sábado, 15 de fevereiro de 2014

LIÇÃO 7 OS DEZ MANDAMENTOS DO SENHOR

INTRODUÇÃO

Na aula de hoje estudaremos os Dez Mandamentos, ou o Decálogo, que foram proferidos por Deus no Sinai (Ex. 20.1), e escritos em duas tábuas de pedra (Ex. 31.18). Atentaremos, durante a lição, para os enfoques diferenciados desses enunciados divinos. Inicialmente, a relacionamento do ser humano com o único e verdadeiro Deus, em seguida, a observância do sábado, do respeito aos pais, e ao valor da vida humana. Ao final, ressaltaremos a importância que deve ser dada ao casamento, à verdade e a necessidade de controle dos desejos.


1. O ÚNICO E VERDADEIRO DEUS

O Deus da Bíblia é único e verdadeiro (Ex. 20.1-3), não por acaso a expressão “O SENHOR teu Deus” é repetida cinco vezes nessa passagem (Ex. 20.2,5,7,10,12). Esse Deus não pode ser desconsiderado, as palavras que Moisés está expressando são da autoria do Deus de Israel. É a respeito desse Deus que o povo deve testemunhar perante as nações (Sl. 115). Por isso, a cada manhã o judeu fiel declara: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR” (Dt. 6.4). Somente Ele é digno de adoração, não pode haver espaço para os ídolos no coração daqueles que servem a Deus (Ex. 20.4-6). Ele mesmo declarou pelo profeta Isaias: “Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura” (Is. 42.8). Os cristãos precisam ter cuidado com a idolatria, pois ela conduz à imoralidade, desumaniza e escraviza (I Co. 10.10-22). Por esse motivo o Deus de Israel ordenou que Israel destruísse os ídolos ao chegarem à terra prometida (Dt. 7.1-11). Essa advertência serve para nós hoje, João admoesta a igreja de Jesus: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (I Jo. 5.21). Existem muitos ídolos nas igrejas, não apenas os de pedra ou mármore, mas também os de carne e osso. Muitas igrejas adoram seus ícones evangélicos, pastores e cantores, outros adoram o dinheiro, o império de Mamon, e não poucos adoram a eles mesmos. O nome de Deus deve ser honrado, pois Seu nome representa Sua própria natureza (Ex. 20.7). Por isso, como ensinou Jesus em Sua oração: o nome de Deus deve ser santificado, ou melhor, todos devem reconhecer que Ele é santo (Mt. 6.9). O nome de Deus tem sido profanado nos dias atuais, inclusive no meio dos evangélicos, alguns transformam o Deus Vivo e Verdadeiro, em um ídolo, um instrumento para satisfação pessoal. Ao invés de buscarem a face de Deus, muitos se interessam apenas pelas Suas mãos. Há aqueles que querem transformar Deus em um botão, o qual apertam, a fim de satisfazerem seus desejos egoístas.


2. O SÁBADO, OS PAIS E A VIDA

A palavra sábado, em hebraico, é sabbath, e diz respeito ao descanso, o povo de Israel já observava esse dia, antes mesmo da instituição legal (Ex. 16.23,25). Isso porque o fundamento para o sábado estava já na criação (Gn. 2.1-3), o próprio Deus descansou. Esse era um sinal especial entre Deus e Israel, específico para aquela nação, como parte do Pacto (Ex. 31.12-17; Ne. 9.13-15; Ez. 20.12,20). Mas o princípio do descanso deve ser considerado pelos cristãos, as pessoas não foram criadas para trabalharem ininterruptamente. O materialismo moderno, e a ganância que prevalece, tem feito muitos se sacrificarem, e sacrificam também suas famílias, deixando de investir no descanso (Cl. 2.16,17; Gl. 4.1-11; Rm. 14.1-15.7). A igreja primitiva separou o domingo, o primeiro dia da semana para observância, tendo em vista que nesse dia o nosso Senhor Jesus ressuscitou (Jo. 20.19,26; At. 20.7; I Co. 16.2). Outra instrução de Deus, no Decálogo, está relacionada à honra aos pais (Ex. 20.12). Os israelitas foram orientados a respeitarem os pais, a cuidar deles, mesmo na velhice (Ex. 21.15,17; Lv. 19.3,32; Dt. 27.16; Pv. 1.8; 16.31; 20.20; 23.22; 30.17). Nos dias atuais, marcados pela coisificação das pessoas, há quem deseje descartar os mais velhos. Alguns filhos desrespeitam seus pais, outros chegam mesmo a abandoná-los. Paulo instrui os filhos a honrarem os pais, sendo esse inclusive um mandamento com promessa de vida longa (Ef. 6.1-3; I Tm. 5.1,2). A partir de Ex. 20.13, devemos destacar o valor da vida humana, considerando que essa é uma dádiva de Deus. Fomos feitos Sua imagem e semelhança, portanto, o homicídio é uma transgressão, um pecado que deveria ser punido (Gn. 1.26,27; 9.6). Esse mandamento não proibia o povo de Israel de ir à guerra, mas de cometer assassinatos (Ex. 22.2; Mt. 5.21-26). Nós, os cristãos, devemos ser promotores da vida, opondo-nos à cultura da morte. Por esse motivo, não podemos defender práticas como o aborto e a eutanásia (Rm. 13). A vida, por ser uma dádiva de Deus, é digna de ser preservada. As pessoas não podem ser descartadas, como se fossem objetos.


3. O ADULTÉRIO, A VERDADE E OS DESEJOS

O casamento é uma instituição divina, por isso não poderia ser destruído por causa do adultério, que deveria ser punido com a pena capital (Lv. 20.10; Dt. 22.22). A família é a célula-mater da sociedade, quando essa é solapada, as consequências são drásticas. A orientação contra o adultério é importante porque esse é revelado como defraudação (I Ts. 4.1-8), não apenas em relação ao cônjuge, mas também para quem o comete (Pv. 6.20-35). Aqueles que estão envolvidos nesse tipo de pecado devem se arrepender, e buscar o perdão de Deus, antes que seja tarde (I Co. 6.9-11; Jo. 8.1-11). Deus perdoou o pecado de adultério de Davi, restabelecendo-o a uma vida espiritual plena (II Sm. 12.13,14; Sl. 51). O adultério, como ensinou Jesus, começa no coração, na intenção impura, instigado pelo olhar (Mt. 5.27-30). Deus também orientou o povo de Israel quanto ao respeito à propriedade pessoal (Ex. 20.15). A terra é propriedade de Deus, os israelitas deveriam ser apenas mordomos (Lv. 25.2, 23, 38), e a Ele deveriam prestar contas. As pessoas que detêm grandes propriedades de terra, sem torna-las produtivas, devem refletir a respeito dessa instrução. O governo precisa investir em uma reforma agrária com amplitude, não apenas distribuindo terra, mas também criando oportunidades para seu cultivo. A riqueza é produzida, de acordo com Ef. 4.18, através do trabalho, recebendo herança e furtando os outros. Que o Senhor nos livre do enriquecimento ilícito, e que ninguém, ao prosperar por meios escusos, venha a dizer que foi “benção de Deus”. Em prosseguimento aos mandamentos, destacamos a importância da verdade aos olhos de Deus. Em Ex. 20.15, há uma orientação quanto ao perigo do falso testemunho, os cristãos não podem mentir, principalmente diante de um tribunal. No Antigo Pacto, aqueles que davam falso testemunho deveriam ser punidos com a morte (Dt. 17.6-13). É preciso também controlar os desejos, a cobiça é um pecado grave (Ex. 20.17). Ao invés de desejar o que não nos pertence, ou ser tomado pela ganância, devemos exercitar o contentamento (Fp. 4.11-13; Hb. 13.5).


CONCLUSÃO

Os mandamentos de Deus são eternos, seus princípios são considerados ainda hoje. As leis de muitos países estão fundamentadas nos enunciados de Deus que foram dados a Moisés. Como cristãos, devemos viver a partir desses princípios. No entanto, devemos lembrar que toda lei pode ser resumida no amor a Deus e ao próximo (Lv 19.18; Mt. 22.34-40). O amor é o cumprimento da lei (Rm. 13.8-10), é o amor a Deus, e ao próximo, que nos conduz à obediência (Gl. 5.22-26; Rm. 5.1-5).


BIBLIOGRAFIA

COLE, R. A. Êxodo: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1981.
WEIRSBE, W. W. Exodus: be delivered. Colorado Springs: David Cook, 2010.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa

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