glória e de
honra...’ (Hb 2.8,9). Davi, no salmo 16, faz, numa esperança firme, esta
afirmação: ‘Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu
Santo veja corrupção.’ ‘Sendo, pois, profeta’, comenta o apóstolo Pedro, ele
‘referiu-se à ressurreição de Cristo’ (At 2.30,31). O salmo 40 também nos
oferece um belo quadro de santificação, que única e completamente teve a sua
realização em Cristo, como se mostra em Hb 10.5 a 10. Os indícios que
se encontram nos profetas estão de harmonia com os que se veem nos salmos. O
Messias deve ser Rei, e por isso os profetas o representam revestido com todos
os característicos dos mais ilustres príncipes da teocracia judaica - e mais de
uma vez lhe dão o título de Davi, que era a muitos respeitos o ideal da
verdadeira autoridade (Os 3.5 - Jr 30.9 - At 13.84). Eles descrevem no mesmo
rasgo de imaginação o Seu caráter como profeta ou sacerdote, multiplicando para
cada caso as imagens, a fim de apresentarem as mais sublimes ideias sobre a sua
missão (Zc 6 - Hb 7). E do mesmo modo falam do Seu reino, reino de graça e de
glória, como sendo a mais alta perfeição da economia judaica e lhe chamam
Jerusalém ou Sião (Is 62.1,6,7 - 60.15 a 20 - Gl 4.26 a 28 - Hb 12.22). Veja
também Is 60.6,7 - 66.23. O derramamento do Espírito é, para Joel, a
manifestação das três formas de revelação divina que ocorrem no Antigo
Testamento. A ideia de que todas as nações haviam de adorar o verdadeiro Deus
patenteia-se na declaração de que elas hão de reunir-se na festa dos
Tabernáculos (Zc 14.16). A glória dos dias do Messias é representada pelos
tempos felizes de Davi e Salomão (Zc 3.10 - 1Rs 4.25) - e o poder da paz pela
união de Judá e Israel (Os 1.11 - Is 11.13). Além disso, os inimigos do reino
do Messias não somente recebem os nomes que tinham os inimigos da antiga
teocracia, isto é, os de nações dos gentios, mas também o de que algum povo que
naquele tempo era poderoso ou especialmente adverso aos israelitas. Em Is 25
dá-se-lhes o nome de Moabe - em Is 63 e em Am 9.12 o de Edom - e em Ez 88 o de
Magogue. Todavia se achará que há duas linhas paralelas da profecia, apontando
para o Messias: uma delas apresenta o Rei ideal, a outra o Profeta ideal, o
sofredor servo do Senhor. [c]
Introdução
A dominação persa marca o
contexto da profecia de Zacarias. Provavelmente seu pano de fundo sejam os
distúrbios que principiaram depois da morte de Cambises, em 522 a. C.,
motivados pela sucessão do trono persa. A política desse império previa a
restauração dos cultos dos povos dominados. Ao patrocinar o culto local,
esperava conseguir algum consenso, pelo menos dos sacerdotes, para sua
administração. É claro que esse conceito de tolerância não pode ser levado ao
pé da letra. Não se tratava de consideração legítima pelos outros, mas sim da
percepção que o império mundial poderia ser mais bem dominado de maneira
duradoura. Qual a situação dos judeus nessa nova ordem política? O povo de Deus
continuava dominado. O desejo de libertação, acompanhado de esperança, ainda
era extremamente necessário. É nesse contexto que a mensagem de Zacarias se faz
presente. Tenham todos uma excelente e abençoada aula!
I. O
LIVRO DE ZACARIAS
1.
Contexto histórico (1.1). O ambiente no qual Zacarias desenvolveu seu
ministério foi o do retorno do cativeiro babilônico. Ao assumir o trono, “para
que se cumprisse a palavra do Senhor, falada por intermédio de Jeremias”, Ciro,
rei dos medos e persas, decretou que todo o povo de Judá que estava cativo
subisse para edificar a casa do Senhor (Ed 1.1-4). Além disso, todos os
utensílios do templo, que estavam em Babilônia foram enviados de volta a
Jerusalém (vs. 7-11). O livro recebe o nome do seu autor. Dois meses depois do
início do ministério de Ageu, Deus levanta a Zacarias para também trazer uma
mensagem ao povo. O livro de Zacarias é o 38° livro no cânon das Escrituras
Protestantes. A reconstrução do templo de YHWH em Jerusalém estava
completamente parada quando Zacarias iniciou seu ministério. Ao passo que
Salomão construíra o templo original em sete anos e meio (1Rs 6.37,38), os
judeus repatriados já haviam retornado a Jerusalém havia 17 anos e ainda
faltava muito para terminar a construção. A obra finalmente havia parado por
completo após a proscrição da parte de Artaxerxes. Mas agora, apesar dessa
proscrição oficial, a obra estava novamente em andamento. Deus comissiona Ageu
e Zacarias para incitar o povo a reiniciar a construção e a continuar até
terminá-la (Ed 4.23, 24; 5.1, 2). Em sua juventude, Zacarias havia trabalhado
lado a lado com Ageu, mas ao escrever os capítulos 9—14 (que a maioria dos
estudiosos data entre 480—470 a.C.), já se achava idoso. A totalidade das
profecias de Zacarias foi enunciada em Jerusalém diante dos 50.000 judeus que
haviam voltado a Judá na primeira etapa da restauração. O NT indica que
Zacarias, filho de Baraquias, foi assassinado “entre o santuário e o altar”
(i.e., no lugar da intercessão) por oficiais do templo (Mt 23.25). Algo
semelhante ocorrera a outro homem de DEUS que tinha o mesmo nome (ver 2 Cr
24.20,21). [d]
2. Vida
pessoal. Zacarias (Zekhar·Yah) que significa "YHVH se
Lembra". Este era um nome popular no Antigo Testamento. Ali encontramos
mais de trezentas pessoas designadas com este nome. Contudo, o escritor deste
livro é identificado como “Zacarias,
filho de Berequias, filho de Ido, o profeta” (Zc 1.1; Ed 5.1; Ne 12.12,16).
Ido, era líder de uma família de sacerdotes, e filho de Berequias (Zc 1.1). Ele
nasceu em Babilônia e pertencia à tribo de Levi. Provavelmente retornara do
exílio juntamente com os demais judeus (Ne 12: 1, 4, 16)4. Dessa forma, ele
ocupou os dois ofícios, sacerdote e profeta (Ne 12.1, 4, 7, 10, 12 e 16). O
profeta aparece na Bíblia tanto como filho de Berequias (Zc 1.1) quanto filho
de Ido (Ed 1.1; 6.14)6. A palavra “filho”, entretanto, em Hebraico, pode
significar também neto ou Descendente. O livro de Zacarias torna bem claro que
“YHWH TSABAOTH” se lembra do Seu povo, para tratá-los bem por causa do Seu
próprio nome (Zc 1.3). Pelas datas mencionadas no livro, ele abrange pelo menos
dois anos. Foi no “oitavo mês, no segundo ano de Dario” (outubro/novembro de
520 a.C.), que a construção do templo foi reiniciada e Zacarias começou a
profetizar (1.1). O livro também faz menção do “quarto dia do nono mês, ou
seja, em quisleu”, no “quarto ano de Dario” (por volta de 1° de dezembro de 518
a.C.) (7.1). Assim, a profecia de Zacarias seria, sem dúvida, proferida e
também registrada durante os anos 520-518 a.C. (Ed 4.24). Há também a
possibilidade de que esse ministério tenha sido um pouco mais longo, talvez até
a dedicação do templo, ou mesmo depois.
3.
Estrutura e mensagem. O livro de Zacarias chama a atenção pelo seu alto
teor escatológico. Ele transcende os limites da situação do momento, dos
problemas de sua época, para falar da restauração final, permanente. Em seu
ofício ele trata de “temas referentes ao início de uma era escotológica final e
à organização da comunidade escatológica”. O livro divide-se em duas partes
principais. (1) A primeira parte (1—8) começa com uma exortação aos judeus para
que voltem ao Senhor, para que também o Senhor se volte a eles (1.1-6).
Enquanto encorajava o povo a terminar a reedificação do templo, o profeta
Zacarias recebeu uma série de oito visões (1.7—6.8), garantindo à comunidade
judaica em Judá e Jerusalém, que DEUS cuida de seu povo, governando-lhe o
destino. As cinco primeiras visões transmitiam esperança e consolação; as
últimas três envolviam juízo. A quarta visão contém uma importante profecia
messiânica (3.8,9). A cena da coroação em 6.9-15 é uma profecia messiânica
clássica do AT. Duas mensagens (7;8) fornecem perspectivas presentes e futuras
aos leitores originais do livro. (2) A segunda parte (9—14) contém dois blocos
de profecias apocalípticas. Cada um deles é introduzido pela expressão: “Peso
da palavra do Senhor” (9.1;12.1). O primeiro “peso” (9.1—11.17) inclui promessa
de salvação messiânica para Israel, e revela que o Pastor-Messias, que levaria
a efeito tal salvação, seria primeiramente rejeitado e ferido (11.4-17; cf.
13.7). O “peso” (12.1—14.21) focaliza a restauração e conversão de Israel. DEUS
prediz que Israel pranteará por causa do próprio DEUS “a quem traspassaram”
(12.10). Naquele dia, uma fonte será aberta à casa de Davi para a purificação
do pecado (13.1); então Israel dirá: “O Senhor é meu DEUS” (13.9). E o Messias
reinará como Rei sobre Jerusalém (cap. 14). Seis aspectos básicos caracterizam
o livro de Zacarias. (1) É o mais messiânico dos livros do AT, em virtude de
suas muitas referências ao Messias, que ocorrem em seus catorze capítulos.
Somente Isaías, com seus sessenta e seis capítulos, contém mais profecias a
respeito do Messias do que Zacarias. (2) Entre os profetas menores, possui ele
as profecias mais específicas e compreensíveis a respeito dos eventos que
marcarão o final dos tempos. (3) Representa a harmonização mais bem sucedida
entre os ofícios sacerdotal e profético em toda a história de Israel. (4) Mais
do que qualquer outro livro do AT, suas visões e linguagem altamente simbólicas
assemelham-se aos livros apocalípticos de Daniel e Apocalipse. (5) Revela um
exemplo notável de ironia divina ao prever a traição do Messias por trinta moedas
de prata, tratando-as como “esse belo preço em que fui avaliado por eles”
(11.13). (6) A profecia de Zacarias a respeito do Messias no capítulo 14, como
o grande Rei-guerreiro reinando sobre Jerusalém, é uma das que mais inspiram
reverente temor em todo o AT[d]. O Livro de Zacarias ante o NT Há
uma aplicação profunda de Zacarias no NT. A harmonização da vida pessoal de
Zacarias, entre os aspectos sacerdotal e profético pode ter contribuído para o
ensino do NT de que Cristo é tanto sacerdote quanto profeta. Além disso,
Zacarias profetizou a respeito da morte expiatória de Cristo pelas mãos dos
judeus, que, no fim dos tempos, levá-los-á a prantearem-no, arrependerem-se e
serem salvos (12.10—13.9; Rm 11.25-27). Mas a contribuição mais importante de
Zacarias diz respeito a suas numerosas profecias concernentes a Cristo. Os
escritores do NT citam-nas, declarando que foram cumpridas em Jesus Cristo.
Entre elas estão:
(1) Ele virá de modo humilde e
modesto (9.9; 13.7; Mt 21.5; 26.31, 56);
(2) Ele restaurará Israel pelo
sangue do seu concerto (9.11; Mc 14.24);
(3) será Pastor das ovelhas de
Deus que ficaram dispersas e desgarradas (10.2; Mt 9.36);
(4) será traído e rejeitado
(11.12,13; Mt 26.15; 27.9,10);
(5) será traspassado e abatido
(12.10; 13.7; Mt 24.30; 26.31, 56);
(6) voltará em glória para livrar
Israel de seus inimigos (14.1-6; Mt 25.31; Ap 19.15);
(7) reinará como Rei em paz e
retidão (9.9,10; 14.9,16; Rm 14.17; Ap 11.15); e
(8) estabelecerá seu reino
glorioso para sempre sobre todas as nações (14.6-19; Ap 11.15; 21.24-26;
22.1-5).
II.
PROMESSA DE RESTAURAÇÃO
1. Sião. A chave
para a plena restauração de Israel é a volta de DEUS a Sião. Pois indica a
ocasião em que CRISTO voltará, em glória, para implantar o seu reino sobre as
nações. Nesta ocasião, a presença divina fará de Jerusalém a cidade da verdade
e da fidelidade. E o monte do Senhor será santo, i.e., separado à sua adoração.
Este capítulo cita dez bênçãos que hão de acompanhar o reino de DEUS na terra.
Cada descrição começa com a expressão: "Assim diz o Senhor". Tzion (ציון "cume",
em árabe صهيون Ṣuhyūn)
originalmente era o nome dado especificamente à fortaleza jebusita próxima da
atual Jerusalém, que foi conquistada por Davi. A fortaleza original ficava na
colina a sudeste de Jerusalém, chamada de monte Tzion, aportuguesado para Sião.
Sião é um termo arcaico que se refere originalmente à secção de Jerusalém que
pela definição bíblica é a cidade de David. Após a morte do rei David, o termo
Sião passou a se referir ao monte em Jerusalém, o Monte Sião, onde se
encontrava o Templo de Salomão. Mais tarde, Sião passou a se referir ao próprio
templo e aos terrenos do templo. Depois disso, Sião foi usado para simbolizar
Jerusalém e a terra prometida. Sião seria uma adequação geofônica, do idioma
hebraico para o Português, referente ao nome de um acidente geográfico
mencionado na Bíblia que ficava no centro de Jerusalém [e].
2. O zelo
do Senhor (8.2). Quando usada a respeito de Deus, essa palavra
descreve a sua paixão pelo seu santo nome, um zelo que exige a devoção
exclusiva de seu povo. Ela é usada quando essa reivindicação é ameaçada por
outras deidades (DT 6.15; Js 24.19) O amor de Deus estava por trás da escolha
de Jerusalém e da nação de Israel como sua possessão particular. Este amor, no
entanto, não era para ser desfrutado somente pelos israelitas; teria de
alcançar todas as nações. Deus quer abençoar todas as famílias da terra através
de Abraão e seus descendentes (ver Gn 12.3). Deus empregara nações pagãs para
executar seus juízos contra Jerusalém (Is 10.5,6; Hc 1.6). Tais nações, porém,
na sua cobiça por riquezas e poder, tinham ido longe demais. Mas, agora, seriam
julgadas por Deus em consequência de sua orgulhosa autossuficiência.
3.
Restauração de Jerusalém. O livro de Zacarias trata da restauração
espiritual do povo de Israel e da sua cidade capital, Jerusalém – não só no
tempo de Zacarias, mas, mais especìficamente no tempo do fim, depois da vinda
do Messias. Descreve também os julgamentos de Deus sobre os Seus inimigos, e
torna-se claro que eles são também os inimigos de Israel. “No oitavo mês do segundo ano de Dario, a palavra do SENHOR falou a
Zacarias…” (1.1). Este verso revela a ocasião, a fonte divina e o agente
humano que agiu no chamamento inicial ao arrependimento. O dia específico do
oitavo mês, que começou em 27 de Outubro de 520 a.C., é significativo, pois o
profeta judaico datou a sua profecia de acordo com o reino de um monarca
gentio. Isto constituiu lembrança a todos os ouvintes de Zacarias, que o tempo
dos gentios estava em curso, e que nenhum descendente de David estava no trono
em Jerusalém. Ainda mais, Zacarias, ao escutar a palavra de Deus, foi apenas a
pessoa que pronunciou esta profecia e não a sua fonte (2Pd 1.21). Como profeta,
ele era simplesmente um servo e um enviado, chamado e ungido para levar ao povo
a palavra de Deus.
III. O
REINO MESSIÂNICO
1. A
pergunta pela paz. Depois da volta de Cristo e da destruição do
anticristo e dos seus exércitos (cf. Ap 19), os sobreviventes das nações virão
anualmente a Jerusalém por ocasião da Festa dos Tabernáculos a fim de adorar o
Rei Messias, o Senhor Jesus. Os sobreviventes serão provavelmente, em sua
maioria, civis que permanecerão na sua pátria e aceitarão a Cristo como Senhor.
2. A paz
universal. “Virão muitos povos... buscar...
o Senhor” (8.22). Haverá alegria incomparável quando os gentios reunirem-se
aos judeus na busca ao Senhor em Jerusalém, pois Ele estará ali (ver Ez 48.35).
Retrata-se, neste ponto, o cumprimento final da promessa concernente à aliança
com Abraão, no sentido de que os gentios -seriam trazidos ao Senhor (Gn 12.3;
Gl 3.8,26-29).
3. A orla
da veste de um judeu (8.23). Em Mateus 9.20-22 encontramos uma
história curiosa de uma mulher com fluxo de sangue que recebeu uma cura,
tocando simplesmente às roupas de Jesus. "Certa mulher, que há doze anos
padecia de um fluxo de sangue, chegou por detrás dele e tocou a orla do seu manto.
Ela dizia consigo: "Se eu tão somente tocar o seu manto, ficarei sã".
Jesus, voltando-se e vendo-a, disse: Tem bom ânimo filha, a tua fé te
salvou". E desde aquele momento a mulher ficou sã". Em Marcos temos a
continuação dessa história... "Jesus, conhecendo que de si mesmo saíra
poder voltou-se na multidão, e perguntou: "Quem tocou nas minhas
vestes?" Respondeu-lhes os discípulos: "Vês que a multidão te aperta
e dizes: Quem me tocou? (Mc 5.30-31). Numa outra passagem, Jesus chega à cidade
de Genesaré à beira do Mar da Galiléia. Os homens da cidade o reconheceram e:
"Correndo toda a terra em redor começaram a trazer os enfermos em leitos
ao lugar onde ouviam que Ele estava. Onde quer que Ele entrava, em cidades,
aldeias ou campos, colocavam os enfermos nas praças. Rogavam-lhe que ao menos
os deixasse tocar na orla da sua veste, e todos os que a tocavam
saravam-se" (Mc 6.53-56). Qual é a significância da orla das vestes de
Jesus? Na primeira leitura parece uma prática fora do comum. Porém, assim que
entendemos a significância da "orla" das vestes de alguém, estas
passagens têm muito mais sentido. Quando traduzimos a palavra "orla"
aprendemos que se refere as FRANJAS (chamado Tzitziot em hebraico), que ficam
obrigatoriamente nos quatro cantos das vestes de todo homem judeu, de acordo
com as instruções de Deus: "Disse o Senhor a Moisés: "Fala aos filhos
de Israel e dize-lhes que, por todas as suas gerações, façam franjas nas bordas
das vestes, e ponham nas bordas das vestes um cordão azul. Tereis essas franjas
para que, vendo-as, vos lembreis de todos os mandamentos do Senhor, para os
cumprirdes, e não correrdes após o vosso coração, nem após os vossos olhos,
após os quais andais adulterando. Então vos lembrareis de cumprir todos os meus
mandamentos, e sereis consagrados ao vosso Deus. Eu sou o Senhor vosso
Deus..." (Nm 15.37-41a). Estas franjas serviam para trazer à memória a
todo homem judeu da sua responsabilidade de cumprir os mandamentos de Deus.
Porque elas estavam penduradas nas quatro bordas de suas vestes, em plena vista
de todos, inclusive de si mesmo, seriam uma lembrança constante. Até hoje,
podemos ver estas franjas penduradas no lado de fora, sobre os cintos dos
homens judeus religiosos. Eles vestem uma camiseta com quatro cantos e puxam as
franjas para o lado de fora. Estas franjas também estão amarradas em 613 nós
para que se lembrassem constantemente das 613 leis de Moisés, das quais 248 são
proibições e 365 são afirmações[f].
CONCLUSÃO
O livro de Zacarias chama a atenção pelo seu alto
teor escatológico. Ele transcende os limites da situação do momento, dos
problemas de sua época, para falar da restauração final, permanente. Em seu
ofício ele trata de temas referentes ao início de uma era escotológica final e
à organização da comunidade escatológica. Deus deseja adoração sincera e vida
moral de nós hoje. O exemplo de Zacarias de romper com preconceitos nacionais
nos lembra que devemos alcançar todas as áreas da nossa sociedade. Devemos
estender o convite de Deus de salvação às pessoas de todas as origens
nacionais, línguas, raças e culturas. Elas precisam saber que a salvação está
disponível apenas através do sangue derramado de Jesus Cristo na cruz, o qual
morreu em nosso lugar para expiar o pecado. Entretanto, se rejeitarmos esse
sacrifício, não há um outro sacrifício pelo qual possamos ser reconciliados com
Deus. Não há outro nome debaixo do céu pelo qual importa que sejamos salvos (At
4.12). Não há tempo a perder, hoje é o dia da salvação (2Co 6.2).
EXERCICIO
1. Qual o assunto do livro de
Zacarias?
R. O Messias de
Israel.
2. Cite três profecias de Zacarias
cumpridas em Jesus.
R. Zc 9.9 cf. Mt
21.15; 11.13 cf. Mt 27.9,10; 12.10 cf. Jo 10.37.
3. Como o zelo de Jeová por Sião e
Jerusalém é manifestado em Zacarias 8.3?
R. “Voltarei para
Sião e habitarei no meio de Jerusalém” (8.3a).
4. Como se chama o reino de Cristo
de mil anos?
R. Reino
Messiânico ou Milênio.
5. O que significa pegar na veste
de um judeu em Zacarias 8.23?
R. Indica o desejo
e o anseio do mundo gentio em desfrutar as bênçãos e os privilégios de Israel.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
- Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
- Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
OBRAS CONSULTADAS:
[a] -. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001. P. 740;
[b] -.http://www.priberam.pt/dlpo/;
[c] -. http://www.bibliaonline.net/dicionario/?acao=pesquisar&procurar=messias&exata=on&link=bol&lang=pt-BR;
[d] -. http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao12-dpm-4tr12-zacarias-oreinadomessianico.htm;
[e] -. http://pt.wikipedia.org/wiki/Si%C3%A3o;
[f] -. http://www1.uol.com.br/biblia/revista/edicao6/franjas.htm;
[a] -. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001. P. 740;
[b] -.http://www.priberam.pt/dlpo/;
[c] -. http://www.bibliaonline.net/dicionario/?acao=pesquisar&procurar=messias&exata=on&link=bol&lang=pt-BR;
[d] -. http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao12-dpm-4tr12-zacarias-oreinadomessianico.htm;
[e] -. http://pt.wikipedia.org/wiki/Si%C3%A3o;
[f] -. http://www1.uol.com.br/biblia/revista/edicao6/franjas.htm;
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.
Os textos das referências bíblicas foram extraídos do
site http://www.bibliaonline.com.br/, na versão Almeida Corrigida e
Revisada Fiel, salvo indicação específica.
Francisco de Assis Barbosa
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