sexta-feira, 19 de abril de 2013

LIÇÃO 3: AS BASES DO CASAMENTO CRISTÃO

Data: 21 de Abril de 2013
Dc. Josimar Ribeiro
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja Assembleia de Deus, Triunfo Potiguar/RN
TEXTO ÁUREO
“Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25).

VERDADE PRÁTICA
O casamento cristão tem de ser edificado tendo como base o amor a Deus e ao próximo. Sem amor não há casamento feliz.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 5.22-28,31,33.

22 - Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor;
23 - Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja: sendo ele próprio o salvador do corpo.
24 - De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos.
25 - Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
26 - Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
27 - Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
28 - Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
31 - Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.
33 - Assim também vós cada um em particular ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Compreender qual é a verdadeira vontade divina para o casamento.
Conscientizar-se da importância do amor mútuo e verdadeiro para se estabelecer uma família.
Enfatizar a importância da fidelidade conjugal no casamento.
Palavra Chave
O amor entre os cônjuges.

INTRODUÇÃO:
Conforme temos estudados ao longo das primeiras lições, o casamento cristão está fundamentado na Bíblia, a palavra de Deus. Na aula de hoje trataremos, especificamente, a respeito das bases que sustentam o casamento.

I. A VONTADE DE DEUS PARA O CASAMENTO:

Assim como em muitas outras práticas, não encontramos na vida da sociedade pós-moderna um padrão cultural universal para o namoro, noivado e casamento. O próprio modelo dos tempos bíblicos tornou-se impraticável. Existe muito idealismo em relação ao casamento, até mesmo entre os cristãos, como já vimos: O mandamento em Gn 2.24. Diz, “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne”. Este versículo traz profundos significados; Deixará conota uma mudança de prioridade da parte do marido. Apegar-se-á traz a ideia tanto de paixão como de permanência. Uma carne tem numerosas implicações, incluindo união sexual, geração de filhos, intimidade espiritual e emocional. Essa vontade de Deus é para todos os homens, crentes ou não crentes, santos ou ímpios, evangélicos ou não. Por quê? Porque faz parte de seu plano divino que a humanidade cresça e se multiplique, através da união legítima entre um homem e uma mulher, como vimos na lição anterior. A vontade de Deus é que um homem se case com uma mulher, para formar um lar e uma família, conforme os ditames de sua santa Palavra.
Marido e mulher devem viver em união, em unidade de propósitos, não querendo um dominar ao outro, mas sabendo que nem mesmo os próprios corpos estão sob seu domínio, mas, sim, sob o domínio do cônjuge. “Cônjuge” significa “estar sob o mesmo jugo com alguém”, ou seja, tanto homens como mulher estão debaixo de normas e princípios em caráter de igualdade, sem que um seja superior ao outro. Homem e mulher têm estruturas físicas, sentimentais e emocionais diversas e Deus, que os criou (Gn.1:27), sabe muito bem destas diferenças. Daí porque estabeleceu funções distintas para o marido e para a mulher na vida conjugal, o que não é senão a constatação de que eles são seres distintos, embora, diante de Deus, sejam iguais, pois para o Senhor não há acepção de pessoas (Dt.10:17). O casamento é um dos alvos preferenciais das forças satânicas. Sob o pretexto de “evolução”, “progresso” e “avanços sociais”, novas formas de união têm sido inventadas e aceitas pela sociedade sem Deus. Mas os cristãos devem preservar e cultivar o matrimônio monogâmico e heterossexual, como uma bênção de Deus para a humanidade.
Todas as sociedades antigas, que destruíram o casamento e a família, nos moldes tradicionais, conforme o projeto de Deus tiveram seu fim, pela corrupção de suas bases morais e espirituais. Os materialistas desdenham desse tipo de afirmação. Porém, a Palavra de Deus assegura que o que o homem semeia isso também colherá, pois Deus não se deixa escarnecer (G1 6.7). E uma questão de tempo apenas. A cada dia, o império do mal cresce, com o apoio dos governantes, dos representantes políticos do povo e dos representantes do poder judiciário, que aprovam leis e normas que contrariam a Lei de Deus. Porém, um dia todos serão julgados no plano espiritual segundo suas decisões e escolhas. O Juízo Final aguarda, com sentença já definida, a sorte dos ímpios (SI 9.17).

II. O AMOR VERDADEIRO NO CASAMENTO
Não apenas na vida conjugal, mas em todas os relacionamentos humanos, o amor verdadeiro precisa estar fundamentado nos princípios de 1 Coríntios 13.4-7 (ARA):
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
Tudo que se declare sendo amor, mas que não considera as características acima, não passa de afirmações vazias, mero sentimentalismo destituído de ação concreta.
O dever de amar está acima dos outros deveres conjugais. O marido que não ama sua esposa não obedece à Palavra de Deus. Peca por desobediência. A Bíblia diz solenemente: “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25). Esse versículo é sempre lido pelo ministro religioso no dia do casamento de alguém. Muitos maridos, porém, despreparados para o matrimônio, ouvem essa recomendação por pura formalidade. As palavras entram-lhes por um ouvido e saem pelo outro: não dão importância ao que está contido nas Escrituras.
Efésios 5.22-28 , diz: 22 - Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; 23 - Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja: sendo ele próprio o salvador do corpo. 24 - De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos. 25 - Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, 26 - Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, 27 - Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. 28 - Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Em (I Co.11:3), diz “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo”. Os homens pegam estes versículos para quererem domina a mulher, mas essa uma cultura arcaica de diminuir a mulher não tem fundamento no espírito da Criação. (…). As mulheres não podem ser diminuídas diante dos homens em nada; o Senhor ordenou que fosse uma só carne, isto é, iguais. Eles completam um ao outro para tornar possível a procriação e dar ao fruto nascido o privilégio de ser um indivíduo portador de um corpo físico, ama, espírito e, sobretudo, da imagem do Criador. (…) O Senhor também não fez a mulher inferior ao homem em termos espirituais; ela também traz consigo a imagem do Criador e é possuída de um espírito imortal e assexuado como os homens. Quando o texto bíblico diz que o Senhor criou macho e fêmea à Sua imagem, Ele não determinou se um deles seria maior ou menor em autoridade.
- O marido, diz a Palavra de Deus, deve ser a cabeça do casal (I Co.11:3), ou seja, a direção, o planejamento familiar, a estruturação dos projetos, dos fins a ser perseguidos deve ser de iniciativa e decisão do marido. Isto, entretanto, não quer dizer, como têm entendido os homens brasileiros, típicos machistas latino-americanos, que o marido deva ser um ditador no lar, o único senhor, o dono absoluto da verdade, que pela ameaça, pela força física e pela brutalidade domine os demais membros da família.
 Em primeiro lugar, a Bíblia diz que, embora o marido seja a cabeça da mulher, Cristo é a sua cabeça (I Co.11:3). Ora, toda e qualquer decisão, toda e qualquer autoridade do marido está submetida a Cristo e à Sua vontade. O marido é, assim, mero despenseiro de Cristo no lar e, como tal, deve ser achado fiel ao seu Senhor (I Co.4:1,2). Quão diferente é, pois, o modelo bíblico do que vemos, frequentemente, nos lares de crentes brasileiros!
- Em segundo lugar, ser a cabeça do casal importa em ter capacidade intelectual, em pensar, em ter condições de dirigir os demais membros da família. Lamentavelmente, vemos, hoje em dia, famílias desorientadas, perdidas, em que a mulher é obrigada a tomar decisões e a dar as rédeas na sua casa, porque o marido não tem juízo, não pensa, não raciocina, não se comporta como um verdadeiro "macho". Na Bíblia, o "macho" é aquele que pensa, que projeta, que planeja, não o que espanca, bate e usa da força bruta. Um marido que não tem capacidade de planejamento, que não prevê todas as hipóteses possíveis corre o risco de deixar sua família em situação difícil, ainda que seja santo, como é o caso do profeta cuja viúva teve de ter o socorro miraculoso de Eliseu para superar a dificuldade por ele deixada (I Rs.4:1-7).
- Em terceiro lugar, ser a cabeça do casal importa em capacidade de amar como Cristo amou a Igreja, ou seja, o marido precisa ter o amor divino (que os gregos denominavam de "agape"), um amor desinteressado, um amor disposto aos autos sacrifício. Ser cabeça da família é estar disposto a se sacrificar pela mulher e pelos filhos, a se prejudicar para que a família tenha um mínimo de dignidade. Muitos supostos crentes gostam de mandar, de exigir obediência, submissão, mas são preguiçosos, não buscam obter uma melhor e maior remuneração, não gostam de trabalhar, não querem servir, mas ser apenas servidos. Não são maridos que estejam cumprindo a Palavra de Deus.
- Em quarto lugar, ser a cabeça do casal é tomar a decisão, mas não significa imposição da vontade sem a participação dos demais membros da família. A Bíblia informa-nos que Deus, que é Soberano, não impõe a Sua vontade ao homem, busca a sua anuência, convida para o Seu projeto. Ora, se Deus é assim, por que o marido seria diferente? Vejamos a forma de expressão de Jesus em Sua oração sacerdotal: "tendo consumado a obra que me deste a fazer" (Jo.17:4b), ou seja, houve uma proposta do Pai ao Filho, que foi aceita e cumprida. O marido, portanto, deve propor e obter a aceitação da mulher e dos demais integrantes da família para os propósitos assumidos, propósitos estes que, como vimos, têm de ter, primacialmente, a aprovação divina. Jesus jamais impôs a Sua vontade ao homem por força ou por violência, mas procurou convencer o homem pelo Espírito Santo (Zc.4:6). Verdade é que Seu ministério não se fez apenas com discursos ou parábolas, tendo, também, mostrado Seu poder (At.1:1;10:38), algo que, depois, foi observado pelos Seus seguidores, como é o caso do apóstolo Paulo (II Co.2:4,5). Da mesma forma, o marido não pode se impor com base na força ou na violência, como, infelizmente, é a tônica em muitos lares, mas, antes, pelo contrário, o marido deve orientar e obter a adesão dos demais familiares a seus projetos e propósitos, mediante o poder da persuasão, do convencimento, o que exige um constante e permanente diálogo entre os integrantes da família, bem como que tais ideias e projetos se mostrem como resultado de uma vida de poder, o que o marido somente atingirá se tais planos e projetos tiverem a anuência e concordância do Senhor, o que implica, por sua vez, numa vida de comunhão com Deus. A força do exemplo do marido, numa vida santa e dedicada a Deus, é a principal fonte de autoridade para levar os demais familiares à adesão aos seus projetos e propósitos.
- Em quinto lugar, ser a cabeça do casal importa em ser o modelo afetivo do lar. Muitos acham que, por ser o marido chamado na Bíblia de cabeça, o marido é o protótipo da razão, o padrão da racionalidade, do bom senso e, consequentemente, elimina da figura do marido qualquer traço sentimental ou emocional. Embora, normalmente, associemos a cabeça à razão, à insensibilidade, não é esta associação o pensamento dos escritores sagrados. Senão vejamos. Jesus é chamado de cabeça da Igreja (Ef.5:23), mas, nem por isso, as Escrituras Sagradas deixam de afirmar que ninguém tem maior amor do que Jesus (Jo.3:16; 15:13). Portanto, ser cabeça da família, antes de dispensar a presença de sentimento ou emoção, exige-a no tom mais elevado. Aliás, como tem demonstrado a medicina nos últimos anos, o estado sentimental do indivíduo é estabelecido, em grande grau, pela produção de substâncias no cérebro, ou seja, ao contrário do que se imaginava, é a cabeça a principal coordenadora e orientadora dos sentimentos no corpo humano.
O marido deve amar sua mulher e deve demonstrar este amor cotidianamente:
Até porque a mulher, por sua postura mais sentimental e emocional, necessita sentir diariamente o amor do marido. No livro de Cantares de Salomão, que é um poema que canta, precisamente, o amor conjugal e no qual tiramos grandes lições a respeito de como deve ser o relacionamento entre marido e mulher (o que mostra a importância que Deus dá a este tipo de relacionamento, a ponto de ter incluído, na revelação, um livro inspirado diretamente vinculado a isto), vemos que a primeira expressão da mulher é, exatamente, esta: “porque melhor é o seu amor do que o vinho” (Ct.1:2), ou seja, o que a mulher mais deseja é sentir o amor do marido, saber que ele a ama e isto é mais importante do que todo e qualquer prazer que o mundo possa oferecer (o vinho significa, exatamente, a alegria que se obtém na vida terrena). Já quase no final do cântico, a mulher exclama, mais uma vez: “Eu sou do meu amado e ele me tem afeição” (Ct.7:10). Será querido marido, que sua mulher pode fazer delas estas palavras?
No livro de Cantares, vemos o marido, constantemente, fazendo elogios à sua amada, agradando-a, ilustrando o seu ego (da mulher, não o seu), procurando impedir que a mulher perca a sua autoestima, ou seja, atingida, de modo fatal, na sua sensibilidade. A mulher, dizem as Escrituras, é o vaso mais fraco (I Pe.3:7), afirmação bíblica que não deve ser utilizada, como é costumeiro, para dizer que o homem é mais forte e, por isso, deve dominar sobre a mulher, mas, bem ao contrário, afirmação que deve ser levada em conta pelos maridos para que cuidem mais e melhor de suas mulheres, pois, se são mais fracas, mais delicadas, devem ter maior cuidado, não ser eliminadas ou destruídas de vez!
Vejamos alguns dos elogios feitos pelo marido à mulher em Cantares:
a) égua do carro de Faraó (Ct.1:9) – pode parecer estranho, nos nossos dias, mas a expressão era altamente elogiosa, pois as éguas do Faraó eram os animais mais belos e mais bem cuidados daquela época. Será, querido marido, que sua mulher pode ser comparada às éguas de Faraó? Será que o amado tem propiciado o melhor que está à sua disposição para manter a saúde, a beleza e a fama de sua mulher? Seria o mesmo que dizer em nossos dias meu amor você é uma gata.
b) olhos de pomba (Ct.1:15; 4:1; 6:5) – o marido diz à sua amada que os olhos dela são como os de pomba. A pomba é o símbolo da doçura, da ternura, pois seu olhar é gentil e transmite isto aos que a veem. Caro marido, o tratamento que o irmão tem dado à sua mulher permite que a mesma tenha este olhar, que transmita candura, doçura aos outros, ou, pelo contrário, tem um olhar abatido, revoltado e triste?
c) pomba minha (Ct.1:14; 6:9) – aqui o marido compara sua amada a uma pomba. A pomba tem características tão excelentes que é um dos símbolos do Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Trindade. Ser pomba é não ter amargura, ser simples, ser dócil, ser prolífera, ser companheira. Querido marido, o tratamento que o irmão dá a sua mulher permite o desenvolvimento destas qualidades em sua mulher?
d) rosa de Sarom, lírio dos vales (Ct.2:1) – aqui o marido compara sua amada à rosa de Sarom, a um lírio no meio dos espinhos. Por primeiro, é bom que se diga, popularizou-se a ideia de se considerar ser esta uma figura de Jesus Cristo, por causa da sua menção ao lírio dos campos no sermão do monte (Mt.6:28), mas, aqui, a rosa de Sarom e o lírio dos vales é a mulher, não o marido, de modo que se tem figura da Igreja e não de Jesus. O marido compara sua mulher à rosa de Sarom, que surgia na primavera, sendo o verdadeiro símbolo da renovação da natureza, da beleza que havia desaparecido no inverno, enquanto que o lírio dos vales também se sobressaía dentro de uma vegetação espinhosa por sua beleza e perfume. A mulher deve ser alguém que, em meio às lutas e às adversidades da vida, traga ao marido um alento, um contemplar de beleza e de sentimento. Querido marido, seu tratamento para com sua mulher dá motivos a ela para ser o refrigério que o irmão precisa ter em casa, ou, a forma como o irmão a trata, faz com que seus problemas só aumentem quando o irmão abre a porta de seu lar?
e) cabelo como os das cabras de Gileade (Ct.4:1, 6:5) – aqui o marido compara sua amada a um rebanho de cabras, enaltecendo os seus cabelos, que deveriam ser negros, como negros eram os pelos das cabras de Gileade. Os cabelos deveriam ser compridos, pois a visão de um rebanho de cabras descendo os montes faz lembrar esta espécie de cabelos. Vemos, aqui, o marido elogiando a mulher fisicamente, o que deve ser uma necessidade no relacionamento conjugal. O marido deve ter atração física pela sua mulher continuadamente, atração esta que deve aumentar pelo conhecimento cada vez mais intenso da interioridade da mulher ao longo do casamento. A mulher sempre se preocupa, é de sua natureza, em se mostrar atraente e bela ao seu marido e ele deve ter sua atenção a este ponto, sob pena de causar um desnecessário fator de instabilidade na família. Além disso, o cabelo fala da honra da mulher (I Co.11:6), de modo que o cabelo fala da honra da mulher, que é algo que o marido deve elogiar e buscar incentivar e estimular na sua companheira.
f) dentes como o rebanho das ovelhas tosquiadas (Ct.4:2, 6:6) – aqui o marido diz que os dentes da amada o lembravam um rebanho que acabava de ser tosquiado e que se mostram férteis. Os dentes falam da alegria, da satisfação. O marido deve ter uma mulher satisfeita, feliz, que tenha prazer em fazer crescer o lar, não só tendo filhos, mas também em qualidade de vida. Querido marido, sua mulher tem satisfação na vida? Você contribui para que ela almeje o crescimento e desenvolvimento de sua vida familiar?
g) lábios como um fio de escarlate, como favos de mel (Ct.4:3,11) – aqui o marido diz que os lábios da mulher têm um falar doce, ou seja, a mulher fala coisas agradáveis, construtivas. Mas, como afirmam as Escrituras, a boca fala daquilo que o coração está cheio (Mt.15:19; Mc.7:21). A mulher bem tratada pelo marido, constantemente elogiada, não tem motivos para maldizer o mundo e aqueles que nele habitam, não é mexeriqueira, não está de mal com a vida. Querido marido, você tem contribuído para que o interior de sua mulher seja de tal modo que seus lábios tenham um falar doce?
h) fronte qual um pedaço de romã (Ct.4:3; 6:7) – aqui o marido diz que a face da mulher é avermelhada, como um pedaço de romã, fruta avermelhada que era símbolo da fertilidade na cultura oriental (tanto que, ainda hoje, há crendices daquela época que envolvem a romã na passagem de ano). Observemos que os lábios já tinham sido associados à cor vermelha (fio de escarlate), a mostrar que o marido vê, na mulher, um ser apaixonado, um ser que mantenha o interesse e o ardor dos primeiros dias de relacionamento. Evidentemente, que não se está aqui dizendo que o relacionamento conjugal deve ser movido pela “paixão”, entendida esta como um “movimento violento e impetuoso do ser para o que ele deseja”, algo que é fugaz, passageiro, carnal, mas um amor constante e permanente, que seja sempre cultivado. Querido marido, o irmão ainda consegue enxergar na face de sua mulher o amor dela pelo seu marido?
i) pescoço como a torre de Davi (Ct.4:4; 7:4) – aqui o marido enaltece o pescoço da mulher, pescoço este que é o liame entre a cabeça e o restante do corpo. O pescoço fala da elegância, do porte da mulher. A posição do pescoço no andar é de fundamental importância para o andar gracioso, como ensinam os treinadores de modelos, por exemplo. O marido louva a sua mulher por ter ela um pescoço como a torre de Davi, ou seja, por ter um porte, uma elegância elogiável, que traz segurança, pois a torre de Davi, uma fortaleza construída em Jerusalém, cujos escudos dos soldados, colocados na sua parte superior, faziam com que se apresentasse de forma bela e elegante aos olhos dos habitantes. O pescoço, também, fala-nos de segurança, de ligação entre cabeça e restante do corpo, sendo, precisamente, este o papel que deve desempenhar a mulher na família. Querido marido, sua mulher é sua porta-voz na família, é alguém que tem condições de ser um elo entre o marido e os demais integrantes da família, alguém que, por receber segurança do marido, pode transmiti-la para os demais membros da família. Aqui razão tem o ditado popular segundo o qual “se o marido é a cabeça, a mulher é o pescoço”. Não é sem motivo que a Palavra de Deus afirma que a mulher pode destruir o seu lar com suas próprias mãos (Pv.14:1). Querido marido, sua mulher tem sido tratada de tal forma que possa ser o pescoço de sua família?
j) belos são os teus amores..., cheiro dos teus vestidos é como o cheiro do Líbano (Ct.4:10,11; 7:1b-3) – o marido deve ter um relacionamento íntimo com a sua mulher, deve existir uma perfeita harmonia na vida sexual, que não vise apenas a satisfação própria, egoísta, mas a satisfação do outro, não apenas para procriação, mas também para satisfação, sem incontinência e dentro dos limites previstos pelo próprio Deus em Sua Palavra (I Tm.4:3). O marido não deve tratar a mulher como objeto sexual, como tem ensinado o mundo, mas manter um relacionamento que leve em consideração à necessidade de satisfação e a dignidade da mulher como pessoa num instante como este.
k) jardim, manancial fechado (Ct.4:12) – este texto é muito citado na interpretação alegórica que se faz do livro de Cantares, sendo de todos conhecida a figura da Igreja como jardim fechado. No entanto, o texto também tem aplicação literal. Aqui o marido compara a mulher com um jardim, um manancial fechado, o que nos faz lembrar-se das áreas de preservação ambiental, das reservas florestais de nossos dias, locais onde se preserva a natureza, o meio-ambiente, onde estranhos não têm acesso, onde não é possível a destruição. A mulher deve ser elogiada na sua discrição, na preservação da intimidade da família. Mas, para que ela preserve a intimidade, o segredo no lar, não é possível a intimidação, a ameaça, como vemos em muitos homens, inclusive que se dizem crentes (aliás, este comportamento tem sido muito encontrado em candidatos a obreiros nos ministérios em que, biblicamente, exige-se o testemunho e anuência da mulher para a separação ou consagração), mas, tão somente, a confiança, a segurança advinda do relacionamento conjugal. Não é por outro motivo, que a mulher se compara a um muro, já quase no final do cântico (Ct.8:10). A Igreja é um jardim fechado porque confia plenamente e encontra segurança no seu Senhor (Jo.10:28,29; Sl.91:1,2). Querido marido, sua mulher pode ter esta mesma segurança e confiança quando observa o seu comportamento?
l) renovos como um pomar de romãs, com frutos excelentes, fonte dos jardins, poço das águas vivas (Ct.4:13,14) – aqui o marido compara a mulher como alguém que é sempre renovada, que sempre traz refrigério e refrescor à família. Mas, para que a mulher possa renovar, ser uma fonte de renovo e de vitalidade para a vida em família, é mister que o marido, assim como o Senhor da Igreja faz mandando o Espírito Santo (que é o vento mencionado em Ct.4:16), oxigene a casa, esforce-se para que haja não só a renovação espiritual do lar, mediante uma vida de contínua adoração, como também traga para a família a necessária contextualização, a necessária adaptação às transformações sociais, mantido, obviamente, o reinado de Cristo no lar.
m) aparece como a alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o sol, formidável como um exército com bandeiras (Ct.4:10) – o marido deve ver sua mulher como o ser mais belo e excelente sobre a face da Terra. O marido não pode ter olhos senão para a sua mulher. Não basta dizer que se casou com apenas uma mulher para que se cumpra o mandamento bíblico. Dizem as Escrituras que é preciso que se una a sua mulher e se lhe apegue a ela. Há muitos maridos que, imprudentemente, vivem elogiando as mulheres dos outros, só encontram virtudes nas outras mulheres, desmerecendo a sua própria mulher. O marido, em Cantares, entretanto, não agiu assim. Compara a sua mulher à lua, que reina soberana na noite, ofuscando o brilho de qualquer outro astro; ao sol, que, por sua vez, impede que apareçam os outros astros durante o dia, tamanho o seu brilho, bem assim, na alvorada ou no crepúsculo, ao planeta Vênus (a “estrela d’alva”), que é o astro que, na transição da noite para o dia ou vice-versa, consegue aparecer com maior fulgor. Ninguém pode ocupar, no universo do marido, o lugar da sua mulher. As atenções devem estar voltadas a ela, tanto nos momentos de alegria, como no de dificuldades. O marido tem de dar a devida honra a sua mulher, que deve ser enaltecida e admirada assim como um exército formidável com bandeiras.
n) pés que nos sapatos são formosos (Ct.7:1) – aqui o marido elogia a sabedoria e equilíbrio da sua mulher. Os pés falam de andar, de procedimento, de atitudes. A mulher deve ser elogiada pelo seu equilíbrio, pela sua moderação, pela sua modéstia. O marido deve incentivar, estimular e criar condições para que a formosura da mulher se demonstre, exatamente, no instante em que seus pés encaixam-se nos sapatos, ou seja, no exato momento em que as ações da mulher estão de acordo com os princípios e regras de moral social e bons costumes.
O mais interessante é que, ao mesmo tempo em que o marido deve se esforçar para que enxergue em sua mulher todas as qualidades cantadas pelo poeta no Cântico dos Cânticos, vemos, também, que estes adjetivos, este comportamento é um dever da mulher!

O PAPEL BÍBLICO DO PAPEL DA MULHER
- A mulher, dizem as Escrituras, deve ser sujeita a seu marido (Ef.5:22). Ser sujeita significa estar debaixo de uma base, de um lançamento, de uma plataforma (do latim "sub jectum"). A mulher, portanto, deve orientar suas sensações, emoções e intuições de acordo com os planos, projetos e finalidades traçados pelo marido. Não há, portanto, como se exigir sujeição da mulher quando não há tais planos, projetos ou finalidades.
A mulher deve se unir ao marido nos planos e projetos assumidos, fazendo-o por amor e não por medo, conveniência ou qualquer outro sentimento. Diz o texto sagrado que a sujeição deve ser como ao Senhor, o que implica em sujeição por amor, com dedicação, confiança, humildade, fidelidade e lealdade. Nada mais antibíblico, portanto, do que a ideia que tem sido difundida de que o casamento ou a vida familiar tradicional seja algo contrário à dignidade da mulher ou à sua independência. A mulher, como o homem, não foram feitos para serem "independentes", pois dependem um do outro para se completarem, para que possam transformar em realidades todo o potencial humano. A chamada "liberação feminina" é mais uma das mentiras satânicas e resultado de uma postura antibíblica dos homens, inclusive de cristãos, que confundem a sujeição da mulher com opressão, escravidão ou algo semelhante.
- A mulher tem o direito (diríamos, mesmo, o dever) de opinar junto a seu marido sobre os planos, projetos e objetivos que devem ser buscados pela família, usando de sua capacidade intuitiva aguçada, de sua sensibilidade e emoção para que seja tomada a melhor decisão. Até pelo fato de ser mais sensível e intuitiva do que o homem, a mulher é um importante canal para que seja obtida e comunicada a vontade de Deus num determinado fim perseguido pela família. Jesus deixou-nos claro que a mulher é a principal fonte de comunicação para a divulgação de Seus propósitos, como vemos nos exemplos da profetisa Ana (Lc.2:38) e das mulheres que foram ao túmulo vazio (Lc.24:9).
, assim como vimos relação aos maridos, faz-se preciso que a mulher demonstre toda esta sensibilidade e afeto através de elogios e atitudes em relação a seus maridos, elogios e atitudes que no livro de Cantares de Salomão, onde o marido é visto pela mulher. Que falaremos noutra oportunidade.
“A união é o resultado do amor sincero. O esposo deve estar unido à esposa de modo a formar uma unidade, “uma só carne” (Ef 5.31). Essa união é espiritual, complementada pela união afetiva e física. O marido é a cabeça, ou seja, o líder da esposa, mas não é superior a ela. Os dois são “uma só carne”, uma mesma unidade, como Paulo ensina (1 Co 7.3). Isso significa igualdade, reciprocidade de deveres. As obrigações do marido perante a mulher são as mesmas da mulher perante o marido. Isso exige união de pensamentos, de sentimentos e de propósitos.

III. A FIDELIDADE CONJUGAL

Conforme o comentarista da lição, que escreve no terceiro ponto:
“As estruturas do matrimônio não foram preparadas para suportar o peso da infidelidade, cujos efeitos sobre toda a família são devastadores. O adultério é tremendamente destrutivo tanto para o homem como para a mulher (1 Co 6.15-20).”
É preciso deixar claro que a afirmativa acima não aponta para a impossibilidade da restauração de um casamento vitimado pela infidelidade conjugal, mas apenas destaca o alto grau de dificuldade diante de tal situação. Na lição 7, que trata sobre o divórcio, no final do segundo ponto, que fala sobre a permissão para novo casamento, o comentarista afirma claramente que apesar da quebra do pacto conjugal: “Todavia, em Jesus o crente tem forças para perdoar e fazer o possível para restaurar o casamento.”
Há vários relatos publicados em livros sobre casais que sofreram com a infidelidade conjugal, mas que com a graça de Jesus tiveram os casamentos plenamente restaurados, onde o perdão foi concedido para a glória de Deus (Mt 6.12; 18.23-35), que odeia o divórcio (Ml 2.13-16).

CONCLUSÃO
Nosso desejo é que as igrejas promovam o crescimento das crianças, adolescentes, jovens e casais na Palavra de Deus. Enfim, que toda a família seja edificada em Cristo. Dessa maneira, demonstraremos o valor do casamento bíblico e os perigos das novas “configurações familiares” defendidas e apoiadas pelos que desprezam e debocham dos princípios divinos. Portanto, que a Igreja faça soar sua voz profética e denuncie as iniciativas que buscam destruir o casamento monogâmico, heterossexual e indissolúvel. Se a família não for sadia, a sociedade será enferma.

REFERENCIAS
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD;
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;
Bíblia Sagrada Versão Digital 6.0 Freeware
http://auxilioebd.blogspot.com.br/
http://subsidioebd.blogspot.com.br/
http://www.altairgermano.net/
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/index.htm
http://www.priberam.pt/dlpo/
Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2013, Jovens e Adultos: A Família Cristã no século XXI — Protegendo seu lar dos ataques do inimigo; Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima; CPAD;
LIMA, Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
Revista Ensinador Cristão ano 14 Nº 54 CPAD
www.portalebd.org.br

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